O Fenômeno da Projeção – Início
O Fenômeno da Projeção – Início
O Fenômeno da Projeção>> Freud foi quem primeiro usou o termo projeção. Depois dele esse mesmo termo foi utilizado por Jung, só que reinterpretado.
Por Jung, foi reinterpretado de acordo com suas concepções próprias do que seria o inconsciente e seu funcionamento.
Assim, o termo projeção ganhou um novo significado
Jung entendeu a projeção como um fenômeno psicológico que ocorre no cotidiano de todos os homens, algo absolutamente normal.
Ao propósito, estamos sujeitos em nossas concepções acerca de outras pessoas e/ou situações, a erros frequentes em nossos julgamentos
Portanto, enquanto erros acabam sendo necessários serem corrigidos mais tarde.
Porém, isso se dá mediante uma melhor compreensão do que se passa em nosso interior.
Nossas imagens interiores acabam sendo visualizadas no mundo externo via um outro. E esse fenômeno acaba por falsear a realidade.
O Fenômeno da Projeção – Um fenômeno inconsciente
Ademais, Jung considera a projeção como sendo uma transferência inconsciente.
Involuntariamente a pessoa transfere um fato psíquico e subjetivo para um objeto exterior.
Conquanto, vê nesse objeto, alguma coisa que na verdade ele não possui, ou que se possui, é em menor intensidade.
Entretanto, não são somente as características negativas de uma pessoa que se projetam assim para fora, mas também, as positivas.
Em razão disso, muitos equívocos são cometidos; e não por desejos conscientes das pessoas.
Estas projeções levam então, à supervalorização do outro e à admiração desmedida, ilusória e descabida
Essas ilusões um belo dia, se revelam exatamente naquilo que são: ilusões.
O Fenômeno da Projeção – Palavras de Jung
“Do mesmo modo que estamos inclinados a aceitar que o mundo é assim, tal como o vemos, aceitamos também ingenuamente, que os homens são assim, tal como o imaginamos.
Infelizmente, não existe ainda neste último caso nenhuma Física que demonstre a desproporção entre a percepção e a realidade.
Embora a possibilidade de que uma ilusão grosseira seja bem maior do que no caso da percepção sensorial, acabamos projetando de maneira destemida e ingênua, nossa própria psicologia sobre os semelhantes.
Todos conseguem, assim, uma série de relacionamentos mais ou menos imaginários, que se apoiam essencialmente, em tais projeções “
O Fenômeno da Projeção e os relacionamentos afetivos
Nesses relacionamentos, que são imaginários, o interlocutor exterior, torna-se uma imagem ou um símbolo.
Isso ocorre igualmente em nossos relacionamentos afetivos, projetamos em um outro, aquilo que não lhe pertence, mas que é parte de nós mesmos.
“ Tecendo a Paixão
Claudia Araujo
Trancei poemas, teci meus sonhos
E enquanto trançava e tecia, me descobri
A cada dia,
Mais um elo em minha trança,
Menos um cacho que pendia,
Cortei meus cabelos, fiz disso um apelo,
Um rito, uma iniciação
Fiei amor, encontros, ternura e devoção
Desafiei o tempo,
Desvendei enigmas enquanto tecia
Louca a me descobrir,
A me tecer e sentir
E teci
Teci como toda mulher sabe tecer
Pedi ajuda à Clotos, Láquesis e Átropos
Me aperfeiçoei e teci
Me pus mais uma vez a tecer
Tentei lembrar como um dia tecera
Minhas duas filhas
Essas duas mulheres…
Que um dia, ensinarei a tecer
Com fé, confiança e coragem
Eu teci
Teu país, tua forma, teu jeito de ser
Freneticamente eu teci
Teci encontros, vivi desencontros
Mas jamais me arrependi
Como louca
mas, confiante eu teci
Tecendo e trançando
Amando e confiando
Esperando e desvendando
Estou agora lhe encontrando
Me acreditando inteira
oferto essa trança a ti
E nesse encontro,
Mais uma vez virgem
Mais uma vez mulher,
Uma nova mulher a se descobrir
Teci nosso ninho, nossos sonhos, nosso amor
Me coloquei receptiva como toda mulher sabe ser
montei mais um quebra-cabeça
cuidei para não perder a cabeça
Só teci”
Só que o outro, por estar preenchido por nós mesmos, nos “faz falta”.
A sua ausência é a lembrança de nosso sentimento de estar em falta.
De fato, e a constatação de nossa própria incompletude.
E por estarmos nele, o poder que exerce sobre nós é enorme, pois precisamos dele.
Intuímos que só por seu intermédio, seremos inteiros, ou melhor, prisioneiros da ilusão
Na realidade, o que ele nos evoca é nossa “falta”.
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