Astrologia cármica é realmente cármica?
Astrologia cármica é realmente cármica?
Antes de mais nada, decidi começar esse artigo por uma interrogação. De fato, tudo que se refere à carma ou vidas passadas nos remete à uma interrogação.
Afinal, aonde poderíamos adquirir tal certeza?
Embora a leitura cármica que fazemos de um mapa possa ser perfeita, outros fatores podem apontar para essa exatidão de leitura, embora não cármicos.
Inegavelmente, o ponto de partida de uma leitura cármica que são os Nodos Lunares, nos apontam caminhos. Entretanto, sua origem é que pode e deve ser questionada.
Decerto o Nodo Lunar Sul nos fala de excessos e de padrões inconscientes e repetitivos. Entretanto, eles se referem exatamente a acúmulos de vidas anteriores?
Caso desejemos ser honestos com o cliente, a resposta é não
Existem numerosas razões para essa resposta. Por exemplo:
1. em primeiro lugar, não somos conscientes suficientemente dessas vidas para apontarmos com tamanho empenho que a leitura é cármica. Talvez seja apenas uma nomenclatura.
2. em segundo lugar, pesquisas russas apontam para uma herança genética psicológica em nosso DNA que remonta aos nossos mais remotos ancestrais. Ou seja, isso pode estar ali por herança genética e não cármica.
3. em terceiro lugar, eles nos falam de excessos prejudiciais à nossa vida. Portanto, de padrões constelados e inconscientes que são obstáculos ao nosso crescimento.
Nossos mapas são repletos de padrões e constelações arquetípicas a serem trabalhadas conscientemente
Assim sendo, teríamos que reconhecer a Astrologia em sua totalidade, como Astrologia Cármica.
Caso sejamos reencarnacionistas, essa é uma verdade incontestável. Nosso mapa astrológico aponta caminhos para nossa evolução.
Entretanto, sabemos que se fomos criados à imagem e semelhança de Deus, e não somos deuses, nossa jornada é de fato de evolução.
Potencialmente, somos todos deuses, embora ¨in potentia¨
Isso quer afirmar que nosso propósito é o aprimoramento para que cada vez mais, vivamos nossa totalidade sem desconfortos.
A leitura em linguagem cármica ajuda muito nesse processo, mas vale atentar para o fato de que não é a única leitura apta a desempenhar esse papel.
Padrões arquetípicos constelados, nos levam a agir de forma inconsciente. São processos autônomos e podem obstar nosso crescimento. Sejam eles cármicos ou não.
A Alquimia descortina isso com total clareza
O que seria o ouro alquímico tão almejado pelos alquimistas?
Decerto, não seria o ouro material. Era algo muito mais valioso e que uma vez achado não seria mais perdido. O nosso próprio aprimoramento, assim como a integração de nossa sombra, nossa persona e todos os demais aspectos de nossa personalidade que atuam de maneira inconsciente.
Os alquimistas, por outro lado, associavam as fezes e excrementos como sendo a matéria prima que dá origem ao ouro alquímico.
Essa imagem nos remete à nossa sombra, aquilo que não costumamos enxergar em nós mesmos. É ela, a substância vil que através de sucessivos processos de transformação se transforma no Lápis ou no Ouro Alquímico.
Nosso Nodo Lunar Sul, pode muito bem ser lido como essa matéria vil mas capaz de nos encaminhar por essa senda da transformação interior
Nosso Nodo Lunar Norte também usado como ferramenta de aprimoramento pela Astrologia Cármica, pode ser a bússola, cármica ou não, para nos auxiliar nessa caminhada.
Igualmente, vários outros pontos do mapa astrológico são essenciais para nos apontarem esse caminho e possível evolução. Sejam eles cármicos ou não.
Em síntese, o que gostaria de deixar claro com esse artigo, é que não importa a linguagem que usemos. Seja essa linguagem cármica ou não, o importante é ajudarmos ao cliente nessa travessia.
Falarmos vários idiomas para nos referirmos aos mesmos fatos é útil, e pode até ser imprescindível, porque a comunicação só se processa numa linguagem que astrólogo e cliente dominem.
Da mesma forma, de nada adianta falarmos português com quem só entende francês ou outro idioma diverso.