Astrologia Tradicional
Astrologia Tradicional
A Astrologia Tradicional ou Clássica é a constituição de mais ou menos dois mil anos de afirmações astrológicas,
que evoluíram com o seu contexto histórico e cultural.
Uma das consequências de estudarmos a Astrologia Tradicional é o conhecimento das origens do saber astrológico, e é sobre isso que iremos discorrer nesse artigo.
O pensamento astrológico começou a ser delineado na Grécia antiga
, tendo como pioneiros Marcus Manilius (Astronomicon) e Dorotheu de Sídon (Carmen Astrologicum), ambos do século I AD. No século II AD vieram Vettius Valens (Anthology) e Anthiocus de Atenas (The Thesaurus).
Dessa mesma época, mas não fazendo parte da cultura grega, Claudius Ptolomeu compilou o famoso Tetrabiblos.
Com a ascensão do Império Romano a Grécia foi dominada e a Astrologia foi deslocada para Roma.
Nesse período não aparecem nomes de grande destaque no pensamento astrológico, mas ficaram até hoje, os nomes dos deuses romanos nos planetas.
Com a queda do Império Romano, a Astrologia foi, mais uma vez, deslocada e sobreviveu no mundo oriental, especialmente no Império Bizantino.
Iniciou, então, uma nova fase da Astrologia e dessa vez no mundo árabe. Foi um período de grande desenvolvimento, e daí vieram as tabelas, os cálculos,o uso das orbes para os aspectos e os sistemas de Casas, dentre outras técnicas agregadas.
Os nomes mais conhecidos dessa época são: Firmicus Maternus (Mathesis – escrito por volta de 334), Abu’Ali Al-Khayyat (770-835) – O Julgamento das Natividades, Abu’Mashar (787-886) – The Abbreviation of the Introduction to Astrology e On Reception e Al-Biruni (973-1048) – The Book of Instruction in the Elements of the Art of Astrology.
Esse sistema retornou para a Europa na época das Cruzadas
e foi sistematizado, principalmente, no trabalho de Ibn Ezra (século XII) com o Livro do Julgamento das Estrelas e Guido Bonatti (século XIII) com Liber Astronomiae.
Esse sistema permaneceu ao longo de toda a Renascença até a Idade Moderna com poucas alterações, e seus textos foram escritos em Latim.
Surge, então, um novo período conhecido como Astrologia Medieval, o qual foi o momento em que o saber astrológico ficou mais conhecido e difundido na Europa.
Grandes astrólogos e livros surgiram nesse tempo: Jean Baptiste Morin (1583-1656) com Astrologia Gallica, William Lilly (1602-1681) com Astrologia Cristã, Nicholas Culpeper (1616-1654) com o Julgamento Astrológico das Doenças, William Ramesey (1626) com Astrologia Restaurata e John Partridge (1644) com Mikropanastrom.
A Astrologia era largamente ensinada nas universidades, inclusive, seguindo uma sequência didática: iniciando pela Astrologia Horária (mapas de perguntas), Astrologia Eletiva (mapa para iniciar alguma coisa), Astrologia Natal (mapa de pessoas) e Astrologia Mundial (mapa de países).
Embora existissem reformadores no Século XVII como Kepler,
foi somente por volta de 1700 com o surgimento da Revolução Industrial, que a tradição astrológica foi seriamente rompida.
A partir daí, foram 200 anos em que a Astrologia caiu em desuso e não se falava mais dela.
Foi, somente, a partir de 1900, pegando carona na recente Psicologia, que a Astrologia retornou; porém, com uma nova roupagem: ficou mais psicológica e voltada ao auto-conhecimento. Essa nova roupagem foi chamada Astrologia Moderna e é a que atualmente ensina-se nos cursos de formação.
Com relação à Astrologia Clássica, voltou a ser estudada na Europa por volta dos anos sessenta. No Brasil esse retorno aconteceu a partir dos anos 90 e, atualmente, cresce o interesse pela Astrologia Tradicional.
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