Registro Histórico das Runas I

Registro Histórico das Runas I

O contexto básico do estudo das Runas está em conhecer o seu significado. Sobretudo, por serem símbolos mágicos, somente os sacerdotes, xamãs e iniciados tinham acesso à este conhecimento.

Em função disso, ele foi transmitido oralmente por muitas gerações.

Igualmente, elas não representam uma língua ou escrita num sentido habitual.

Entretanto, por simbolizarem uma linguagem natural, elas preservam em si, foneticamente, seus arquétipos e princípios, ampliando a comunicação, além de, abrangendo o espaço-tempo contínuo.

Desse modo,  a poesia teutônica possivelmente surgiu pela prática divinatória das runas.

I – A chegada do cristianismo:

Historicamente, sabemos que houve um momento onde os costumes pagãos dos povos germânicos e nórdicos foram vencidos pelo cristianismo. Assim, por meio das guerras e disputas, devido a política e a religião, novos hábitos foram sendo impostos.

Com efeito, os velhos modos de sistemas e práticas foram substituídos.

Não vamos aqui entrar em detalhes, como perseguições e alterações de datas comemorativas.

No entanto, basta lembrar que aos poucos os deuses antigos e seus costumes foram sendo rejeitados, esquecidos e suplantados.

A Escandinávia foi resistente. Mas nos séculos X e XI, a Noruega, representada por seus reis cristãos, declarou guerra aos deuses pagãos.

Como resultado,  dizimou seus adoradores, exilando os sobreviventes na Islândia, sendo esta a última reminiscente.

II – A perda de registros históricos:

Muito foi perdido. Houveram muitas perseguições e poucos registros históricos foram deixados.
Tácito é o mais antigo em seu livro, A Germânia.

E foi graças aos monges – devemos muito agradecer-lhes – que apreciavam os antigos poemas e histórias nórdicas e, sendo assim, decidiram registrá-los.

Surgiram também poetas que acrescentavam seus contos entre as histórias cantadas. Assim, surgiram poemas épicos como Beowulf, um herói escandinavo pagão.

Estas obras nos fornecem informações, mesmo que com certa influência cristã.

III – Os manuscritos remanescentes:

E também como fonte de referência histórica literária, temos uma coletânea de poemas em nórdico antigo. O Edda Poética, um manuscrito de autor desconhecido.

Outro manuscrito Islandês do século X, considerado um dos mais importantes e antigo. Compilado na forma de poemas e sagas escandinavas, nórdicas e teutônicas. Ou seja, sagas islandesas, sagas dos reis da Noruega, muitos poemas mitológicos sobre os deuses nórdicos. Além de outros manuscritos de qualidade incomparável e com grande poder criativo. Era o Códex Régios.

Este foi entregue ao Bispo de Skálholt que o presenteou ao Rei da Dinamarca, Frederick III. E ali permaneceu na Biblioteca Real.

IV – Registros posteriores:

No século XII, Snorri Sturluson, um islandês erudito de grande talento, político, historiador, escritor de sagas e poemas. Escreveu em sua língua nativa um registro das Sagas e Lendas nórdicas e escandinavas. Seus mitos e histórias. Antes que se perdessem integralmente.

Seu livro é hoje conhecido como o Prose Edda. Contudo, Sturluson não era um antropólogo. Era sim, um artista literário, um estudioso que primou pela isenção da influência cristã.

Se observarmos, não temos registros exatos das práticas rúnicas. Mas as temos descritas em alguns poemas. Elas estão presentes de forma intrínseca.

Nos Eddas temos três pontos de atribuição às práticas divinatórias rúnicas:

No Poema Völuspá, as Nornas cortam madeira, estabelecem leis e pronunciam os destinos. Enquanto que no Poema Hávamál, no Est 80 temos “…quando se pergunta às runas que foram criadas pelos deuses…”. E no Est 111, “…das runas eu ouvi falar, os conselhos revelados…”.

V – Poemas rúnicos:

Não podemos afirmar a data exata, sabemos apenas que o Poema Anglo Saxônico Rúnico foi composto entre os séculos VIII e IV. Seu primeiro registro confirmado foi um manuscrito do século X. O qual permaneceu em Londres, Inglaterra, na Cotton Library, até o ano de 1731. Quando então foi incendiado junto com outros manuscritos de valor inestimável. O Poema foi salvo devido a uma cópia feita por George Hickes para um trabalho de poemas medievais. Se tornando a única fonte para edições posteriores.

Nos Poemas Rúnicos, cada estrofe se relaciona à uma runa especificamente. E existem alguns efeitos práticos em seus significados. Onde um padrão se desenvolve por etapas, lentamente, passando de um estágio para o outro.

VI – Sistemas rúnicos diversos:

Há outros poemas, gerando diversos sistemas rúnicos. Conquanto os alfabetos sofreram alterações devido às várias localizações. E com o decorrer do tempo foram evoluindo.

O mais antigo, o Elder Futhark, é composto por 24 letras. É o mais antigo registro das formas rúnicas. Conquanto, devido as variações de acordo com cada região, estas podem apresentar formas diferentes e nomes semelhantes.

É o Younger Futhark ou o Futhark Novo.




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Priscila Prisca

As runas vieram pra mim logo no início dos anos 2000. Em 2001, comecei a estuda-las. Havia mais de 20 anos que lia o I CHing. Inicialmente pensei que estava estudando pra mim, mas descobri rapidamente que não, pois minha vida se transformou. Fui morar em São Thomé das Letras no inicio de 2003 e lá as runas assumiram o papel principal na minha vida Desde então, trabalho com elas, atendendo com modos diferentes de acessar as informações, não apenas presencialmente em São Tomé e São Paulo, mas também online devido à minha sensitividade e práticas. Estudo também Astrologia e Numerologia, e sempre buscando pela excelência, buscando a evolução. pelo amor, pelo conhecimento e pela pratica desse conhecimento. Aprender é bom, mas praticar é melhor ainda. contato whatsapp 011 987 391 854

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