YEWA, A BELA ORIXÁ
YEWA, A BELA ORIXÁ
A delicadeza das águas, magicamente se transforma na pureza do ar. Yẹwa é exatamente assim. Tanto sutil quanto encantadora e transformadora.
Yẹwá muda a tarde, em noite. Portanto, Ela é o crepúsculo que pinta o céu de grená
Yẹwá está sobretudo na transmutação dos elementos. É bela, assim como tímida, também solitária e introspectiva. Yẹwá é o botão que se tornará flor. É analogamente, a menina que se transformará em mulher.
Ninguém entende perfeitamente Yẹwá, porquanto só ela sabe o que sente. Igualmente, só ela sabe onde quer estar.
Só ela faz a água dançar no ar, virando vapor.
Para alguns, aparece como uma cobra fêmea. Para outros se revela como o vermelho do arco íris.
Yẹwá se esconde. Só se mostra a quem ama.
E só quem a ama consegue percebê-la em sua delicadeza.
Yẹwá está no poder de transmutação da dor em sabedoria, da experiência em aprendizado, da fé em realização.
Ela sabe manejar o arco, a flexa e a lança. Yẹwá caça e luta, em busca do amor idealizado.
Foi na cidade yorùbá de Ẹ̀gbádò que começaram a reverenciar Yẹwá. Se encantaram por ela. Yẹwá os conquistou. Ẹ̀gbádò hoje se chama Yẹwá, no Estado nigeriano de Ogun.
Yẹwa é a pureza que há em nossos corações. Rírọ̀! (Brandura!). Que nossos corações sejam sempre puros como o seu!
Rio, 07/3/16
Márcio de Jagun
(Série “ORIXÁS” – CASA DE OXUMARÊ)
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