Jyotiṣa
Jyotiṣa
O termo Jyotiṣa pode ser traduzido como estudo da luz ou estudo dos corpos celestes.
O Jyotisa começou a se desenvolver há milhares de anos, na região do vale do Indo.
O primeiro texto que fala diretamente sobre o assunto é o Vedāṇga jyotiṣa, de Laghada.
Nesse texto constam apenas alguns calendários. Os nakṣatras e os luminares – Sūrya e Chandra, eram considerados.
O atual jyotiṣa, como é conhecido, se desenvolveu aproximadamente no primeiro milênio d.C, com o sincretismo de diversos povos, entre eles principalmente o grego e o Hindu.
Conforme o jyotiṣa foi se desenvolvendo, foi dividido em skandhas (seções),
Siddhānta que compreende os cálculos matemáticos (gaṇita) e as observações astronômicas, geometria (gola).
Horā
– É a astrologia natal e o ramo mais conhecido do Jyotisa. Horā divide-se em (jātaka), horária (praśna), eletiva (muhūrta) e uma parte do estudo de sinais (nimitta).
Saṁhitā
– É o estudo de sinais (nimitta), tais como sonhos (svāpna), eclipses, meteoros etc
O termo “astrologia védica“ não é correto. Na verdade, a astrologia hindu como a conhecemos hoje começou a se formar muito depois da era védica. Além de uma parte considerável sobre sua estrutura ter tido influências dos gregos.
Portanto, astrologia hindu ou indiana são termos mais apropriados
A astrologia hindu pode ser definida também como o relógio do karma.
A palavra karma vem da raiz kri, cujo significado é “fazer”.
Karma, assim, refere-se à ação e a reação, ou seja, o movimento de nossa vontade e os efeitos gerados a partir dessa.
O karma é uma lei neutra e interior que pode designar tanto más (vikarma) quanto boas ações (sukarma).
O termo karma pode ser classificado de diversas formas. Uma das formas mais utilizadas é a seguinte
– Sanchita Karma: corresponde ao Karma acumulado, por todas nossas ações de vidas anteriores.
– Prarabdha Karma: corresponde ao Karma gerado na vida atual. É a porção de todo nosso Karma da vida atual
– Kriyamana Karma: é o nosso livre-arbítrio tomando atitudes para mudar nossas situações na vida atual.
– Agama Karma: é o nosso livre-arbítrio traçando planos de ação para o futuro.
O karma que estudamos em Jyotish é o prārabdha, aquele karma que amadureceu, o karma que nos fez encarnar e que determina o nosso destino atual.
Assim, a astrologia serve como uma bússola do Karma. Ela nos mostra qual porção de nosso karma total viemos frutificar e colher seus efeitos na vida atual.
A palavra Rasi refere-se a uma das doze (dvādaśa) frações de 30º presentes ao longo da eclíptica ((krāntimaṇḍala) da orbita aparente de Surya (Sol) nos 360º da eclíptica.
Assim, o termo rāśi, é o equivalente sânscrito do termo “signo” usado para descrever as doze frações do zodíaco.
Seu significado é círculo dos pequenos animais, ou bhā-chakra, em sanscrito.
Tanto o Jyotish quanto a astrologia ocidental são baseados em referenciais geocêntricos, ou seja, os movimentos, reais ou aparentes, do ponto de vista de um observador da terra.
O zodíaco utilizado pelo Jyotish é o sideral (nirāyana), ou seja, os 12 signos são divididos conforme o referencial das estrelas em relação à terra.
Por conseguinte, não estão correlacionados com as estações do ano no hemisfério norte, como a astrologia tropical.
.Por volta de 200 D.C, os zodíacos sideral e tropical se alinharam, e muitos dos principais astrólogos das duas correntes são aproximadamente deste período.
É bem polemica portanto, a discussão sobre se astrólogos como Ptolomeu seriam sideralistas ou tropicalistas. Vale lembrar que em sua época os dois zodíacos estavam alinhados.
No sideralismo, utilizamos o ayanāṁśa, que seria a correção do ponto vernal (Inicio do zodíaco) em relação a precessão dos equinócios. Ou seja, o ayanamsa seria o cálculo e regras para se estabelecer onde estaria o início do zodíaco, 0° de Aries.
Existem vários ayanāṁśas, com bases diferentes, mas todos eles antecipam os signos em relação ao zodiaco tropical.
O ayanāṁśa mais utilizado e considerado preciso pela comunidade de astrólogos védicos é o Lahiri, que antecipa a aproximadamente 24° atualmente o início do zodíaco em relação ao tropicalismo.
Com o passar do tempo, essa distância tende a aumentar cada vez mais