SOBRE O ORGULHO E A HUMILDADE

SOBRE O ORGULHO E A HUMILDADE

“A HUMILDADE DESPE O INDIVÍDUO DA VESTE DOS IDEIAS ESPÚRIOS QUE ELE TECEU PARA DISFARÇAR E EMBELEZAR SEU SER IMAGINÁRIO.” THOMAS MERTON

Porque tendemos a fabricar vestes brilhantes?

Vestes que sobretudo, menos pela beleza e mais por vaidade, escondem o nosso verdadeiro ser?

Por que tememos tanto as nossas fraquezas quanto nossas vulnerabilidades? Elas nos envergonham?

Elas nos despem do desejo ilusório de ser um “deus”.

Portanto, nos roubam um narcisismo que nos convenceu de que somos seres muito importantes? ou ainda, melhores do que os outros?

O temor de ser quem se é, ainda que possa ser reforçado por traumas infantis, está muito além dos limites da história pessoal de cada um nós.

Diversos mitos falam dessa tendência chamada pelo judeu-cristianismo de “pecado original”.

O “pecado original” narra essa inclinação natural de todo ser humano de se auto proclamar perfeito. Sobretudo, de entender-se como fonte perene de sabedoria.

Isso geralmente, faz com que olhemos nossos irmãos como seres inferiores por não deterem a mesma sabedoria que julgamos possuir.

Esse estado de inflação do ego é decerto a fonte do orgulho.

essa insanidade nos faz acreditar sobremaneira acreditarmos que não devemos à vida.

A vida, esse outro nome de Deus, o que recebemos. Nos faz crer antes de mais nada, que somos nós mesmos a fonte de tudo que acumulamos.

Pôntico, um padre do deserto do século III, observou esse fenômeno pisco-espiritual nos ascetas de seu tempo.

Submetidos a uma rigorosa disciplina espiritual o monge do deserto galgava estados mentais importantes, libertando-se das muitas tentações da sua própria sombra.

Ao dar-se conta de que não se encontrava mais refém de certas tentações, o monge enchia-se de vanglória abrindo seu espírito para o domínio do demônio (termo usado por Evágrio) do orgulho que tomava a alma do monge, levando-o a cometer toda sorte de excessos.

Para livrar-se desse perigo que, diga-se de passagem, é um perigo impossível de ser evitado no caminho da Individuação, prescreve o grande homem a medicação certa para des-inflar o ego, entumecido pelo orgulho.

E que medicação amarga era essa cujo poderes corrosivos derrubavam a ilusória arquitetura de um eu sedento de aplausos?

Resposta de Evágrio: a humildade.

Só a humildade e nenhum outro remédio poderia trazer o monge de volta para o seu verdadeiro ser real.




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José Raimundo Gomes

J. R.GOMES é psicólogo clínico no Rio de Janeiro. Tem consultório na Tijuca e na Barra. Contato: jrgomespsi@yahoo.com.br / WhatsApp: 21.98753.0356

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