ReinVentO – bioconstrução ecoeficiente
ReinVentO – bioconstrução ecoeficiente>> Série de reportagens sobre preservação ambiental, reciclagem e bioconstrução
Em relação às práticas de construção e de reciclagem, no contexto da busca de modos de vida mais sustentáveis, o que propõem alguns bioarquitetos?
Como você aplica em sua vida algumas das técnicas e práticas propostas por eles? Na construção de sua morada? E na preservação de “Nossa Casa Comum”- a Terra?
O que faz diferença na preservação ambiental
“não é o que você faz: mas o como você faz!”
(((E o quanto disso fazemos todos nós)))
“Seja a mudança que você quer ver no mundo.”
(Mahatma Gandhi)
ReinVentO – “Nossa Casa Comum”, Casa Sustentável
Entre os muitos desafios do próximo milênio, a sobrevivência de nossa espécie requer grandes mudanças nas formas tanto de produzir quanto de consumir na sociedade do desperdício pós-industrial.
Talvez a Terra possa mesmo sobreviver a nós: porém, sem ela, nós pereceríamos!
– a sobrevivência do homem depende de efetiva e eficaz preservação do meio ambiente: meio biológico e cultural que dá suporte ao nosso viver.
Nesse sentido, o projeto de morada humana e a construção também precisam se ajustar ao bom uso dos recursos naturais e à eficaz gestão ambiental.
Cooperando com o meio ambiente e o clima.
Em nosso proveito e para benefício das futuras gerações – interesses de curto e de longo prazo.
ReinVentO – “ “não é o que você faz: mas o como você faz!”
(((E o quanto disso fazemos todos nós)))
Em termos de mudança de comportamento, para que nos responsabilizemos pela questão ambiental: importa menos “o que” cada um de nós faz, do que o como e o quando o faz?
E o como cada um de nós faz não é menos importante do que o quanto todos nós fazemos – a questão da escala de produção.
Qualquer efeito em massa tanto merece uma atenção quanto controle especial.
Você pode usar ou não copos e sacolas descartáveis, por exemplo.
Desde que seu uso seja eventual, não há maiores problemas.
A questão surge na escala, quando seu uso é recorrente, excessivo, com um efeito “massificante”
Entretanto, a escala dodescarte, bem como a da capacidade de reutilização e reciclagem, precisam ser levadas em conta na avaliação de eventuais compensações aos danos ambientais causados.
Sendo a maior parte do dano natural em maior escala, de fato, perda irrecuperável!
Pelo que se impõe a adoção do princípio de precaução, sobretudo, preventivo do dano eventual.
ReinVentO – Princípio de Precaução é assim:
se não há como recompor o dano do vale do Rio Doce, então, melhor é não deixar ruir a barragem.
Acima de tudo, prevenir com responsabilidade.
Nosso consumo, está diretamente ligado ao volume de descarte gerado nas cidades.
E o supermercado é um vetor que influencia na produção: bem mais que um suposto “poder” do pequeno consumidor?
Quando o grande consumidor escolhe o tipo de embalagem que prefere comercializar, reduzindo os espaços para guardar garrafas de vidro retornáveis, por exemplo – a lata descartável, sem retorno, ganha a concorrência e impulsiona a adaptação e o descarte em massa da embalagem de vidro, antes retornável.
Agora incorporada ao reino do descarte e do desperdício.
ReinVentO – Vidro – material 100% reciclável
Vidro é um material 100% reciclável, cuja reciclagem, entretanto, não é tão economicamente viável, quanto a da latinha de alumínio.
Por diversos motivos
Decerto é barato reciclar o alumínio: o vidro tem um custo.
Mas além dos interesses econômicos (troca imediata), surgem diversos interesses em reciclar tais como:
interesse ambiental e, quando bem feita, uma reciclagem sócio-includente de interesse social (de longo prazo).
RECICLAR também é questão de ESCALA! De volume do descarte!
Não é só Reduzir, Reutilizar e Reciclar o material descartado (necessariamente nessa ordem).
É também Reciclar o suficiente (na escala necessária a compensar o volume do descarte produzido).
Reciclar é a parte do processo que demanda mais energia.
O último procedimento a ser adotado, com o menor volume de resíduo gerado.
Depois de havê-lo racional e intencionalmente reduzido: combatendo o desperdício e a obsolescência planejada pelo marketing de vendas da produção.
Em pesquisa de 2006, VILLELA&LIMA, comparam a eficiência de diversos tipos de embalagem de bebidas – latinhas de alumínio, garrafas de vidro (one-way), PETs, do ponto de vista da viabilidade econômica de reciclagem/reutilização/redução do volume de descarte gerado.
A análise dos dados aí apurados, à luz da pedagogia dos 3Rs, sugere necessidade de política de: primeiro REDUZIR o volume do resíduo (consumido ou produzido: de garrafas pet, por exemplo); depois, REUTILIZAR (as garrafas de vidro, no caso); e só então, RECICLAR o material “mais reciclável” descartado (as latinhas de alumínio, no caso).
No reino da disputa pela liderança do mercado nacional de embalagens de bebidas.
Além de Reduzir (PETs), de Reutilizar (vidro) e de Reciclar (alumínio, por exemplo) é preciso agora mesmo REINVENTAR as formas de produzir.
As redes de cooperação solidária (Fórum Social Mundial), de desenvolvimento na base da pirâmide (BOP) e de tecnologia sociais, diversas estratégias de organização coletiva e cooperada das comunidades criativas, todas essas iniciativas valem ensaios de um ReinVentO!
ReinVentO – A Coluna
A coluna ReinVentO apresenta uma série de reportagens e de reflexões sobre boas práticas, aplicáveis às construções, com foco nas soluções simples da bioconstrução e da permacultura.
Uma coletânea de propostas de arquitetos, de institutos de pesquisa e de ecovilas, para habitações mais sustentáveis e ecoeficientes.
Tais como Johan Van Lengen, um dos pioneiros da bioconstrução no Brasil, fundador do Instituto Tibá (RJ); Hundertwasser, um dos precursores no mundo (Aústria); e outros arquitetos e construtores cuja obra inspira nossa utopia: a “casa sustentável”.
Além de aprender com a obra desses criadores, vamos conhecer os resultados de experiências de “comunidades criativas” e de projetos de “tecnologia social” e de reciclagem.
Experiências sócio-inclusivas e aplicáveis à construção ecológica e eco-eficiente
Nesse primeiro momento, nos interessam especialmente as técnicas sustentáveis de bioconstrução e os critérios de eco-eficiência, inspirados na observação da natureza, das construções dos povos tradicionais.
Formas simples de viver e de habitar, que tanto nos ensinam sobre manejo responsável e preservação do meio ambiente.
Uma reflexão inicial investiga alguns conceitos teóricos das propostas e verifica critérios de ecoeficiência na construção.
Em seu primeiro artigo na coluna ReinVentO, a autora narra e reavalia a própria experiência à frente do Núcleo de Reciclagem de Vidro na Cooperativa 100 Dimensão do Riacho Fundo (DF) – pesquisa de campo desenvolvida em 2006, durante Mestrado em Desenvolvimento Sustentável (UnB), com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Em parceria com seu atelier Verde Garrafa – de reciclagem e reutilização de vidro descartável. “Construção com Vidro, Gente e Sucata”
Em seguida, visitaremos tecnologias de construção que usam materiais naturais como bambú, pedra e barro.
Inspiradas na construção vernacular (popular), que encantou a vida e a obra do “arquiteto descalço”, Johan Van Legen, fundador do Instituto Tibá de Bom Jardim (RJ).
E mais adiante, traremos a história das construções com garrafas pet, em sistema de multirão, do arquiteto alemão, Andreas Froese
. Com diversos projetos implantados em Honduras (2003), México, Colômbia, Bolívia etc. “Cada garrafa, um tijolo a construir um sonho.” Esse é o lema do sistema de construção social da empresa Eco-Tec, montada em Honduras para reproduzir o sistema construtivo do arquiteto.
Resgatar e recontar a história de personagens e de comunidades criativas, que seguem reinventando boas práticas de construção, de convivência pacífica e de preservação ambiental, em Nossa Casa Comum (a Terra).
Em benefício dessa e das futuras gerações. Essa é a linha de pesquisa da coluna ReinVentO
Uma curiosidade que nos move pelo país e pelo mundo, conhecendo o que propõem alguns dos nomes da bioconstrução.
Em busca de referências sobre a construção da “casa sustentável”.
Para a construção de um mundo melhor
Um mundo em que as questões sócio-ambientais e éticas são integradas à dialética econômica dos meios da produção.
Um mundo capaz de administrar e de equacionar os interesses de longo prazo e os de curto prazo, de forma consensual.
Na construção de um novo mundo possível!
Um mundo que se ReinVentA um novo mundo sustentável.
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