OS ENSINAMENTOS DE JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA CRISTÃ II

OS ENSINAMENTOS DE JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA CRISTÃ II

Raul Branco

Como não podia deixar de ser, essas energias afetaram de forma positiva a vida espiritual do planeta.

As estruturas religiosas foram induzidas a alargar
seus horizontes para abranger outros grupos e outras etnias.

Em virtude da invasão chinesa, que forçou um êxodo de grandes proporções da comunidade monástica tibetana, o budismo tibetano se tornou conhecido.
Bem como, passou a ser praticado por centenas de milhares de pessoas em quase todo mundo ocidental, quebrando, assim, um milênio de isolamento no Tibete.

O sofrimento do povo tibetano foi transmutado.

Isso em benefício dos buscadores da verdade em todo o mundo, com a tradução das obras dos mestres
budistas daquele país e o estabelecimento de centros de ensino do Dharma em vários países do oriente
e do ocidente.

Até a rígida e arcaica Igreja de Roma mostrou sinais de abertura.
Atendendo aos clamores dos fiéis, que há muito se sentiam alienados com os serviços religiosos em latim, uma drástica reforma litúrgica foi implementada.

Dessa forma, permitindo que a missa fosse conduzida
na língua de cada povo e com maior participação dos fiéis.

O sacerdote, que anteriormente oficiava boa parte da missa de costas para o público, passa agora a
voltar-se de frente para os fiéis numa tentativa de quebrar barreiras e promover a comunicação.

Porém, a iniciativa conciliadora mais importante do Vaticano foi o movimento ecumênico.

Depois de muitos séculos de disputas fratricidas a Igreja de Roma, numa demonstração saudável de
humildade, tomou a iniciativa de promover o contato com grupos dissidentes dentro da grande tradição cristã, bem como com outras religiões.

A mudança de atitude foi, em grande parte,
motivada pelo relativo esvaziamento das igrejas católicas.

Isso, face ao rápido crescimento das seitas protestantes e de outros movimentos, como o espiritismo e as religiões ou filosofias orientais.

Esse processo ecumênico, ainda que tímido e cauteloso, em virtude dos ânimos acirrados por séculos de
disputas, muitas vezes sangrentas, promove pontos de união e minimiza os de separação.

Esse ecumenismo tem-se mostrado, no entanto, eminentemente externo.

Mais importante ainda, com imensas perspectivas de vir a provocar mudanças radicais, inclusive ao nível da
espiritualidade das massas de fiéis em todo o mundo, seria um ecumenismo interior, entendido como uma
abertura que leve em consideração todos os aspectos da natureza humana.

Os cultos de praticamente todas as igrejas cristãs tradicionais, tanto antes quanto depois da Reforma, baseiam-se num acirramento do aspecto emocional do homem.

As liturgias, cânticos, romarias e atos devocionais
baseiam-se numa fé emotiva e cega.

A questão da verdadeira fé é de grande importância e será examinada posteriormente, pois ela é um dos instrumentos fundamentais do processo transformador da ioga cristã.

Mas a emoção é apenas um dos aspectos interiores do homem.

O caminho que leva ao Reino dos Céus requer a integração de todos os aspectos do ser humano.
Isso significa que a emotividade religiosa tem que abrir espaço para a razão.
A fim de que as duas, emoção e razão, possam ser integradas e transcendidas, no seu devido tempo, pela intuição.

Isso só ocorre quando o Cristo interior tem condições de despertar no âmago de nossos corações e,

progressivamente, assenhorar-se do comando de nossas vidas.

Esse processo de integração, ou ecumenismo interior, é a essência dos ensinamentos internos de Jesus.
Assim como o aumento da intensidade das energias espirituais neste século se fez sentir ao nível das idéias.
E também dos movimentos e das instituições existentes, com mais razão ainda se fez sentir na alma das pessoas.

Milhões de indivíduos em todo mundo passaram a sentir o chamado do alto.
Esse chamado, sempre sutil, procura por diversos meios fazer com que o homem entenda que sua meta é o Reino.

E que, para atingi-la, torna-se necessário um progressivo desapego do mundo material.

A forma como os homens geralmente sentem esse chamado é por intermédio da insatisfação com sua vida.
Mesmo quando estão aparentemente fazendo as coisas certas e vivendo uma vida ética.

Essa divina insatisfação deslancha um processo de busca, que, inicialmente, é confuso.
Pois o homem não consegue, ainda, identificar exatamente o que está procurando.
Busca livros e outras formas de auto-ajuda, dentro e fora de sua tradição;
procura ouvir todo tipo de palestra sobre temas espirituais.

Procura, enfim, por todos os meios, saciar sua terrível sede da verdade.

continua




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material originário do antigo site Meio do Céu - Claudia Araujo, hoje denominado Grupo Meio do Céu - Claudia Araujo e composto por diversos novos colunistas. Essa é uma maneira de preservar o material do antigo site, assim como homenagear aqueles que não mais escrevem no site e/ou não mais estão entre nós nesse plano da existência. Claudia Araujo

4 comentários em “OS ENSINAMENTOS DE JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA CRISTÃ II

  • junho 27, 2019 em 7:19 am
    Permalink

    O vosso site é de uma riqueza e interesse ímpar.
    Gostaria de receber, por favor, notícias das vossas publicações e tudo o mais que acharem útil.
    Obrigado!

    Resposta
    • junho 27, 2019 em 12:02 pm
      Permalink

      Bom dia João. Agradeço muito seu comentário. É um grande incentivo porque é um site que me toma muito tempo gerenciar, e por vezes, devo confessar que desanima. Saber que está sendo útil gratifica demais. Afetuoso abraço

      Resposta
  • junho 27, 2019 em 12:35 pm
    Permalink

    Joao, vou adicioná-lo no grupo que recebe todas as notificações. Grata.Um abraço de além mar.

    Resposta

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