O sucesso do Ayurveda no mundo atual

O sucesso do Ayurveda no mundo atual

O sucesso do Ayurveda no mundo atual deve-se principalmente a dois fatores importantes.

O primeiro a sua história de quase cinco mil anos de tradição, que rompe as barreiras impostas pelo tempo e pelas fronteiras culturais, sobrepondo-se a todas as transformações sociais, políticas e científicas.

O Ayurveda consegue não apenas manter-se vivo em seu local de origem.

Consegue, além disso, também expandir-se, introduzindo-se naturalmente na vida de povos dos mais diversos países.

Em segundo lugar, esse sucesso pode ser atribuído à evolução do Ayurveda em relação ao conceito de ciência.

Mais recentemente, a sua inserção no meio acadêmico, o que constitui uma vitória sobre os preconceitos e sobre o separatismo que a ciência moderna impõe às formas de saber tradicionais.

Esse segundo aspecto configura-se como uma afirmação científica integrada aos moldes racionais e positivistas do mundo ocidental.

Essa verdade é estruturada decerto, a partir dos estudos e pesquisas da ciência oficial.

A estruturação científica do Ayurveda se dá especialmente na Índia.

Nesse país, ele é ensinado tanto nas universidades, quanto nos cursos de medicina e de farmácia.

Isso, em conjunto com os conhecimentos da medicina ocidental moderna.

Durante os seis anos de curso médico, os estudantes de medicina na Índia cumprem atualmente dois anos de estudos ayurvédicos, paralelamente com o aprendizado da medicina ocidental.

Isso demonstra que o Ayurveda, um saber tradicional, mantém-se vivo apesar da invasão da cultura estrangeira.

Dois outros fatores são ainda decisivos na expansão mundial do Ayurveda:

1 – a excelência desse completo sistema de Racionalidade Médica, que se revela uma prática de saúde eficiente e acessível

2. – o trabalho de mestres indianos e vaidyas que se deslocaram para o Ocidente e cuidaram de divulgar o Ayurveda em diversos países.

O Brasil é um país muito jovem se comparado à Índia, com seus cinco milênios de história.

Isso dificulta a compreensão do que seja uma tradição cultural ou um saber médico tradicional que resiste ao tempo, à colonização e a todo o seu processo de aculturação.

Ao se completarem recentemente quinhentos anos após o início da colonização do país, os primeiros habitantes brasileiros, os povos indígenas, manifestaram-se contra uma atitude nacional que expressa a maior de todas as aculturações: comemorar o “descobrimento” do Brasil, como se antes ele fosse uma terra despovoada, sem donos, sem vida e sem cultura.

O afastamento da cultura original foi tão grande que não se reconhece a existência de algo no país antes da implantação da cultura europeia do século XVI.

Na Índia, apesar da força da colonização inglesa, que reprimia as manifestações de identidade cultural do povo indiano, a cultura védica tradicional jamais pôde ser destruída; ela continuou se manifestando no íntimo dos lares e dos corações dos indianos, até o advento da revolução cultural conduzida por Gandhi, a qual devolveu à oficialidade a sabedoria, a filosofia e a ciência tradicionais.

Com a integração do Ayurveda ao sistema político e científico oficial, as universidades abriram espaço para pesquisas e para o ensino acadêmico dessa ciência.

Através disso, confirmarem-se a cada dia as suas bases teóricas através de experimentos cientificamente reconhecidos.

Há ainda muito a ser investigado dos conhecimentos ayurvédicos – como de toda a medicina moderna e de toda a ciência, aliás.

Sabe-se que até hoje menos de um terço dos procedimentos e condutas da medicina ocidental moderna foi pesquisado conforme os moldes mais rigorosos da metodologia científica.

Assim sendo, também o Ayurveda encontra-se em fase de evolução dentro desse rigor científico. Entretanto, já venceu a prova mais difícil de todas, a do tempo.

Além disso, considerando-se a questão do tempo de vida, a medicina científica moderna, com seus menos de duzentos anos de história, pode ser comparada a um embrião em relação ao Ayurveda.

Imutável em seus princípios existentes há cinco mil anos.

O que se pode afirmar é que o Ayurveda cativa por sua genial simplicidade, por sua eficiência como uma terapia natural, atóxica, suave e potencialmente barata, e pela inexplicável magia de revelar há milênios verdades que só recentemente puderam ser desvendadas pela ciência.

Por tudo isso, o Ayurveda é recomendado pela Organização Mundial de Saúde como um sistema médico a ser adotado especialmente pelos países em desenvolvimento, em nome do já antigo sonho de tornar a saúde um bem acessível a todos os cidadãos do planeta.




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Danilo Carneiro

Danilo Maciel Carneiro Médico - CRM-GO 4644 / CRM DF 13080 / CRM SP 190.240 - Médico Especialista em Homeopatia - Membro da Sociedade Médica Homeopática do Brasil - SMHB - Mestre em Ciências da Saúde – Faculdade de Medicina – UFG 2013 - Doutor em Ciências da Saúde com área de concentração em Patologia, Clínica e Tratamento das Doenças Humanas - Faculdade de Medicina - UFG – 2018 - Especialista em Medicina Preventiva e Social - MS / IPTSP-UFG - Membro da Sociedade Médica Homeopática do Brasil - SMBH - Sócio Fundador da Sociedade Médica Goiana de Acupuntura - Membro Honorário da Associação Brasileira de Ayurveda - Responsável Técnico do Centro de Referência em Medicina Integrativa e Complementar da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás – CREMIC - Autor dos livros: “Ayurveda – Saúde e Longevidade na Tradição Milenar da Índia”, pela Editora Pensamento; “Essência da Saúde – Plantas Medicinais e Alimentação”, pela Editora Ciência da Saúde; “A Verdadeira História de Dorys Leine”, pela Editora A Redação. - Médico Clínico desde 1987, Especialista em Homeopatia e Medicina Preventiva, com pós-graduação em Acupuntura, Fitoterapia e Ayurveda. - Contato: danilomacielcarneiro@gmail.com

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