Os doze trabalhos de Héracles – uma visão astrológica VI
Os doze trabalhos de Héracles
Héracles, nascido Alcides, havia cometido um crime horrível após ser arrebatado por Lyssa, a Raiva e matado sua esposa Mégara e seus três filhos.
O Oráculo de Delfos vaticina que ele deveria se colocar à disposição de seu primo Euristeu, rei de Micenas, por doze anos.
Neste período ele executa o que ficou conhecido como os doze trabalhos de Héracles para que pudesse se redimir de sua falha grave.
Após cumprir essas doze tarefas, desobrigou-se de servir seu parente Euristeu e se dirigiu a Calidon nas terras do rei Eneu, pai de Meleagro, conforme promessa feita quando se encontraram no Hades.
Eneu tinha uma filha encantadora chamada Dejanira e Héracles anunciou que pretendia desposá-la, porém o deus rio Aquelóo, filho de Oceano e Tetis, também havia se encantado com a moça.
Eneu não queria contrariar nenhum dos dois poderosos seres e propôs que se enfrentassem em um duelo, prometendo a mão de sua filha ao vencedor.
Aquelóo tinha o dom de se metamorfosear e transformou-se em diversos animais durante o combate com Hércules. Quando se transformou em um touro, Héracles quebrou o seu chifre, então o deus rio se rendeu e concedeu ao herói o direito de desposar a princesa.
Porém Aquelóo quis seu chifre de volta e o recuperou entregando a Héracles o chifre de Amaltéia, também chamado de Cornucópia, que tinha o poder de produzir comida ou bebida em abundância.
Héracles desposou Dejanira e foi feliz durante vários anos, tendo um filho com ela, Hilo. Tempos depois, em uma viagem com a família, chegou às margens do rio Eveno cujas correntezas eram muito fortes.
Ali o centauro Nesso se oferecia para atravessar as pessoas no rio montadas e m seu dorso. Nesso se ofereceu para levar Dejanira até a outra margem e depois retornaria para buscar Héracles.
Confiando em Nesso, Héracles colocou sua mulher sobre o dorso do centauro que imediatamente iniciou a perigosa travessia. Ao chegar na outra margem do rio, o centauro tentou fugir com Dejanira atendendo a um pedido de Hera, esposa de Zeus.
Ao ver o centauro em fuga com sua mulher, Héracles disparou suas flechas envenenadas com o sangue da Hidra de Lerna e feriu Nesso. Ferido e agonizante, o centauro disse a Dejanira que recolhesse um pouco de seu sangue e guardasse.
O intuito era para que caso algum dia Héracles se interessasse por outra mulher, ela deveria impregnar uma túnica com aquele sangue e para ele vesti-la, assim, ele voltaria para ela. Héracles atravessou o rio nadando e quando chegou à outra margem, Dejanira nada comentou sobre os conselhos do centauro Nesso.
Tempos depois, Êurito, rei da Ecália, considerado o mais hábil dos mortais no manejo do arco, desafiou a todos os guerreiros gregos, prometendo a mão de sua filha Iole a quem o vencesse. Héracles competiu com ele e o venceu.
Porém Êurito não cumpre sua promessa e Héracles resolve cobrar sua dívida, terminando por raptar Iole, trazendo-a para sua casa. Dejanira imaginou que seu marido estava se desinteressando dela e lembrou-se das recomendações do centauro Nesso.
Então, ela deu a seu esposo uma túnica impregnada com o sangue de Nesso. Héracles a vestiu e sentiu seu corpo queimando com dores terríveis. Sentindo que ia morrer, Hércules deu seu arco e flecha para seu amigo Filoctete e pediu que ele preparasse uma pira no alto do monte Eta.
Após isto, determinou que Iole se casasse com seu filho Hilo e subiu cambaleando o monte Eta. Filoctete colocou-o sobre a pira e prestou todas as honras fúnebres. Aceso o fogo, e uma nuvem de fumaça cobriu a pira, enquanto trovões soavam no céu.
Quando seus companheiros buscaram os restos do herói nas cinzas da pira, nada foi encontrado, o que serviu como prova que seu corpo havia ascendido ao Olimpo. Dejanira compreendeu o grande mal que fizera ao marido e morreu de pesar.
Os Doze Trabalhos tem seu ápice na escalada do herói até os píncaros do monte Eta, onde ele realiza o décimo terceiro, a vitória sobre Thanatos, a morte, e abre o caminho para sua Apoteose, que consiste em elevar alguém ao status de divindade.
O que somente os deuses viram foi uma nuvem dourada descer dos céus sobre o fogo da pira e dela sair um carro puxado por magníficos cavalos, no qual Héracles subiu e foi transportado ao Olimpo.
Lá chegando, foi recebido pelos deuses e levado a presença de Zeus, que estava sentado em seu tono ao lado do da sua esposa Hera. Ali aconteceu a reconciliação entre Héracles e Hera, sendo que ela aceita ser sua mãe divina.
Em seguida, Hera, a deusa protetora dos casamentos, oferece sua filha Hebe, a deusa da juventude a Héracles, que prontamente a aceita. É celebrado então o casamento que nosso herói se fez merecedor, por sua bravura, sua determinação e seu sofrimento.
A respeito disto canta o poeta Homero:
“Ele agora é um deus, suas desgraças e trabalhos acabaram, vive onde vivem os outros habitantes do Olimpo, imortal e eterno, e possui Hebe, filha de Zeus e Hera.”
O decimo terceiro trabalho pode ser considerado como o ponto de intersecção dos doze signos, o centro do círculo, que é acima de tudo a Consciência do ser humano em descobrir o caminho da evolução e atingir seu objetivo.
Douglas Marnei
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