LÓGUN, O PESCADOR ENCANTADO
LÓGUN, O PESCADOR ENCANTADO
Adolescente de vontades próprias; peixe dourado que a todos fascina; flexa ligeira que surpreende; Lógunède, divindade encantada.
Lógun é filho da beleza. Jovem fruto nascido do amor entre Erinlẹ̀ e Ìpọ̀ndá, nasce na beira do rio, herança e talento dos pais. Lógun é caçador como o Pai, um Ọdẹ; e dono dos segredos das águas doces como a mãe, Ọ̀ṣùn.
Voluntarioso, libertário, Logún está na rebeldia do adolescente, no questionamento que nos faz pensar.
Ninguém le domina. Para tê-lo, é preciso seduzi-lo, assim como pescá-lo numa rede de amor, de carinho e reverência.
A beleza decerto o atrai.
Logún está tanto no brilho dourado, quanto no encanto das águas, na inteligência arguta do caçador.
Dança feliz, arrancando sorrisos de contentamento de quem pode apreciá-lo.
Lógun é a alegria despreocupada do jovem. É portanto, a criança se tornando adulta. Analogamente, é o adulto que ama ser criança.
Não há quem não se apaixone por ele, não há quem não o repare.
Doce, meigo, caprichoso.
É sobretudo, o mimo dengoso que amolece a rocha. Filho que provoca, mas sabe cativar os corações.
Lógunède, o Lógun, é a rebeldia construtiva, o incômodo criativo, a amplitude do vôo.
Quando estes sentimentos brotam em nós, Lógunède nos abençoa.
Lò sí, lò sí! (O reverenciamos neste momento!). Olúwà o! (Oh, Mestre!), dono do amor filial!
Rio, 16/3/16
(Série “ORIXÁS” – CASA DE OXUMARÊ)
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