A estrela polar e sua importância para a astrologia chinesa
A estrela polar e sua importância para a astrologia chinesa
Na antiguidade, a vida do povo chinês estava intimamente conectada com a leitura do Céu (Tien Wen). Saber os ciclos do sol, da lua e das estrelas era fundamental para aproveitar o momento certo de plantar e de colher, a data certa dos cultos e ritos sagrados, a época de guerrear, por exemplo. Por esse motivo, foram criados os calendários lunar e solar que obedeciam as fases do sol e da lua e os ciclos das estações.
As práticas místicas e do cotidiano do chinês estão ligadas ao movimento celestial
Dessa maneira, o chinês guiava sua vida baseado no movimento do céu e, principalmente, das estrelas, que eram vistas do hemisfério norte. Portanto, a tradição taoísta considerava a energia que estava no céu relacionada diretamente à energia terrestre. Por causa disso, os taoístas desenvolveram estudos sobre as energias celestiais, que emanam de estrelas e de toda carta celeste.
Certamente, a ideia de conectar a energia da terra com a energia do céu vai nortear também as práticas de cura, de meditação e de divinação. Muitas escolas taoístas de qi gong e tai chi, por exemplo, alinham seus movimentos e respirações com as estrelas. Todavia, esse alinhamento é feito de forma a alcançar os efeitos de transformação energética.
Dez Troncos e Doze Ramos e os desdobramentos energéticos do céu e da terra
Um dos conceitos mais importante que tem origem no pensamento da combinação energética do céu e da terra é o dos Dez Troncos Celestiais e dos Doze Ramos Terrestres.
Ambos são vistos como desdobramentos energéticos dos Cinco Movimentos (Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água) e suas polaridades Yin e Yang.
A carta celestial chinesa antiga continha 10 mil estrelas
Os estudiosos encontraram uma carta do céu chinesa que eles consideram uma das mais antigas do mundo. Datada da Dinastia Tang (618-907), a carta celestial conta com mais de 10 mil estrelas. Desde os tempos mais remotos os chineses se interessavam pelo conhecimento dos fenômenos celestiais.
Na China antiga, não havia uma separação entre o conhecimento astrológico e o conhecimento astronômico
Evidentemente, na visão chinesa de outrora não havia uma cisão entre o que chamamos hoje em dia de astrologia e astronomia. Ao longo de inúmeras dinastias, os astrólogos eram mantidos na corte a serviço do Imperador. Nessa época, alguns sistemas de estudos astrológicos e de divinação foram criados tendo por base o movimento das estrelas. Dentre todas as estrelas da carta celeste certamente a estrela polar é reconhecida como a de maior importância. Ao ver a estrela polar os taoístas começaram a desenvolver as suas práticas místicas e cotidianas em sintonia com a energia estelar.
A importância da estrela polar
Na zona circunpolar do hemisfério norte, a estrela polar representa o eixo central. Em torno dela, todas as outras estrelas estão conectadas. No céu da China, a estrela polar parece estar sempre imóvel, no centro e no seu ponto mais alto. Contudo, ele está em movimento.
O Zi Wei Dou Shu considera a estrela polar como o Imperador
A escola astrológica que dá origem ao Zi Wei Dou Shu considera a estrela polar como o Imperador celestial. Assim, é em torno dela que giram as outras constelações e estrelas. Desse modo, no Zi Wei Dou Shu, tal como como na corte, temos vários ministros e autoridades e os intelectuais e servidores. São estrelas de natureza yin ou de natureza yang. Decerto, todas as estrelas com grandezas de brilho diferentes.
A estrela polar irradia sua energia pela estrelas da Constelação da Ursa Maior
Inicialmente a estrela polar irradia energia para as estrelas da Ursa Maior. Por sua vez, a Ursa Maior dissipa essa energia para todas as estrelas restantes.
No sistema do Zi Wei Dou Shu temos como configuração principal a estrela polar, cercada pelas treze estrelas. Portanto, são sete estrelas da ursa maior (que é chamada constelação do norte) e seis estrelas da constelação do sul. As estrelas da Ursa Maior são de natureza Yang e as estrelas da Constelação do Sul são de natureza Yin. Na linguagem do I Ching, o número sete representa a natureza yang ao passo que o número seis representa a natureza yin.
A estrela polar é a como a consciência que reúne em torno de si as polaridades yin e yang
Concluindo, a união das estrelas do norte e do sul, comandadas pela estrela polar, simboliza a consciência central que reúne as polaridades yin e yang. Por isso, os chineses escolheram esse sistema para suas leituras do destino. Ademais, seguir os passos do Zi Wei é contactar a natureza humana que está sob a orientação do céu.
Crédito da imagem: Faaiq Ackmerd/Pexels
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