A viagem dos ricos para a lua e a fome no mundo.

A viagem dos ricos para a lua e a fome no mundo

Embora muitas vezes a política externa dos EUA nos surpreenda com sua agressividade, temos que convir que é difícil não amar a sua cultura, suas músicas, seus artistas, seus filmes, o avanço na ciência, suas contribuições humanitárias.
Porém, felizmente, para quem conhece as vantagens e as virtudes também do Brasil, o fato de gostar do irmão do norte não é defeito. É qualidade de quem não inveja, visto que não temos motivos para isto: nosso país é lindo, sua cultura é maravilhosa e seu povo mais ainda. A diferença é que a riqueza não é bem administrada como deveria.

A realidade é que, o sonho de alguns brasileiros há muito tempo, é pertencer ao governo norte americano. Porém, pertencer a outro país é bem diferente de ser parceiro. Para ser parceiro, não é preciso bater continência, bajular ou coisa parecida. Mas, há aqueles que escolhem ser subordinados, pois é conveniente para seus próprios interesses: eu te ajudo, tu me ajudas… e nós nos ajudamos… eu te entrego, tu me entregas e nós nos entregamos.
Com certeza, para quem quer preservar a individualidade de um país, não é uma boa medida.
Porém não é sobre esse assunto que vim discorrer aqui. Há algo bem mais lunático que merece nossa atenção.

Como muitos sabem, o plano de Trump, como foi anunciado esta semana, é dar folego não só para explorar a lua, Marte e talvez outras galáxias distantes, mas, também colonizar. E não é só dele: é dos homens mais ricos do mundo.

E aí vem a pergunta: quantos trilhões de dólares serão empreendidos pelo governo dos EUA e por estes trilionários, em algo que nem sabem se dará certo? Além de viagens, pretendem fazer mineração de asteroides. A ideia pode até ser boa, mas até lá, quanto nióbio, quanto urânio, quantas águas da Amazônia, quantas espécies de plantas e animais precisarão retirar para dar condições de povoamento na lua ou outros lugares? Quanto custará a moderna arca de Noé? Haverá tempo para viabilizar esta transferência?

Talvez, o mais novo embaixador do Brasil nos EUA indicado pelo pai, tenha a resposta.
Além do plano de Trump em colonizar a lua, pode haver outro, para dar sustentação ao projeto. É aí que entra o Brasil não só pela matéria prima que possui, mas, também pela força de voto que dispõe.
Conforme as eleições passadas nos EUA, nunca tantos latino americanos – 27,3 milhões – estiveram habilitados para votar no país. Destes, boa parte eram pertencentes às centenas de igrejas evangélicas brasileiras, que existem por lá. Inclusive, em uma entrevista feita pela BBC Brasil em 2016, um líder evangélico afirmou, que 80% dos fiéis das igrejas brasileiras nos EUA, são cidadãos americanos e votam nas eleições. O negócio é realmente vantajoso.

Os evangélicos e a reeleição nos EUA.

Embora a maioria dos brasileiros, na época, fosse contrária ao presidente Trump, há uma grande chance no próximo pleito, de sair em sua defesa, já que este possui valores conservadores. Com a ida do filho de Bolsonaro como Embaixador, consolida-se uma parceria estratégica, há um tempo formada no Brasil, como também em Israel.      Com o aval dos dirigentes evangélicos daqui e dos republicanos de lá, o bloco se consolida.
As bancadas ruralista, evangélica e da bala no Brasil, agradecem.

Voltando à lua…

Nada contra a evolução do homem e a exploração da ciência. Mas, em termos de urgência e de humanidade, quantos bilhões de bocas famintas estariam precisando do dinheiro investido nestes bilionários empreendimentos ao nosso satélite? Quantos bilhões de seres humanos vão ficar esperando por um prato de comida, um pouco de dignidade em suas vidas enquanto governos e uma minoria de famílias ricas fazem um tour pelo espaço ou pensando em fugir? Quantas maravilhosas criaturas marítimas e selvagens ficarão sem socorro para sobreviver, vítimas das catástrofes ambientais mais graves que estão por vir? Quantas toneladas de lixo o governo norte americano, deixará para trás, enquanto coloniza o espaço? E por fim, quantos satélites que orbitam a Terra, verdadeiros lixos, cairão sobre nossas cabeças, enquanto gastam fortunas com sonhos nem tão urgentes assim?

Portanto, que tipo de façanha  há mérito, se deixar atrás de si, um rastro de abandono e crueldade com outros seres humanos e a natureza?

Dá para imaginar, que espécie de paraíso, pessoas como Trump, Bolsonaro, Maduro, Putin e presidentes de outros países possuem em suas mentes? Seria um paraíso árido e seco como a lua, um planeta quente e infernal como Marte, um planeta cheio de lixo, guerras, águas envenenadas, sem florestas, com a população cheia de doenças, vítimas da miséria pela falta de solidariedade? E não é só o presidente como a maioria dos homens que fazem parte de seus governos.
Eles querem fugir do tema, mas não tem por onde correr. Preferem falar de abobrinhas enquanto o tema urgente é bem outro. Acontece, que seria louvável sim conquistar o espaço e financiar a ciência para suas explorações, se paralelo a isso, ajudassem a acabar com a fome no mundo e recuperassem a natureza. Seria muito melhor que financiassem a salvação do planeta, plantando árvores, tirando o lixo dos mares, evitando envenenar as águas dos rios, financiando carros com painéis solares o mais urgentemente possível.
Que evolução científica é essa, se nem mesmo consegue resolver o problema de seu próprio lixo? Se somente agora estamos descobrindo tecnologias mais limpas de energias renováveis… se somente agora estamos no impasse de preservar a Amazônia, que é sem dúvida – para quem conhece – um dos paraísos mais completos existente na Terra…se estamos em um momento que o homem pode dar uma virada para salvar a Terra … mas, no entanto, vão gastar trilhões em direção oposta?
Se bem analisarmos, mesmo que não consigamos salvar tudo, ao menos poderemos resgatar um pouco do paraíso perdido, desta vez, de maneira até melhor, com mais evolução, com mais conhecimentos.

 

O reflorestamento de trilhões de árvores da várias espécies como medida urgente de resfriamento do clima pode conter o derretimento das calotas polares. Seria um primeiro grande passo para a reconstrução do nosso sistema.
Se o governo dos EUA deixasse sua obstinação de lado para reconhecer em seus potenciais inimigos, parceiros para esta grande empreitada, seria um exemplo de evolução ética e humanitária.  Porém, porque não consegue dar este passo para a paz, como fez com a Coreia do Norte?
Por que as nações não se unem para salvar o planeta? Por que os Exércitos, não se unem para proteger as nações de déspotas e irresponsáveis que matam crianças e inocentes aos milhares? São perguntas que realmente nós, a maioria das mulheres, das mães, gostaríamos saber, em nome dos nossos filhos. Para nós, não interessa religiões, raças ou etnias. Mas, sim a proteção de nossas crianças, dos animais e meio ambiente.
Por que então, estes homens, como crianças, ainda querem ser os primeiros a irem à lua ou mesmo disputarem quem possui a mais potente bomba atômica do mundo, se não sabem nem mesmo cuidar dos filhos e netos em seus países de origem?

Que Deus é este que dizem servir? Seja Ele com o nome sagrado de Allah, Oxalá, Javé, Buda, Tupã… que Deus é este que existe em cada povo, que não ensina o amor e o perdão acima da justiça e a justiça em nome da paz?

E se ensina, porque razão os líderes políticos não conseguem obedecer?
Todo chefe de governo, todo aquele que tem poder ou dinheiro, possui a responsabilidade e o dever de fazer este mundo melhor para as crianças, priorizando as urgências. E que urgência maior seria investir pesado na recuperação do planeta e na proteção da humanidade?
E por fim, que paraíso seria mais perfeito que uma Terra com águas límpidas, ar puro, florestas e animais, pessoas humildes mas vivendo com dignidade e em paz no planeta? Seria difícil reconhecer isso?
Se estes homens que estão no poder – por pouco tempo – porque morrerão como outro qualquer, não tiverem esta consciência, se não tiverem esta sensibilidade de urgência de salvaguarda da Terra, de nada valerão seus esforços, suas riquezas e empreendimentos. Não ficarão na história como os homens que ajudaram a recuperar o meio ambiente da Terra.
Destruirão um legado, uma riqueza natural  deixada por um Deus que eles professam, mas, nunca souberam respeitar.




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Eliane Rocha

Venho de uma família humilde e bem brasileira. Sou uma mistura de raças. Meu avô por parte de minha mãe, era filho de indígenas da etnia  tupi guarani do Vale do Paraíba e me ensinou valores como dignidade, amor à natureza e às pessoas humildes. Alto, moreno, era militar e foi o homem mais incrível que conheci. Fui muito apegada a ele e, ele a mim. Se casou com uma italiana sorridente que gostava de contar estórias. Segundo ela, descendíamos de uma família proveniente da Áustria e assegurava que tinha certa realeza no meio. Ficava toda boba por ela me dizer...mas,não sabia se era verdade ou apenas imaginação. Meu pai, era filho de espanhóis. Meu avô com sobrenome judeu e minha avó, um sobrenome bonito: Jordão. Vieram da Europa ainda jovens, eram aventureiros. Vieram sem nada, talvez fugindo da primeira guerra mundial. Começaram  a vida no Brasil costurando colchões de palha e fabricando móveis artesanais. Lembro quando eu passeava com eles, entre sombras e sóis, ao entardecer, por caminhos cobertos de folhas e cidreiras. Comecei a desenhar e escrever bem cedo, aos oito anos, mas, foi aos quinze, que tive minha primeira coluna em um jornal de minha cidade. Sempre no meio da comunicação, continuei a escrever em jornais de outros Estados. Também fiz teatro  e  alguns trabalhos em emissoras de TV. Na televisão, me marcou muito, ter trabalhado com o jornalista Ferreira Netto, o qual me ensinou muitas lições. Me formei na UNISUL, em cinema e produção multimidia. Fiz parte da Antologia Mulheres da Floresta, da Rede de Escritoras Brasileiras, de onde surgiu dois documentários, feitos apenas como uma hand cam: um com os povos kaxinawás - huni kuins - e outro com os povos nukinis, na Serra do Divisor. Vivi na Amazônia nos meus últimos vinte e cinco anos, fazendo entre outras coisas, trabalhos voluntários como socorrista e técnica de enfermagem entre os povos ribeirinhos. ​

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