Júpiter e Saturno em Aquário

Júpiter e Saturno em Aquário

Os antigos astrólogos, classificaram Júpiter como “grande benéfico” e Saturno como “grande maléfico”.
E o que esperar desse encontro de forças tão opostas no signo de Aquário, aqui no tempo presente?

As definições “maléfica e benéfica” se inserem em uma filosofia maniqueísta de mundo.
Que atendem ao patriarcado hetero normativo monetário sacro mono cristão branco.

E são bases do racismo estrutural, em que Júpiter, por exemplo, encarnado nas missões jesuítas se enchem da “grandeza benéfica” da “maestria espiritual” para subjugar e escravizar pessoas africanas e ameríndias, com a intenção de satisfazer a empresa colonial (Saturno) europeia.
São crimes institucionalizados pautados na fé cega e hipócrita (Júpiter/Saturno).

Esse processo foi necessária ao desenvolvimento e manutenção do capitalismo (ideologia judaico-cristã/Júpiter – instituições de repressão / controle – Igrejas, Mesquitas, Templos, Prisões, Bancos).

É base também para a prática normatizadora da ideia moderna que elenca os gêneros identitários às genitálias.
Assim, a normalidade benéfica organizadora social (Júpiter) por exemplo, institui cientificamente (Júpiter/Saturno) que mulher tem vagina e homem tem pênis, e.

Aos e as que se encontram não representadas pela norma, vão às margens. E os ditos normais, se percebem diante das diversidades?

Bem esses são alguns exemplos da dualidade filosófica que rege o mundo ocidental.

Proponho pensarmos Júpiter e Saturno para além do binarismo bem X mal, mas sim como na letra da música “Tigresa” de Caetano Veloso que:

“me falou que o mal é bom, e o bem cruel”.

E as ideias propostas por Deleuze e Guattari de uma interpretação rizomática da realidade me são caras e trago elas no meu olhar de Astróloga – Historiadora.

No dia 21 de dezembro, a conjunção tão famosa e será que esperada (?) rsrs, após 794 anos, “estrela de Belém” que segundo o mito cristão um dia anunciou o nascimento de Jesus, e estará novamente presente, no signo de Aquário.

De acordo com as efemérides a conjunção exata aconteceu no dia 05 de março de 1226, no grau 2 mais ou menos 57 minutos no signo de Aquário.

É fato que um evento desses, mexe com o imaginário popular e trás à tona uma profusão de superstições, mas vamos manter a tranqüilidade, são ciclos e se aqui estamos em sincronia com o evento celeste é porque estamos aptos a receber seus raios.

Os ciclos entre Saturno e Júpiter irrompem no elemento ar.

E pelo ar se encontrarão nos próximos 200 anos.

Aquário é um signo do ar, quente e úmido, de modalidade fixa, é do dia e seus regentes são Urano e Saturno (regente tradicional).

Júpiter também participa da regência de Aquário, pois de acordo com as regras da Astrologia Clássica, Júpiter é um dos regentes da triplicidade do elemento ar.

Então a conjunção Júpiter-Saturno em Aquário está em afinidade astrológica. O que não é nem “bom” e nem “mal”, mas sim potencializa de forma harmônica a força desses planetas.

Aquário é um signo que carrega pela regência uraniana, uma urgência pelo novo, pela alta tecnologia e assim sendo se desapega emocionalmente, supervalorizando a capacidade mental (ar).

O símbolo de Aquário é o aguadeiro, que revela sua faceta em prol do bem comum (água para todes), mas também evidencia as desigualdades das classes sociais.

Aguadeiro era uma profissão antiga.
Quando ainda não havia encanamento, realizada na maioria das vezes por pessoas escravizadas. Aguadeiras eram encarregadas de abastecer as residências das pessoas abastadas.

Aquário é o signo de exílio do Sol, se opõe a Leão.

O brilho solar leonino é apagado (‘escravizado’/exilado) pelo aguadeiro que é obrigado a servir a água essencial à vida.

O aguadeiro futurista seria o encarregado de programar tecnologias para despoluir e preservar as águas?

Sim! E as regências saturninas e jupiterianas em conjunção indicam que esse tempo é agora.

E na contramão da tecnologia escravizada pelo capitalismo, poderemos perecer pelo inevitável colapso das águas, além das doenças carregadas pelo ar, como possíveis mutações da Covid- 19.

Sabemos que as governanças nacionalistas agem de forma ainda maniqueísta e aqui no Brasil temos a presença maléfica neofascista, tão contrária à vida.

Governos, Estados e instituições seculares trarão a marca revolucionária e também repressora do melhor e do pior que há no arquétipo de Aquário. Mas entre o melhor e o pior se encontram as vidas das pessoas comuns, nós.

Nos mapas natais, podemos verificar onde está o 0º 30’ de Aquário, em qual casa, se há planetas natais aspectanto a conjunção em trânsito.

Necessário citar a fala da Astróloga Devaki, em seu canal no youtube, quando significou a conjunção Saturno-Júpiter em Aquário, lembrando que esses planetas vem de uma profunda transformação quando recentemente estavam conjuntos a Plutão em Capricórnio.

Agora é o momento de Saturno e Júpiter poderem seguir o ciclo astrológico sem mais a necessidade das velhas moralidades ideológicas e instituições maniqueístas arraigadas desde o ultimo milênio dentro de uma perspectiva macro histórica (Saturno/Júpiter/Plutão – Capricórnio).

E de acordo com nossas vidas que fazem parte da micro história, nossos pontos no mapa natal que fizeram parte da primeira etapa da conjunção quando ainda em Plutão no signo de Capricórnio, demonstram que já ocorreu transformação por intermédio de dores e sofrimentos, doenças e até da própria morte. Mas como disse a Astróloga Devaki, o ciclo estará se alinhando ainda mais quando Plutão alcançar Aquário.

Mas aos que ainda resistem e ousarem amar em tempos de ares e ventos. Nem sempre amenos. Vale a oportunidade em vida de se escolher e se prontificar para a abertura de uma estrutura (Saturno) ideológica, filosófica, ética e mental (Júpiter – Aquário) em que a coletividade, bem comum e a diversidade prevaleçam.

Aquário tem fama de contestador e de questionador, então podemos aproveitar esse ciclo e nos questionarmos sobre nossas certezas, verdades que se fixam em nossas mentes.

Quais correntes ancestrais precisam da liberação energética que só meu espectro mental pode alcançar e executar?

Quais ideologias permanecem no meu campo mental e quais ideologias eu recuso prontamente?

Quais estereótipos mesmo que inconscientemente eu reproduzo, mesmo que em pensamentos, que reforçam o racismo, a homofobia, o machismo e as violências contra as mulheres cis e trans?

Eu consigo identificar? E se identifico, o que mais posso fazer? Mudar.

Paradigmas se alteram, certezas caem por terra, verdades absolutas se revelam estúpidas.

Se agarrar ao velho conhecido ou se soltar no vento aquariano de outras possibilidades?

nota:

analogias breves do trânsito de Saturno/Júpiter em Aquário por casa:

casa 1: repaginação das bases ideológicas pessoais, das próprias verdades e convicções, sobre si mesma, sobre o corpo, sobre a aparência e a relação com o grupo social.

casa 2: valores se alteram, novas aberturas para adquirir estabilidade material utilizando a inteligencia criativa, inventiva.

casa 3: as aprendizagens transformam velhos comportamentos, a comunicação fica mais transparente e assertiva. A relação com vizinhos ganha em honestidade e camaradagem. Modificam-se os esquemas de preconceitos.

casa 4: no lar e família as estruturas da ancestralidade preconceituosa propulsora do status quo, se libertam para uma nova forma de entender e aceitar a si e a própria história, seu próprio passado.

casa 5: a criatividade única da pessoa é expressa com solidez e generosidade. A potencia de prazer é libertadora, expande a consciência, proporciona descobertas artísticas, dons. Romances transformadores.

casa 6: rupturas com antigas rotinas, manias, vícios e todas as escolhas que não agreguem saúde. Novas práticas cotidianas para bem viver.

casa 7: transformações nas relações com a outra pessoa, apegos, ciúmes e posses são liberados no agudeza mental aquariana.

casa 8: liberações cármicas, desapegos emocionais, transformação e livramento das culpas, traumas, violências e obsessões.

casa 9: inovação dos pensamentos, reformulando as filosofias de vida, alteração no sistema ético moral.

casa 10: atualização profissional de acordo com a filosofia de vida.

casa 11: relações em grupo que busquem melhorar as condições de vida da coletividade. Preservando o planeta Terra. Inovando.

casa 12: rupturas astrais nefastas, desligamento energético com inimigos ocultos, vontade direcionada pela meditação.




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Fabiane Marques

Astróloga e Historiadora, dançarina e poeta, vai entre os encontros da mente e da expressão, extraindo dos símbolos as conexões entre o existir e o sentir. No passo dos dias atendendo aos comandos do coração para fazer da vida a arte, da escrita a profissão, da dança o caminho, e da poesia a ação. Nada mais, nada a menos para Sol, Lua, Mercúrio e Ascendente em Gêmeos e uma Vênus em Touro, para o ar aterrissar. Contato: famarquescxs@hotmail.com Visite: http://trigonosastrais.blogspot.com/ http://fantasiasdoreal.blogspot.com/ Fabiane Marques

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