Camarão que dorme a onda leva

Camarão que dorme a onda leva

O título, embora procedente, apenas um ensejo para homenagear a Beth Carvalho que ontem foi cantar em outra esfera da existência.

Aproveitando o artigo anterior do Glau Ribeiro, decidi falar sobre consciência e Astrologia.

Inegavelmente, para nós astrólogos, quanto mais inconsciente for o cliente, mais certeira será a previsão.

Analogamente, quanto mais consciente for o cliente, mais difícil será a previsão.

Uma pessoa consciente e que se autoconhece de verdade, decerto não é um camarão que dorme e a onda leva

Quanto maior for seu estado de inconsciência e de desatenção com os ciclos astrológicos, maiores são as chances de ser arrastado pelo destino. Sem dúvida, os ciclos astrológicos são seus ciclos também.

Tanto a atenção às suas vivências anteriores, quanto a maneira de reagir a esses ciclos, decerto, lhe tornará mais cauteloso com relação aos próximos.

Uma pessoa autoconfiante, contudo, não significa uma pessoa consciente

Ela poderá ser apenas uma pessoa auto confiante; muito embora, cega em relação aos seus processos interiores. Essa se constitui num prato cheio para que o destino se cumpra.

Jung apontou para esse fato muitas vezes. Ele alertava que aquilo que não conhecemos sobre nós mesmos, se manifesta externamente como destino.

Um caso que vale a pena ser contado

No século passado, eu participava de um evento cultural numa universidade. O Reitor à época era meu cliente e me convidava para dar atendimento nesses eventos anuais.

Embora houvessem vários patrocinadores, o patrocinador maior era um Banco que já nem mais existe. O representante do Banco, por outro lado, nem sabia o que era Astrologia, porém, disse para meu cliente que não acreditava em nada disso.

Ele toma a iniciativa de pagar uma consulta astrológica comigo, o que decerto, criou uma situação desconfortável para o representante do Banco.

Ele entra no meu stand e me diz que não gostava de nada disso, que sempre teve controle sobre a vida dele e nem sabia qual o horário de seu nascimento. Complementa que só estava ali porque foi meio que forçado.

Segue dizendo o quanto era bem sucedido tanto profissionalmente quanto afetivamente. Era muito bem casado, católico fervoroso e inclusive, dava aulas em cursos de casais. Entretanto, me disse a data de seu nascimento e que era carioca.

Alertei para o fato de que poderíamos fazer uma horinha conversando e ele não necessitava ter uma consulta que não desejava. Tampouco ser indelicado com meu cliente

Inesperadamente, me diz que ia telefonar para a mãe para saber o horário de nascimento. Se dirigiu à reitoria para falar com a mãe.

Mesmo sem seu horário, não resisti à tentação de olhar aonde estavam os planetas em seu mapa. Sol em Sagitário, Nodo Sul e Mercúrio em Capricórnio, Lua, Vênus e Netuno em Escorpião e, em Virgem conjuntos, Plutão, Marte e Urano.

Plutão portanto, havia passado sobre sua Vênus, Netuno e sua Lua alguns poucos anos antes e estava entrando em Sagitário, aonde pegaria seu Sol no início de Sagitário e quadraria com o stellium de Virgem.

Ele voltou com seu horário de nascimento.

Naquela época eu usava o Quick da Blue Star e que como o nome diz, mostra tudo muito rápido.

Assim sendo, vi que tanto sua Lua, quanto seu Netuno e sua Vênus, estavam em conjunção quase no mesmo grau de Escorpião. Olhei as progressões e direções e vi que o período foi demolidor.

Era um sagitariano. Plutão acabava de entrar em Sagitário e pegaria seu Sol e aspecto tenso com seu stellium em Virgem.

Ele não acreditava em nada, assim sendo, decidi começar pelo que havia acabado de passar

Ele era arrogante na forma de ser e dizia ter absoluto controle sobre sua vida. Se dizia frio e calculista…. ok, mas eu não me esquecia de sua configuração em Escorpião.

Resolvi contar para ele sobre o que havia vivenciado. Ele se sobressaltou e me perguntou como eu poderia saber se só ele e a mulher dele sabiam?

Minha resposta: estudei Astrologia.

Desconcertado desejou saber mais, me dediquei a ver o ano vindouro e alertei sobre as mudanças que passaria em sua vida, não apenas no ano vindouro, mas num período ainda maior. Inclusive numa possível transferência do Rio, numa paixão que sentiria e que essa paixão poderia destruir tanto seu casamento quanto sua credibilidade profissional que tanto prezava.

Aconselhei que fizesse uma terapia para se conhecer mais e se precaver quanto ao que estaria reservado para ele caso não tomasse consciência.

Ele não acreditou. Seguiu afirmando que sabia controlar bem o emocional dele e jamais se permitiria. Era até frio em relação às paixões. Jamais se apaixonara.

Pois bem, me procurou quando foi transferido para outro estado, e fiz novamente o alerta e ele se manteve firme e convicto de que era imune às paixões.

Não me cabe aqui descrever detalhes dessa história que foi realmente muito doída para eles todos e muito pesada.

Ele me telefonava com frequência em prantos dizendo: eu enfiei meus 2 pés na jaca¨. Minha vida está se destruindo inteira. Assim foi.

Apostei na inconsciência e na falta total de autoconhecimento, além da soberba quando do atendimento.

Lamentavelmente acertei. Sem controle algum sobre sua vida interna que desconhecia, de fato enfiou os pés na jaca com requintes espantosos. Sua vida ruiu como um castelo de cartas já que estavam todos os agentes, incluindo a esposa, envolvidos com seu ambiente profissional.

Se autoconhecer vale a pena, ele mesmo não sabia quem era. O livre arbítrio está amparado pela consciência. SEMPRE!




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Claudia Araujo

Aquário com Gêmeos, sou muitas e uma só. Por amar criar com as mãos, sou designer de biojóias e mantenho o site terrabrasillis.com, assim como pinto aquarelas e outras ¨manualidades¨. Por não me entender sem a busca do mundo interno do outro, sou astróloga com 4 anos e meio de formação em psicologia analítica sob a supervisão de José Raimundo Gomes no CBPJ – ISER e já mantive por anos o site Meio do Céu. Nessa nova etapa mantenho o site grupomeiodoceu.com. Dou consultas astrológicas e promovo grupos de estudo de Jung e Astrologia, presenciais e online. São várias vidas vividas numa única existência, mas minha verdadeira história começa aos 36 anos, e o que vivi antes ou minha formação acadêmica anterior, já nem lembro, foi de outra Claudia que se encerrou em 1988. Só sei que uso cotidianamente aquilo em que me tornei, e busco sempre não passar de raspão pelo mapa astrológico do outro. Mergulhar é preciso, e ajudar o outro a se transformar, algo imprescindível. Só o verdadeiro autoconhecimento pode gerar transformação. Não existe mágica, e essa autotransformação não ocorre via profissional, mas apenas através do real interesse do cliente em buscar reconhecer como se manifesta em sua vida cotidiana e qual seu potencial para a transformação. Todos somos mais do que aquilo que vivenciamos. A busca deve passar sempre pelo reconhecimento daquele eu desconhecido que em nós mesmos habita. A Astrologia é um facilitador nessa busca porque nela estão contidos tanto nossos aspectos luz quanto sombra. Ela resolve nossos problemas? A resposta é não. Ela apenas orienta no sentido do reconhecimento de nossa totalidade. A busca é do cliente. A leitura é do astrólogo, mas só o cliente poderá encontrar o caminho de sua totalidade e crescimento responsável. websites : www.terrabrasillis.com e www.grupomeiodoceu.com Fale com Claudia direto no Whatsapp

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