Astrologia e Jung III – A Alquimia II
Astrologia e Jung III – A Alquimia II
Para o alquimista, o interior e o exterior se refletem um no outro e fazem parte integrante do todo.
Portanto, o que está em cima é igual ao que está embaixo e vice-versa, e, assim, a Unidade é obtida.
Isso corresponde exatamente a visão dos astrólogos que decerto, buscam no céu as correspondências para o que ocorre na terra.
Essa descoberta também foi valiosa para a psicoterapia.
Jung entendeu que o ouro buscado pelos alquimistas se constituía em sua própria transformação interior.
Assim sendo, o alquimista ao transformar o caos da prima matéria, transformava também a si mesmo.
Esse era um caminho para o que Jung denominava de individuação.
Os processos alquímicos, eram o processo de individuação.
Ademais, baseado na lei das correspondências, tanto o metal transformado quanto o momento adequado, não se constituíam em escolhas aleatórias.
Os alquimistas derrubam a visão do que seria a realidade numa ótica mundana; e nos planetas que estão no céu encontram a correspondência com os metais que estão na Terra.
A compreensão de um cosmos unificado por meio de interconexões feitas por um determinado número de linhas arquetípicas foi fundamental tanto para a alquimia quanto para a astrologia.
Jung se apaixona pelos estudos alquímicos e mostra a relevância da Astrologia nesse processo de transformação.
Os metais com os quais os alquimistas lidavam, não eram apenas substâncias reais sujeitas à processo de cozimento.
Outrossim, eram também vistos como os planetas, as imagens arquetípicas do inconsciente e os grandes princípios cósmicos escondidos por trás deles.
Em função disso, tanto a alquimia, quanto a astrologia e a psicoterapia nos sugerem estudos não apenas afins, mas ainda, questões interligadas umas às outras.
Uma vez que para eles, os metais tinham sua correspondência com os planetas no céu, havia um momento específico para trabalhar com cada um deles.
Esse momento, sem dúvida, era marcado pelo movimento dos planetas no céu. Aquilo que chamamos de trânsitos planetários.
Havia, portanto, o momento mais adequando tanto para que os metais quanto os afetos individuais fossem trabalhados.
Assim sendo, os conflitos naturais aos quais os textos alquímicos se referiam, assim como as imperfeições da natureza, apareciam retratados num mapa natal através das quadraturas e oposições existentes, que necessitam serem transmutados ao longo da vida do indivíduo para que atuem mais harmonicamente em conjunto.
O momento adequado para que determinada transmutação alquímica se processasse deveria ser buscada através da astrologia, com base nos trânsitos que certamente apontariam o momento inevitável e facilitador.
Ao buscarem seu próprio aperfeiçoamento interior, ou em palavras alquímicas, o diamante, a pedra, o Lápis, eles se orientavam pela Astrologia.
Mais adiante vamos falar sobre a correspondência entre os planetas, metais e constituintes da natureza humana, assim como as partes de nosso corpo que lhes correspondem.
Vamos abordar também os estágios porque passavam esses processos.
Até o próximo texto.
abraços alquímicos
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