O mapa astral: entre a liberdade e o destino

O mapa astral: entre a liberdade e o destino

O mapa astral pode ser lido como uma escrita do destino, nossa predestinação em vida.

Portanto, é como uma bússola celeste que pode nos guiar enquanto seguimos nosso caminho.

Não à toa o mapa é dividido em ângulos.

Seus pontos cardeais são o Ascendente (AC), Fundo do Céu (IC), Descendente (DC) e Meio do Céu (MC), os signos cardinais são análogos a esses ângulos, Áries (AC), Câncer (IC), Libra (DC) e Capricórnio (MC).

Nascemos no AC, somos recebidos por um/uma cuidadora/cuidador/família no IC. No entanto, encontramos nossos parceiros e também nossos inimigos no DC e somos reconhecidos socialmente no MC.

A dinâmica entre esses pontos revela nossa ação no mundo, verificar quais aspectos com os planetas nos mostra os desafios e facilidades que temos durante nossa existência.

Em posse de nosso livre arbítrio podemos escolher como percorreremos nosso mapa natal.

A escolha é se vamos ao seu encontro, ou se negamos e ignoramos.

Fato é que o destino se concretiza, pois a morte é com efeito certeira.

A astróloga Liz Greene no seu livro “A Astrologia do Destino”, trabalha em profundidade esse tema.

Ela trás o mito das Moiras para embasar sua tese, entre outros estudos.

Carl Gustav Jung também se aproxima do destino ao conceituar a sincronicidade.

Para ele os eventos acontecem em sincronia com a necessidade do Self.

Agora vejamos a mitologia das Moiras que são três deusas irmãs

Filhas de Nix (Noite), elas atuam nos destinos dando e retirando a vida tanto de homens quanto de deuses.

São elas:

Cloto, a fiandeira que tece o fio da vida, e portanto, está ligada ao nascimento.

Láquesis é quem desenvolve o tear da vida. Tecendo seus fios mostra tanto os benefícios quanto dificuldades que cada um tem que passar em vida.

Átropos que é quem corta o fio da vida, levando seu portador à morte.

Elas são deusas que também se relacionam com a Lua e com o feminino ancestral. Por conseguinte, têm aproximação com Ártemis e Hécate. Ambas deusas lunares.

Nem os deuses mais solares e ativos ou soturnos tem domínio sobre as Moiras.

O princípio masculino se curva diante do feminino, ou a vida se curva na morte.

Astrologicamente a vida começa em Áries. Áries é um signo masculino. Entretanto, acaba em Peixes signo feminino.

Outro signo relacionado à exuberância de viver é Leão que é masculino. Contudo, outro relacionado ao fim dos ciclos e com a morte é Escorpião, signo feminino.

Mesmo antes do nascimento já estamos recebendo influências astrais.

Na Astrologia a Lua também atua na gestação, o bebê em formação recebe de sua mãe a nutrição (Lua) necessária para o nascimento.

Essa nutrição ou falta dela, regerá o emocional dessa pessoa por toda a vida, tendo ela consciência ou não.

Isso fica mais explícito ao analisarmos o Fundo do Céu, pois ali contém a noção de pertencimento, de raízes, da ancestralidade. É o lar que nos recebe em vida, e sendo assim, mostra como tendemos a formar nossas relações familiares.

O mapa astral é como uma performance pessoal, cada entidade humana fará uso único do seu mapa.

Toda mandala astrológica contém os doze signos, os ângulos, casas e planetas, mas suas dinâmicas variam de pessoa para pessoa, mesmo em irmãos gêmeos, a força de destino é diferente, pois para além do mapa natal, há a consciência e o livre arbítrio que possibilitam as mais diferentes expressões de vidas.

A semiótica pode ser usada para entendermos melhor esses aspectos, uma vez que o signo enquanto significado e símbolo são diferentes em relação ao que pertencem e nesse caso ao mapa astral.

A pessoa “dona” do mapa tem diante de si uma linguagem simbólica, produzida culturalmente, pois a Astrologia é um produto humano, e difere no seu processo histórico.

Sua simbologia atua desde o consciente ao inconsciente, pois é atravessada por mitos primais da existência humana na Terra, no entanto cada um de nós é livre para atuar dentro dos parâmetros de um mapa astral, isso quer dizer que podemos ir ao seu encontro, ou ao encontro de nosso destino.

Ao nos encontrarmos com nosso mapa ou destino, produzimos significados para nossa estadia na Terra, isso nos dá responsabilidade ao assumirmos ou negarmos quem somos.

O mapa astral assim como o destino só é fatídico no que se refere a nascer e morrer, o caminho entre esses dois pontos é onde vivenciamos a liberdade, e é aqui que construímos nossa história pessoal.

Astrologicamente falando os aspectos planetários nos indicam um caminho que pode ou não ser percorrido.

Podemos usar nosso mapa para nos autojustificarmos diante de nossas responsabilidades ou também para nos autodesenvolvermos com responsabilidade diante do que nos é mostrado pelos astros. Como sempre a escolha é pessoal.

E você já fez a sua escolha?

Publicado em : 30 /07/2017

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Fabiane Marques

Astróloga e Historiadora, dançarina e poeta, vai entre os encontros da mente e da expressão, extraindo dos símbolos as conexões entre o existir e o sentir. No passo dos dias atendendo aos comandos do coração para fazer da vida a arte, da escrita a profissão, da dança o caminho, e da poesia a ação. Nada mais, nada a menos para Sol, Lua, Mercúrio e Ascendente em Gêmeos e uma Vênus em Touro, para o ar aterrissar. Contato: famarquescxs@hotmail.com Visite: http://trigonosastrais.blogspot.com/ http://fantasiasdoreal.blogspot.com/ Fabiane Marques

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