A Dor do Mundo
A Dor do Mundo
Mesmo que tentemos manter a normalidade nas postagens do site, existe uma realidade que se impõe às determinações conscientes.
Essa realidade sobrepuja todos os desejos e intentos. Ela não vem de fora para dentro, embora possa parecer assim. Mas muito pelo contrário. Ela emerge de nosso próprio inconsciente e é mais forte do que a vontade individual.
Não somos seres isolados, e portanto, estamos todos vivendo e sofrendo A DOR DO MUNDO.
Nasci após a II Guerra Mundial e jamais experimentei a experiência da dor compartilhada, sem fronteiras. Hoje ela é uma realidade que nos assombra e assusta a todos.
O mundo inteiro sofre, assim como sente-se acuado, sem certezas e respostas claras para suas angústias. Todo o planeta está envolvido pela dor.
Essa dor sim é palpável, mais palpável do que o próprio vírus agente desse estado interno e da calamidade externa. Ele é invisível. Entretanto, a dor não. Ela é compartilhada, pertence à toda humanidade.
Estamos dentro de um pesadelo do qual não temos como acordar. Ele é real e se mostra assim com a quantidades de vidas humanas que são perdidas diariamente.
Nossas redes sociais que há pouco tempo nos distraiam e nos apontavam as coisas belas desse lindo planeta, se transformaram.
Diariamente, ao acessarmos nossas redes sociais é como se estivéssemos lendo um obituário. Pessoas partindo precocemente, quer em nosso país, quer no país de nossos amigos virtuais.
A dor que nos toma de assalto é uma só, ela não tem nacionalidade, características raciais distintas e nem mesmo cor. Ela é pura e simplesmente A DOR. A DOR DO MUNDO. Talvez um teste para a humanidade pelo descaso para com a única coisa real: moramos todos na mesma casa, e ela chama-se terra.
Em meio a esse clima, difícil tocar com naturalidade nossos projetos. Todos acabam parecendo tolos e fúteis.
Não escolhemos ser empáticos ou não, a empatia também é algo espontâneo e que nasce de dentro para fora.
E talvez esteja me alongando demais para explicar o óbvio: o site não está conseguindo andar em seu caminhar normal.
Na verdade, eu e ele somos espelhos um do outro. Ele não apenas me reflete, assim como eu mesma me vejo refletida nele.
O que vejo nesse espelho é meu próprio interior que nesse momento me faz achar mais aceitável fazer alguma coisa palpável em direção ao outro. Tentar de alguma maneira mitigar seu sofrimento que não está descolado do meu.
Diariamente me sinto na obrigação de manter o site vivo, pujante. Mas ao mesmo tempo, acabo por considerar um pensamento tolo, pequeno, egoico, autocentrado demais. Diante desse sentimento, a coerência acaba pendendo para compartilhar a dor do mundo. Viver esse luto que não é meu, nem seu, nem deles. O luto é de todos nós enquanto seres humanos.
Na realidade, preciso inclusive, atualizar a programação relativa à promoção do site em forma de cursos e atendimentos com preços solidários para esse período da pandemia. Espero ela saia ainda essa semana. Vou tentar porque sei que temos que fazer a roda da vida girar. Estamos todos necessitados de nos sentirmos saudáveis. Um pouco mais ao menos.
Quem sabe amanhã eu consiga colocar isso em prática. Quem sabe?
Isolem-se!!! Protejam-se!!! Não se matem nem contribuam para a morte dos demais!! Estamos todos no mesmo barco.
Se puderem, fiquem em casa. Protejam-se e protejam aqueles que amam, assim como a todos os habitantes desse lindo planeta azul. Sejamos responsáveis.
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