O triplo A: o caminho da Anaconda

Uma pesquisa feita pela revista Science Advances, revela que a caça ilegal no Brasil está levando à extinção várias espécies de animais aquáticos e terrestres, além de aves raras encontradas na Amazônia brasileira. Além disso, o comércio de vida silvestre, que inclui a fauna, a flora e seus produtos e subprodutos, é considerado a terceira maior atividade ilegal no mundo, atrás apenas do tráfico de armas e de drogas.

Estima-se que cerca de 38 milhões de animais silvestres são pegos por caçadores, milhares deles para serem vendidos. Calcula-se que é um comércio que movimenta cerca de US$ 2,5 bilhões de dólares ao ano.

Em muitos casos, os criminosos estão infiltrados em órgãos públicos para aliciar autoridades públicas. Geralmente, a maioria dos animais morrem até o destino. Não suportam. Para se ter uma ideia,  alguns pássaros possuem os bicos arrancados, olhos perfurados e, aflitos,  arrancam suas próprias penas. É uma tragédia ambiental!

Porém, superando a caça ilegal e o tráfico de animais silvestres, o maior índice da causa das mortes de animais no Brasil ainda é por atropelamento. Muitos deles são causados pelas invasões das estradas em seus habitats naturais como também, por causa dos desmatamentos e queimadas que fazem com que famílias inteiras migrem para outros lugares.

São 15 animais mortos por segundo, o que se estipula 475 milhões por ano, segundo projeção do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, da Universidade Federal de Lavras (MG).

Para acabar com este problema, cada vez mais, estão sendo criados  projetos de corredores ecológicos.

Dentre esses projetos há um, que está dando o que falar: é o Triplo A, ou seja, o caminho da Anaconda.

Alguém já ouviu dizer? Acontece que, para solucionar os problemas causados aos animais e para que as espécies sejam preservadas,  vários países em torno do Brasil estão debatendo a criação de um corredor ecológico que possibilite a livre circulação de animais, desde os Andes peruanos até o Atlântico.

Este corredor seria o  Triplo A, ou AAA (Andes, Amazônia, Atlântico), que abrangeria 309 áreas protegidas e 1.199 terras indígenas ligadas por um imenso corredor.

A ideia já vem sendo gestada há anos, sendo uma das grandes incentivadoras a Fundação Gaia Amazonas, que está tentando mostrar a urgência do projeto nos últimos meses.

A conectividade entre ecossistemas é uma solução emergencial para se evitar as milhares de mortes de animais por atropelamentos e a extinção das espécies. Contudo, a ideia esbarra em alguns problemas de ordem diplomática. Poderá esbarrar também, conforme disse o General Villas Boas, em problemas de ordem de Soberania Nacional, já que vai unir vários países neste corredor. Conforme o General é uma proposta a ser debatida por toda a sociedade. Além disso, necessita de embasamento científico, para a sua avaliação.

Porém, segundo as ONGs envolvidas na proposta, ” o AAA tem como objetivo expandir as ações de cooperação entre governos e países da Amazônia em articulação com a sociedade civil. Qualquer temor quanto ao que se receia de uma possível internacionalização da Amazônia, é infundado. A meta inicial é buscar a conectividade dos ecossistemas e contribuir para evitar o superaquecimento global, preservando as chuvas responsáveis pelas águas de várias regiões do Brasil, pelos lençóis freáticos e subterrâneos. É um tratado de âmbito ecológico.”  Neste caso,  todos sabemos, que na natureza não existem fronteiras e divisas.

Mas, sabemos também, que o mundo está de olho nestas riquezas naturais. Por isso, precisamos escolher bem quem será o novo presidente, para que antes de tudo, ele ajude nossas Defesas, a defenderem nossas águas, nossas florestas, nossos ecossistemas porque nem tudo pode ser  expandido para o agronegócio e mineração, pois,  poderão comprometer o futuro de nosso país.

Por isso, que  possamos escolher bem nosso presidente e as pessoas que vão compor o Congresso,  para que enxerguem a ecologia como uma ciência aliada e não inimiga, que protege nossa soberania, nossa vida, nossa riqueza original.

Talvez, possamos aceitar ajuda de outros países para a conservação da floresta,  com contratos bem elaborados, sem perdermos nossa soberania por isso. Na aldeia global, o mundo está se tornando cada vez mais um único condomínio. O Brasil pode ser além de dono de sua área, um síndico, ainda mais que  naquela região é onde existe o maior aquífero do planeta. Sem dúvida temos que triplicar também nossas Defesas,  que em troca de  garantir as florestas pelo bem do meio ambiente, pode receber apoios e ajudas de países interessados na preservação. Mas, não só o corredor deve ser preservado, mas toda a Amazônia. O perigo é demarcar o corredor e liberar o desmatamento em outras áreas. Seria uma grande armadilha.

Portanto, proteger o coração das águas, que é a Amazônia, é proteger  o sul, sudeste e centro oeste do Brasil. É proteger a vida de nossa Terra. Com a Amazônia protegida,  teremos a segurança de conservar  o único manancial, a única fonte que poderá matar a nossa sede e a de milhões de pessoas em todo o mundo.

 

Eliane Rocha

 

 

 

Fontes:

https://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/periodico/esforcosparaocombateaotraficodeanimais.pdf;  https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/150924_atropelamentos_fauna/ Site: Defesa Aérea & Naval; Corredor Ecológico Triplo A: o pesadelo da perda da amazônia existe, e agora tem mapa, programa e justificativa.


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Eliane Rocha

Venho de uma família humilde e bem brasileira. Sou uma mistura de raças. Meu avô por parte de minha mãe, era filho de indígenas da etnia  tupi guarani do Vale do Paraíba e me ensinou valores como dignidade, amor à natureza e às pessoas humildes. Alto, moreno, era militar e foi o homem mais incrível que conheci. Fui muito apegada a ele e, ele a mim. Se casou com uma italiana sorridente que gostava de contar estórias. Segundo ela, descendíamos de uma família proveniente da Áustria e assegurava que tinha certa realeza no meio. Ficava toda boba por ela me dizer...mas,não sabia se era verdade ou apenas imaginação. Meu pai, era filho de espanhóis. Meu avô com sobrenome judeu e minha avó, um sobrenome bonito: Jordão. Vieram da Europa ainda jovens, eram aventureiros. Vieram sem nada, talvez fugindo da primeira guerra mundial. Começaram  a vida no Brasil costurando colchões de palha e fabricando móveis artesanais. Lembro quando eu passeava com eles, entre sombras e sóis, ao entardecer, por caminhos cobertos de folhas e cidreiras. Comecei a desenhar e escrever bem cedo, aos oito anos, mas, foi aos quinze, que tive minha primeira coluna em um jornal de minha cidade. Sempre no meio da comunicação, continuei a escrever em jornais de outros Estados. Também fiz teatro  e  alguns trabalhos em emissoras de TV. Na televisão, me marcou muito, ter trabalhado com o jornalista Ferreira Netto, o qual me ensinou muitas lições. Me formei na UNISUL, em cinema e produção multimidia. Fiz parte da Antologia Mulheres da Floresta, da Rede de Escritoras Brasileiras, de onde surgiu dois documentários, feitos apenas como uma hand cam: um com os povos kaxinawás - huni kuins - e outro com os povos nukinis, na Serra do Divisor. Vivi na Amazônia nos meus últimos vinte e cinco anos, fazendo entre outras coisas, trabalhos voluntários como socorrista e técnica de enfermagem entre os povos ribeirinhos. ​

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