Esse tal amor…
Esse tal amor…
Muito se fala em nome do amor. Alguns ferem, outros odeiam, e uns tantos matam. E sempre em nome do amor.
Seria interessante nos fixarmos no que consiste o amor.
O sentimento amoroso por um outro ser, aquilo que colocamos nessa categoria, deveríamos poder comparar com o que sentimos por nossos filhos. Muitas vezes também por um irmão, ou mesmo um amigo, e muito mais raramente por um amante ou marido.
Mas ESSE é o amor.
Entretanto, com relação aquele que se torna em nossa linguagem corrente, o objeto de nosso amor, muitas vezes é alvo de nossas piores projeções. Portanto, é através dele que nossa sombra se manifesta.
É necessário que saibamos diferenciar entre amor e projeção.
No amor, é óbvio, amamos; enquanto que na projeção, vivenciamos toda sorte de sentimentos por esse outro.
Assim como cabe até mesmo o ódio.
Muitos relacionamentos começam sob a égide da projeção e afirmamos nessas ocasiões estarmos amando.
Conhecemos a um outro, muito pouco está claro, pois até então não passava de um ilustre desconhecido.
E decerto, por não sabermos muito dele, despejamos sobre ele todas as nossas imagens interiores e passamos a vê-lo como acreditamos que seja. Antes mesmo de termos podido constatar a realidade do que vemos.
Inequivocamente, descarregamos também sobre essa imagem idealizada, todas as nossas expectativas.
Imaginamos, sobretudo, que a partir daquele momento, esse outro, até então desconhecido, seria o responsável por sermos ou não felizes.
Entregamos em suas mãos as rédeas de nosso destino.
Entretanto, quando ele se manifesta aos nossos olhos como de fato é, dizemos que mudou, nos decepcionou, nos iludiu.
Nesses momentos certamente, não estamos amando, estamos suprindo nossas carências e nossas necessidades de vivermos eros.
O mais grave nesses casos, é que quanto mais desconhecido é o objeto de ¨nosso amor¨, mais fácil fica torná-lo alvo de nossas projeções.
Imaginamos a vida que ele vive em nossa ausência, tanto quanto as palavras que não foram ditas, mas apenas intuídas por nós.
Sobretudo, nos apoiamos em sentimentos sobre os quais ele ainda não se manifestou, mas que tecemos como realidade em nosso interior.
E esse outro, por estar preenchido com todos esses conteúdos nossos, ganha um poder tão grande sobre nós, que em sua ausência nos sentimos amputados, lesados, em falta….
Estamos necessitados, tanto quanto possuídos e entregues. Mas dessa opus de interação com o outro, não faz parte o amor.
Não é amor quando ele parte e nos desesperamos. Assim como não é amor, quando ele nos deixa e lhe odiamos.
Não é amor, quando o desejo que temos por ele é de vingança e de ferirmos.
Isso seguramente é necessidade, necessidade de nós mesmos. Daquela parte nossa interior, da qual ele foi o portador, e por intermédio de quem, ela tomou vida e atuou no mundo manifesto.
Amar é… querer o melhor para o outro, mesmo que esse melhor não sejamos nós.
Amar é… ter sentimentos amorosos, mesmo quando ele é um canalha cretino.
Amar é.. sofrer, lastimar, mas ainda assim perceber a ternura em nós.
Amar é … perceber que ele não faz parte de nós, mas é um outro, com uma vida que é dele e a ele pertence.
Amar é… sentir desesperadamente a sua falta, e ainda assim estar feliz pois ele encontrou seu caminho e é feliz, mesmo sem nós…
E você, já amou?
Outros artigos interessantes deste mesmo autor:
- MAPA ASTRAL mapa astrológico carta astral
- Amar o Amor uma questão libriana
- Feitiço da Lua
- O Amor em Escorpião
- Promoção dia dos Namorados – Primeira atividade de Junho
- Um Ano finda e outro se inicia. E daí?