De Amor e de Sombras
De Amor e de Sombras
A pergunta a se fazer é aonde de fato habita o amor, assim como, aonde de fato habita nossa sombra?
Sem dúvida, a resposta inequivocamente é a mesma. Ambos habitam em nós mesmos.
Há cerca de um mês atrás, fui com meu neto assistir à nova versão do Rei Leão. Não havia assistido a primeira.
Alguns detalhes nada infantis me chamaram prontamente a atenção.
Primeiro, o ¨dono do pedaço¨ era um Leão, Mufasa. Ele era o rei, o dono do território.
Entretanto, embora dono de tudo, aconselha seu filho, o futuro rei, a não pisar aonde o sol não batesse.
Por conseguinte, a não se aproximar das terras sombrias aonde viviam as hienas. Ele também não costumava ir até ali.
Ali ele não tinha domínio, e justo ali quem dominava era seu invejoso irmão, Oscar.
Algumas associações foram inevitáveis: leão -sol – consciência. Todos eram bons e empáticos no lado aonde o sol batia. Seguindo: Oscar e Mufasa – ego e sombra.
Esses são elementos que bem simbolizam o ego, e aonde ele se sente o rei.
Por outro lado, havia a região das sombras.
Local aonde seu irmão Oscar tinha poder e que apresentava riscos tanto para Mufasa quanto para seu filho Simba, o futuro rei.
Evidente que fácil foi olhar Oscar como a sombra do rei Mufasa, e também perceber que ao fugir dali, em lugar de conhecer melhor esse lugar, cavou sua própria sepultura.
Por conseguinte, Mufasa não conhecia a extensão de sua sombra. Não mergulhou nos recônditos escuros de si mesmo.
Manteve-se na confortável situação de frequentar apenas os locais aonde todos lhe reverenciavam, e perdeu uma grande oportunidade.
Mufasa evitava um confronto com seu inconsciente e com sua sombra e acaba sendo vítima dela.
Todos temos nossa luz e nossa sombra.
Também temos nosso lado confortável aceito por nosso ego, assim como nosso inconsciente aonde habitam conteúdos ¨nossos¨. Tais como as nossas hienas e o nosso Oscar que rejeitamos.
Tal qual Mufasa, podemos um dia sermos vitimados pelo desconhecimento desse nosso outro lado sombrio.
Pelo desconhecimento de como lidar com o lado sombra, Mufasa é morto por Oscar. Não estava à sua altura, não buscou conhecê-lo melhor e negociar com ele.
De um modo geral, somos todos assim
O que geralmente não consideramos é que o ato de acolhermos nossas sombras também é um ato de amor. É um ato de acolhimento de nossa integralidade.
Não nascemos perfeitos. Ao longo de nossas vidas precisamos nos lapidar para que nos transformemos o mais próximo possível de um diamante.
Só conseguiremos alcançar isso através de um profundo auto-conhecimento e acolhimento de nossos aspectos sombra. Com amor. Essa sombra é nossa, é parte de nós mesmos.
Por analogia, acabei pensando no signo de Leão cujo regente é o sol. Leão não é muito chegado a olhar sua sombra. Ele é o rei e prefere os holofotes da glória do que esquadrinhar ¨seus pecados¨.
Da mesma maneira que Leão deve buscar conhecer melhor o signo oposto Aquário, também cada um de nós devemos olhar para o signo oposto ao local aonde se encontra nosso sol. Estudar bem suas características, seus aspectos Luz e seus aspectos Sombra.
Talvez Oscar fosse aquário, ele não vivia tão solitário, estava inserido em sua tchurma, só que num grupo nada luminoso.
Talvez fosse um aquariano frustrado que almejava o poder que de fato seu irmão tinha.
Afinal, se Aquário é a sombra de Leão, Leão é a sombra de Aquário.
Por sorte, não precisamos ter o malfadado destino de Mufasa. Aquário e Leão são signos opostos mas complementares.
Com amor, verdade e aceitação, podemos integrar esses nossos aspectos dissociados.
Em tempo: sol, rei, leão, ego, consciente, se correspondem simbolicamente.
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