SER EVA – Arquétipo de Eva

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Eva não era tão poderosa, tampouco, era primordial como Lilith.

De fato, Adão mesmo depois de tê-la como companheira e ser ela a destinada para ser a mãe da humanidade, não se liberta de Lilith.

Portanto, continua a encontrar-se com ela quando adormecido.

Sendo que esses seus encontros oníricos, lhe provocavam ereções noturnas.

Enquanto anima de Adão, o poder de Lilith é aumentado, ele se torna em alguém definitivamente possuído por ela

Ele já não consegue livrar-se de sua lembrança.

Sobretudo, acaba enredando-se cada vez mais em seu desejo por esse elemento feminino que já não mais lhe pertence.

Eva é o arquétipo do feminino maternal instintivo, é o lado mãe, a nutridora da vida
Entretanto, Lilith é o seu oposto, é o lado que Iida com a morte, com a impermanência.
Ademais, é da sua esfera não apenas as transformações, como a sexualidade.
Assim como o são a independência e a capacidade de se gerir.
A vivência Lilith requer determinação, enquanto que a vivência Eva implica em submissão

Eram opostos complementares

SER EVA – Arquétipo de Eva

A mulher Eva tem acima de tudo, uma enorme necessidade de aprovação.

Assim sendo, a necessidade de afeição e aceitação do outro, lhe é fundamental para sua própria sobrevivência.

Consequentemente, não suportaria viver sozinha.

Eva precisa de um marido de forma visceral.

Ademais, é flagrante nesse tipo de mulher, sua insegurança à nível de sua sexualidade, além da pouca estima por si mesma.

Outrossim, sua estima e valorização está sempre direcionada ao outro.

Ela é insegura demais para acreditar num amigo ou mesmo num amante que lhe afirme ser uma mulher interessante

Ela não se acha, e sobretudo, busca sua segurança em um outro.

Analogamente, à sua falta de segurança quanto à sexualidade, ela acaba por dissociar-se desse aspecto de sua vida.

Os aspectos grosseiros quer da sexualidade feminina, quer da masculina, podem ofender seus estruturados códigos de conveniência.

Em síntese, por essa sua não aceitação, sente-se cada vez mais afastada de sua sexualidade feminina.

Conquanto, tem como preço o eterno sentimento de insegurança como companhia.

SER EVA – Arquétipo de Eva e seu maior desejo

O que a mulher Eva desejaria no mais profundo do seu ser é a coragem para enfrentar esses tabus que lhes foram impostos em decorrência da sociedade patriarcal e sobre os quais seu ego se estruturou.

Decerto seu maior desejo seria conseguir conviver com sua sexualidade para poder finalmente, enfrentar uma relação de verdade.

Existe um conto da poetisa Anaïs Nin que descreve bem esse anseio pela vivência do primitivo instintivo Lilith como forma de recuperação de sua inteireza.

¨Lilith era sexualmente fria, e seu marido em parte o sabia, apesar das simulações dela…

Eles estavam sentados ali, juntos, e ele a olhava com uma suave expressão de tolerância, a mesma que costumava manter diante das crises nervosas dela.

Crises de egotismo,de autocensura, de pânico.

A todos os seus dramáticos comportamentos, ele respondia com inabalável bom humor e paciência.

Ela sempre se enfurecia sozinha, suportava sozinha suas intensas convulsões emocionais, das quais ele nunca participava.

Possivelmente, tratava-se de um símbolo da tensão que não ocorria entre eles sexualmente.

Ele recusava todos seus violentos desafios e hostilidades, recusava-se a entrar com ela nessa arena emocional e a reagir à sua necessidade de ciúmes, temores, conflitos.

Talvez se ele tivesse aceitado seus desafios e jogado os jogos que ela gostava de jogar, talvez então ela poderia ter sentido sua presença com um impacto bem maior que o meramente físico.

Mas o marido de Lilith não conhecia os prelúdios do desejo sensual.

Não conhecia nenhum dos estimulantes que certas naturezas selvagens reclamam e, desse modo, em vez de responder-lhe tão Iogo visse seus cabelos se eriçarem, seu rosto mais vívido, seus olhos corno duas tochas de fogo, seu corpo inquieto e impaciente como de um cavalo que aguardasse o início da corrida,….

Mas ele se refugiava atrás do muro da compreensão objetiva, dessa tranquila e irritante atitude de aprovação com a qual as pessoas olham para um animal no zoológico e riem de suas momices, sem penetrar em seu estado interior.

Era isso que deixava Lilith num estado de isolamento – na verdade, como um animal selvagem em pleno deserto.

Quando ela se enfurecia e sua temperatura subia, o marido simplesmente deixava de existir.

Ele mais parecia uma branda divindade que a olhasse dos céus e aguardasse que sua fúria se exaurisse por si mesma.

Se ele, feito um animal igualmente primitivo, surgisse na outra extremidade desse deserto, encarando-a com a mesma tensão energética nos cabelos, na pele e nos olhos, se surgisse com o mesmo corpo selvagem, pisando fortemente e e procurando um único pretexto para dar o bote, enlaçar-se furiosamente , sentir o calor e a força do seu oponente, então eles poderiam rolar juntos pelo chão, e as mordidas poderiam tornar-se de outra espécie, e a luta se transformaria num abraço, e os puxões de cabelo fariam com que suas bocas, seus dentes e suas línguas se unissem.

E, devido à fúria, seus órgãos genitais se roçariam mutuamente, soltando faíscas, e os dois corpos sentiriam a necessidade de penetrar um no outro para por fim nessa formidável tensão¨

Anais Nin, Delta of Venus pg 58/59.

 

http://www.grupomeiodoceu.com/internas/2018/11/07/ser-lilith-eva-mulher-ser-total-introducao/

http://www.grupomeiodoceu.com/internas/2018/11/09/ser-lilith-eva-mulher-ser-total-o-mito/

http://www.grupomeiodoceu.com/internas/2018/11/12/ser-lilith-eva-mulher-ser-total-o-mito-ii/

http://www.grupomeiodoceu.com/internas/2018/12/03/ser-eva-arquetipo-de-eva-ii/



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Claudia Araujo

Aquário com Gêmeos, sou muitas e uma só. Por amar criar com as mãos, sou designer de biojóias e mantenho o site terrabrasillis.com, assim como pinto aquarelas e outras ¨manualidades¨. Por não me entender sem a busca do mundo interno do outro, sou astróloga com 4 anos e meio de formação em psicologia analítica sob a supervisão de José Raimundo Gomes no CBPJ – ISER e já mantive por anos o site Meio do Céu. Nessa nova etapa mantenho o site grupomeiodoceu.com. Dou consultas astrológicas e promovo grupos de estudo de Jung e Astrologia, presenciais e online. São várias vidas vividas numa única existência, mas minha verdadeira história começa aos 36 anos, e o que vivi antes ou minha formação acadêmica anterior, já nem lembro, foi de outra Claudia que se encerrou em 1988. Só sei que uso cotidianamente aquilo em que me tornei, e busco sempre não passar de raspão pelo mapa astrológico do outro. Mergulhar é preciso, e ajudar o outro a se transformar, algo imprescindível. Só o verdadeiro autoconhecimento pode gerar transformação. Não existe mágica, e essa autotransformação não ocorre via profissional, mas apenas através do real interesse do cliente em buscar reconhecer como se manifesta em sua vida cotidiana e qual seu potencial para a transformação. Todos somos mais do que aquilo que vivenciamos. A busca deve passar sempre pelo reconhecimento daquele eu desconhecido que em nós mesmos habita. A Astrologia é um facilitador nessa busca porque nela estão contidos tanto nossos aspectos luz quanto sombra. Ela resolve nossos problemas? A resposta é não. Ela apenas orienta no sentido do reconhecimento de nossa totalidade. A busca é do cliente. A leitura é do astrólogo, mas só o cliente poderá encontrar o caminho de sua totalidade e crescimento responsável. websites : www.terrabrasillis.com e www.grupomeiodoceu.com Fale com Claudia direto no Whatsapp

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