SOBRE O FANATISMO

SOBRE O FANATISMO

O engessamento de experiências EXISTENCIALMENTE fundamentais para o ser humano decerto leva ao fanatismo.

h5>E onde há fanatismo, há também o seu oposto: a heresia.

Neste sentido a heresia pode ser entendido como a compensação de uma rigidez que não admite transformações.

De modo geral, as experiências religiosas são desta natureza.

A irrupção de um arquétipo do inconsciente coletivo pode dominar o indivíduo e produzir uma epidemia de radicalismos.

Contudo, este fenômeno é também avistado entre as diversas escolas de psicologia.

A eclosão de uma REALIDADE NUMINOSA indiferencia o ego, obrigando-o a rejeitar qualquer realidade que não seja aquela trazida pela revelação.

Esquece-se com freqüência que por mais que uma realidade NUMINOSA brote de um INCONSCIENTE COLETIVO, tal realidade se manifesta através de um CONSCIENTE PESSOAL.

Assim, dito de outra forma: o “Profeta”, seja qual for a RELIGIÃO de sua preferência, é uma pessoa humana, com sua história privada, filho de pai e mãe, alguém que teve uma infância…

Ele não é alguém caído dos espaço celestial alheio ás típicas implicações humanas.

Portanto, tudo o que sai de sua boca é ao mesmo tempo REVELAÇÃO e OPINIÃO.

Consequentemente, o caráter eterno da mensagem que quer comunicar passa pelo filtro DE SUA PESSOA. Passa pelo filtro de seu EU e, não raramente, de seu interesse, de suas motivações de poder.

O CONSOLO DO SOFRIMENTO, A ESPERANÇA NA IMORTALIDADE, A IDEIA DE QUE O SOFRIMENTO VIVIDO COM PACIÊNCIA LEVA À FELICIDADE ETERNA, constituem a base do INSTINTO DE VIDA.

Esses elementos formam o íntimo das diversas religiões.

O ser humano suporta pouco a ideia de que é finito, de que desaparecerá como pó, sem deixar nenhum vestígio.

Repugna a nós essa dolorosa ideia.

Assim sendo, frente a esse absurdo, temos um antídoto: a FÉ.

A FÉ é uma atitude existencial que desafia as evidências. Se for uma ilusão, então esta ilusão se confunde com a história humana.

Escrevi tudo isto para dizer que Nenhuma revelação é a-temporal, a-histórica e independente de seu locutor.

Se sabemos disso e disso nos atentamos, deixamos de ser massa de manobra fácil dos “grandes” líderes religiosos. Líderes esses, freqüentemente mais interessados nas riquezas mundanas do que propriamente na riqueza espiritual de seu rebanho.




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José Raimundo Gomes

J. R.GOMES é psicólogo clínico no Rio de Janeiro. Tem consultório na Tijuca e na Barra. Contato: jrgomespsi@yahoo.com.br / WhatsApp: 21.98753.0356

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