ṢÀNGÓ, O DONO DA JUSTIÇA
ṢÀNGÓ, O DONO DA JUSTIÇA
Justiça é dom divino. Resista o quanto quiser, teime o quanto puder, iluda com razões e motivos, mas sempre a justiça de Ṣàngó irá se impor, pois ela nunca falha.
Ninguém segura o fogo da verdade, ninguém engana a Justiça que mora dentro de nossas próprias consciências.
Ṣàngó está no que é justo. É o rei que cospe fogo pela boca quando vê ingratidão. Não tolera injúria, não aceita maledicência.
Luta com seu oṣé, o machado de dois gumes. Incansável, incorruptível, Ṣàngó mostra que a justiça não pode ser tendenciosa. Ṣàngó não descansa, enquanto o erro não for reparado.
Rode o ṣẹ̀rẹ̀, clamando por justiça. Ṣàngó responderá falando com a força dos trovões. Ele estará presente, sempre ao lado de quem dele necessitar.
Ṣàngó é o calor do fogo, a magia da labareda que arde e consome o mal. Ele é o vigor, a ânsia de viver, é a rocha inabalável que impõe a grandiosidade do seu poder.
Ṣàngó é intenso, vibrante. Ṣàngó está na eloquência, na exaltação do debate, no império das opiniões.
Glutão, Ṣàngó gosta de saciar-se pela boca. Aprecia o que é farto, quer o prato quente; como quente é sua personalidade.
Ṣàngó gosta de vida, de amar e de ser amado. Rei de Ọ̀yọ́, cria a dinastia dos Aláàfin. Ṣàngó é vivo até hoje. Ṣàngó sempre vive na feitura de justiça.
Káwò ó kábiyèsí lé! (Permita-nos olhar para Vossa Majestade!) Permita-nos, Ṣàngó, enxergar o fogo da Justiça!
Rio, 15/3/16
(Série “ORIXÁS” – CASA DE OXUMARÊ)
