ELEMENTOS E OS NAIPES
ELEMENTOS E OS NAIPES
Introdução
Os Naipes estão associados à expressão dos elementos.
A Palavra Naipe significa “tipo”, “família”, “estilo”.
Esotericamente, os quatro naipes representam os quatro níveis da alma humana, assim como os quatro elementos da natureza que correspondem a esses níveis.
No baralho, as cartas da nobreza
As quatro figuras de cada naipe portanto, representam tanto nossas atitudes, quanto posturas que assumimos no decorrer da vida.
Decerto, variando conforme as situações se apresentam.
As cartas numeradas de cada naipe por outro lado, representam o assunto, aquilo sobre o que estamos tratando.
Os elementos referem-se às forças ou energias vitais que formam toda criação percebida em comum pelos seres humanos.
Eles revelam a capacidade de participar de certas esferas da existência e de nos sintonizarmos com áreas especificas de experiência de vida.
Destaco contudo, que os elementos aos quais me refiro, não tem nada a ver com os elementos da química. Eles transcendem-nos completamente.
O conceito “elementos” aparece em diversas culturas de antiguidade.
Neste artigo, utilizarei os princípios estabelecidos pela tradição astrológica e das doutrinas dos filósofos gregos.
Segundo esta linha de pensamento filosófico, a natureza possui ao todo quatro elementos básicos, também chamados “raízes”.
Esses elementos são:
fogo, terra, ar e água.
Todas as transformações da natureza resultam da interação desses quatro elementos.
Posteriormente, novamente separam-se um do outro.
Assim sendo, tem-se uma ordem quaternária que se traduz por natureza, temperamentos, etapas e manifestações da vida humana.
Dentro de uma visão com enfoque cabalístico. entretanto, os elementos apresentam-se na seguinte sequencia:
Fogo. Agua, Ar e Terra. Ordem esta que explicita o Plano Divino da Criação.
A Cabala descreve o universo como sendo dividido em quatro mundos:
Quando em uma leitura de cartas, determinado naipe tem predominância no jogo, podemos dizer portanto:
Um dos elementos e/ou mundo interior está à tona na vida do consulente, “possuido” e atuante nos acontecimentos.
Por outro lado, quando não há um dos elementos representado no jogo, existe grande probabilidade da falta da qualidade e/ou postura específica ligada a tal elemento nesse momento de vida.
Numa leitura com a técnica da Cruz Céltica, por exemplo, se dentre as dez cartas saírem três de um determinado naipe, isso terá grande relevância.
Assim, quanto maior for o número de cartas de um naipe, maior sua influência no momento representado.
Os naipes são quatro ferramentas, que estão relacionados a diferentes ações humanas, as emoções e temperamentos associados a elas.
O naipe de Ouros está ligado ao comércio e ao prazer da prosperidade;
Enquanto que, o Naipe de Copas está ligado aos prazeres da vida, ao vinho e a alegria;
Entretanto, o Naipe de Espadas, está ligado a guerra, vingança e raiva;
Finalizando, o Naipe de Paus, ligado ao trabalho e fortaleza.
Há também a divisão em quatro temperamentos que são associados aos quatro humores.
Até o século XIX, praticava-se o humorismo, o qual era base de uma teoria comum da anatomia e da psicologia humana que vinculava os quatro elementos às quatro substâncias líquidas no corpo pela integração de quatro qualidades.
Platão, utilizando como base de pesquisa a teoria de Empédocles sobre os quatro elementos.
Nesse sentido, chegou a conclusão de que havia também quatro qualidades radicais: quente, frio, seco e úmido.
Com base nessa teoria, cada elemento possuía duas qualidades, sendo que partilhava uma delas com outro elemento.
Após ser partilhada a qualidade em questão permitia que um elemento se transformasse no outro, e essa teoria constituía a base da crença alquímica na transmutação.
Na Antiguidade, os médicos acreditavam que essa qualidade de partilha entre os elementos permitia o equilíbrio adequado para um corpo saudável.
Com base na mesma teoria, acreditava-se que os humores tinham o poder de aumentar e minguar no corpo, dependendo da dieta e da atividade.
O acúmulo de um humor no corpo, poderia levar à doenças, assim como, o excesso de um deles era associado a um tipo de personalidade ou temperamento.
Em virtude das pesquisas e escritos de Galeno (131–201 d.C.), a teoria dos humores foi dominante e praticada por séculos para explicar a psicologia humana.
Inclusive na Renascença, quando os arcanos do Tarô estavam sendo desenvolvidos.
Podemos, por exemplo, perceber essa influencia na literatura renascentista, como na peça A megera domada, de Shakespeare, dentre outras.
• Temperamentos Humorais e suas características:
Melancólico:
corresponde à bile negra e ao elemento Terra.
Os melancólicos são pensativos e em geral parecem ponderar ideias de peso.
Podem ser gentis, atenciosos e poetas ou artistas visuais altamente criativos.
Fleumático:
corresponde à fleuma e ao elemento Água.
Os fleumáticos em geral esbanjam contentamento e gentileza, mas de forma calma e impassível.
Podem ser tímidos e preguiçosos e até inibir os outros com sua falta de entusiasmo.
Sanguíneo:
corresponde ao sangue e ao elemento Ar.
Uma pessoa sanguínea é otimista, animada, confiante, popular e alegre.
Pode ser sonhadora e em geral tem dificuldades em concluir seus objetivos.
Colérico:
corresponde à bile amarela elemento Fogo.
Uma pessoa colérica é ambiciosa, energética e impetuosa.
É gente que faz e também um líder que tenta inspirar as pessoas.
• Personalidades e breve descrição do tipo no qual é dominante
Sensação:
A Sensação questiona se uma coisa existe e demonstra ter talento para manipulá-la.
É uma investigação do mundo físico, simbolizado pela Terra e equiparado ao naipe de ouros.
Platão recomendava o exercício físico.
Intuição:
A Intuição é um talento para determinar como uma situação se desenvolveu e para onde se encaminha.
É uma investigação direcionada ao inconsciente, que em geral é simbolizado pela Água e, portanto, pelo naipe de copas.
Na versão estoica do platonismo, a filosofia e a meditação eram recomendadas para desenvolver essa virtude.
Pensamento:
Todo mundo pensa que a função Pensamento é apenas intelectual ou analítica.
Ela pergunta por que ou o que é a realidade.
Essa é uma função de tomada de decisão.
Pensar é contundente, porém intangível, como o Ar, e, portanto relacionado ao naipe de espadas.
Sentimento:
O nome é muitas vezes incompreendido.
Os sentimentos não criam efeitos na face ou no corpo.
São muitos mais profundos do que as emoções.
O Sentimento motiva a pessoa a ação, o que é simbolizado pelo Fogo e o naipe de paus.
Chorar e gritar são demonstrações de emoção, mas a raiva pode ser um sentimento, a alegria e a gargalhada são emoções, mas o amor pode ser um Sentimento.
Os quatro elementos, os naipes podem ser vistos como representações das forças ou energias do universo, assim como referencial simbólico para a ordenação evolutiva no desenvolvimento do homem e do cosmo.
