SER LILITH, EVA, MULHER, SER TOTAL – O MITO II

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“Esse mito deprecia o componente feminino da psique, reduzindo-o à uma simples costela de Adão.

A separação de Adão em componentes masculino e feminino é um processo paralelo.

É equivalente a sua separação do Jardim Paradisíaco¨

Edward F Edinger, Ego e Arquétipo, Cultrix, pg 40

Portanto, Lilith, agora separada de Adão, passa a existir como arquétipo da anima.

Provavelmente, simbolizará a serpente que lhe incita a comer o fruto proibido.

No entanto, é o ato de comer o fruto que traz para Adão a consciência dos opostos.
Condição fundamental para a individuação

Entretanto, como sua consciência ainda é embrionária, ele se aliena.

Essa é de fato a causa que  permite que ele despreze o componente feminino de sua psique.

Com efeito, após esse ato de insubordinação, processa-se o nascimento do ego,  que passa por um mundo de sofrimento e conflitos.

A consciência dos opostos e a resolução desse conflito pelo ego, em princípio, é um processo doloroso.

Invariavelmente, a consciência gera sofrimento.

SER LILITH, EVA, MULHER, SER TOTAL – O MITO II e o nascimento do ego

¨o ato de comer o fruto proibido marca a transição do estado de unicidade inconsciente com o si-mesmo ( o estado sem mente, animal) para uma vida real e consciente no espaço e no tempo.

Em resumo, o mito simboliza o nascimento do ego¨ Edward F Edinger, Ego e Arquétipo, Cultrix, pg 42

Consequentemente, Adão só poderá agora recuperar sua unicidade ao provar os frutos da Árvore da Vida.

Todavia, Javé coloca inúmeros obstáculos para que o fruto se torne inacessível.

Da mesma forma que Adão, o homem só recuperará sua unicidade original perdida, provando e assimilando todos os desafios que encontrar na trilha do caminho da consciência

¨O símbolo da Ouroboros corresponde a um estágio evolutivo que pode ser relembrado na estrutura psíquica de todo ser humano.

Ele opera como um fator transpessoal que aí se encontrava como um estágio psíquico de existência anterior à formação de um ego.

A sua realidade é reexperimentada em todo início de infância.

De fato, a experiência que a criança tem desse estágio pré- ego, refaz a velha trilha percorrida pela humanidade.”

Erich Neumann, História da Origem da Consciência, Cultriz, pg 29

Sobretudo, para que o homem atinja essa consciência, será preciso que combine harmonicamente, tanto as energias masculinas quanto as femininas em seu interior.

Será necessário que o homem se encaminhe para embarcar em seu processo de individuação, orientando-se em direção ao Si -mesmo e não em direção ao ego.

¨O mesmo simbolismo Ourobórico que está presente no começo, antes do início do desenvolvimento do ego, ressurge no
final, quando o desenvolvimento do ego é substituído pelo desenvolvimento do Self ou individuação.


Quando o princípio universal dos opostos já não predomina, e devorar o mundo ou ser devorado por ele, deixa de ser o mais importante, o símbolo do ouroborus ressurge como mandala¨

Erich Neumann, História da Origem da Consciência, Cultrix, pg 29

Próximo artigo da sequência A Mulher/Eva

http://www.grupomeiodoceu.com/internas/2018/11/07/ser-lilith-eva-mulher-ser-total-introducao/

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http://www.grupomeiodoceu.com/internas/2018/11/14/ser-eva-arquetipo-de-eva/




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Claudia Araujo

Aquário com Gêmeos, sou muitas e uma só. Por amar criar com as mãos, sou designer de biojóias e mantenho o site terrabrasillis.com, assim como pinto aquarelas e outras ¨manualidades¨. Por não me entender sem a busca do mundo interno do outro, sou astróloga com 4 anos e meio de formação em psicologia analítica sob a supervisão de José Raimundo Gomes no CBPJ – ISER e já mantive por anos o site Meio do Céu. Nessa nova etapa mantenho o site grupomeiodoceu.com. Dou consultas astrológicas e promovo grupos de estudo de Jung e Astrologia, presenciais e online. São várias vidas vividas numa única existência, mas minha verdadeira história começa aos 36 anos, e o que vivi antes ou minha formação acadêmica anterior, já nem lembro, foi de outra Claudia que se encerrou em 1988. Só sei que uso cotidianamente aquilo em que me tornei, e busco sempre não passar de raspão pelo mapa astrológico do outro. Mergulhar é preciso, e ajudar o outro a se transformar, algo imprescindível. Só o verdadeiro autoconhecimento pode gerar transformação. Não existe mágica, e essa autotransformação não ocorre via profissional, mas apenas através do real interesse do cliente em buscar reconhecer como se manifesta em sua vida cotidiana e qual seu potencial para a transformação. Todos somos mais do que aquilo que vivenciamos. A busca deve passar sempre pelo reconhecimento daquele eu desconhecido que em nós mesmos habita. A Astrologia é um facilitador nessa busca porque nela estão contidos tanto nossos aspectos luz quanto sombra. Ela resolve nossos problemas? A resposta é não. Ela apenas orienta no sentido do reconhecimento de nossa totalidade. A busca é do cliente. A leitura é do astrólogo, mas só o cliente poderá encontrar o caminho de sua totalidade e crescimento responsável. websites : www.terrabrasillis.com e www.grupomeiodoceu.com Fale com Claudia direto no Whatsapp

2 comentários em “SER LILITH, EVA, MULHER, SER TOTAL – O MITO II

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