OBÁ, A RESSENTIDA
OBÁ, A RESSENTIDA
Obá é a paixão que cega, a devoção desmedida, a fidelidade ao Ser amado. É também um rio turbulento que corta a Nigéria, assim como o amor que corta o coração.
É a esposa mais velha de Ṣàngó. Decerto Ọbá é a síntese da mulher madura que se vê rejeitada por outra pessoa.
É tanto uma caçadora quanto uma guerreira incansável. Usa o arco, usa a flexa, e igualmente usa a espada. Não se humilha, também não se abate, entretanto, quer a reparação.
Ọbá rege as águas agitadas dos rios, tanto quanto as quedas d´água, as enchentes, as paixões. Ọbà está no ciúme, na fúria feminina, na dor da perda amorosa.
O rio Ọbá até hoje atravessa Ọ̀yọ́. Caudaloso, barulhento, perigoso. Abastece de água e de ameaças a quem não souber nadar nas suas águas de mistério.
Ọbá é a dona do lado esquerdo do corpo. É sobretudo, incompreendida e enigmática. Madura, é Senhora que participa da sociedade secreta das mulheres. É a mãe dos Àbíkú.
Seu culto é originário da cidade yorùbá de Elẹkò, mas se estendeu mundo afora. Onde há paixão, está Ọbá. Onde há a mulher sofrida, Ọbá irá protegê-la.
Ọbà ṣiré! (Festejemos Ọbà!).
Rio, 03/3/16
(Série “ORIXÁS” – CASA DE OXUMARÊ)
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