Nuances do poder em Plutão
Nuances do poder em Plutão
I – Como atuam as energias de Plutão:
As energias plutonianas atuam no mapa natal de uma maneira lenta, profunda e dramática, dolorosa por sinal. Sua função é trazer à tona da consciência nossa sombra enraizada no inconsciente da psique. A qual, aliás, está submetida ao inconsciente coletivo. Plutão é um planeta geracional. O que em astrologia quer dizer que, suas energias afetam toda uma geração de forma semelhante.
Assim é, que se torna possível que a humanidade possa transcender seus desvios, faltas, falhas e toda gama de características obscuras.
Características que foram erguidas nos egos sociais através dos séculos.
É perceptível ao analisarmos a História Mundial. E rapidamente nos deparamos num incontável número de dramas terroríficos entre poderes que geralmente resultaram em guerras e opressões para a humanidade.
A visualização de Plutão no sistema solar é de 1930, nas primeiras décadas do século XX. Neste contexto, portanto, o mundo ocidental, em grande parte veio a conhecer o poder das grandes guerras.
Por exemplo, em 1932 inicia-se a Guerra do Chaco entre Bolívia e Paraguai.
Ademais, em 1936 estoura a Guerra Civil Espanhola. Além de em 1939 com a ascensão nazista dá-se inicio a Segunda Guerra Mundial. E aqui no Brasil ocorre o Golpe Ditatorial com Getúlio Vargas.
Neste cenário a luta pelo poder (assunto de Plutão) toma formas nunca antes vistas.
Outrossim, o que surge é o uso da tecnologia de guerra, políticas econômicas que passam por cima da humanidade para gerar lucro. Seja ao capitalismo, seja a indústria da guerra, toma proporções imensas. E os governos emergentes desse processo inflam o ego atrozmente com políticas nazi/fascistas.
II – A energia plutoniana na atualidade:
O que Plutão faz é trazer toda essa “sujeira maligna” à superfície. Atualmente vivemos tempos de intensa energia plutoniana. E não à toa que estamos vivenciando uma retomada infeliz ao poder político por personalidades de cunho neo fascista.
Tal como ocorre no Brasil, na Coréia do Norte e nos EUA.
Conquanto, o que acontece é uma necessidade de encararmos e de transformarmos nossa realidade tal qual a construímos dentro do sistema cultural capitalista em que vivemos. Porque a magnitude plutônica se faz sentir por todos; além de por todas as estruturas de poder que tecem a sociedade.
Nos sujeitos que compõe essa trama, o que se quer de Plutão natal é que ele chegue até as entranhas, à sombra que acompanha cada entidade humana.
O local em que Plutão está no mapa, por signo, casa e aspectos irá nos levar por seus domínios. Assim como Hades ao raptar a donzela Perséfone e a fazer sua esposa através de um estupro. O que inegavelmente deixou Deméter enfurecida e triste. A mãe desconsolada, como castigo, evoca um intenso inverno que deixa a natureza morta.
Se levarmos o mito para a psique humana, o que é estuprado é a consciência ingênua do ego, com catarses, mortes, choques, terror, desespero e toda maldade humana que possa haver sob o céu.
Quem disse que Plutão é leve? Nós ao nos apaixonarmos entramos no reino de Plutão, pois ficamos expostos ao outro. A intensidade de dor e prazer é aumentada, porque Plutão é obsessivo, violento, destruidor e sexual. Negar e reprimir forças plutônicas, apenas as fortalecem, pois um sacrifício para Plutão é destino.
III – O processo da profunda transformação:
De modo que, onde Plutão toca é necessária a transformação, a mudança. Mas de uma maneira que se decomponha o velho, o estagnado, o que não presta e aprisiona. Na transformação há eliminação, apodrecimento, ruína, humilhação, o deixar ir o que é inevitável. E muitas vezes caro ao ego. Assim este sofre profundamente e nunca mais será o mesmo.
Quando Plutão atua ele nos deixa sem defesas, mostra-nos a nossa vulnerabilidade e todo lixo psíquico que usamos para encobri-la. Deixar e sentir, sucumbir e subir. Até voltar, elevar profundamente, renascer da própria ruína, este processo é doloroso mas também é fortaleza.
Uma das chaves para não cair no sofrimento sem fim é não tentar se agarrar às velhas fórmulas, hábitos, pessoas. E o que mais o ego engendrar, em grande medida, por medo. Mas passado o trabalho nos infernos pessoais a promessa de Plutão é uma vida renovada.
Vida esta na qual o poder pessoal, o magnetismo sexual, a regeneração, a força, as emoções, a mente, e ainda, também a auto imagem se incorporam de forma autêntica e restaurada na consciência de cada um/uma. Plutão é morte e também vida, é o processo da profunda transformação.
publicado originalmente em 27 de maio de 2017
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