ASTROLOGIA E REALIDADE – Parte 1
ASTROLOGIA E REALIDADE>> Contrapor astrologia com o sentido da realidade não é uma tarefa muito simples.
Entretanto, aqui vamos traçar algumas ideias matrizes para que cada um possa ir além nesse enfoque.
Recentemente estive participando de um ciclo de palestras com o rabino Nilton Bonder sobre realidade e verdade.
Ele nos leva a uma reflexão profunda sobre a realidade enquanto manifestação da matéria no seu nível mais denso.
Enquanto que a verdade se encontra em algum lugar, porém intangível para os nossos sentidos comuns
A verdade é alcançada por um nível de compreensão para além dos sentidos; porém, a verdade está acessível para a alma.
ASTROLOGIA E REALIDADE – realidade X verdade
As palavras e os significados que habitualmente usamos para a realidade estão aquém da compreensão da verdade.
A verdade passa a ser percebida pela alma.
Muitas vezes soltamos uma exclamação ou temos certeza de algo, mas que está para além da manifestação dos nossos sentidos.
No entanto, quando tentamos chegar à realidade apenas através dos sentidos das nossas sensações, descobrimos que esses mesmos sentidos que nos conectam a realidade são falhos e nos levam a iludir-nos com facilidade.
Portanto, a verdade que buscamos como sendo então o que nos dá o sentido de realidade não se encontra facilmente ao alcance dos nossos sentidos.
Então como saber o que é verdadeiro ou o que é real?
Se formos recorrer ao mito da caverna de Platão nos relembraremos que os homens lá sentados ao redor do fogo, observam as sombras projetadas na parede.
Contudo, eles as admiram como a única realidade possível; um deles se arrisca a sair da caverna e descobre uma nova realidade, muito mais abrangente.
Da mesma forma navegamos entre oceanos de realidades possíveis; qual a que escolheremos e quem vai estabelecer o critério do que é verdade e do que é real?
A linguagem surge como ferramenta de apropriação do real.
É através da linguagem que me aproprio do que é real e incorporo esse real a mim mesmo através da representação da linguagem.
A linguagem surge como elemento necessário na transmissão e preservação da informação.
ASTROLOGIA E REALIDADE – A Linguagem
No mito Bíblico; Adam nomeia os animais e as plantas do paraíso. Dessa maneira se apropria da natureza.
A nossa ciência, novamente nos referindo ao mito da caverna, navega nas sombras.
Estuda e analisa de maneira parcial a realidade que percebe, deixando um universo infinito de realidades que são esquecidas ou deixadas de lado.
“O conhecimento fenomenológico tenta se conectar a realidade pela experiência em si”.
Bert Hellinger
A Astrologia se mostra então como um elemento eficaz de nos conectar à nossa própria realidade, como linguagem simbólica nos permite ir um pouco além da análise da razão e entrar nesse espaço sutil onde a verdade tangencia a realidade.
Através das posições astronomicas dos planetas, das constelações e estrelas fixas e sua simbologia, vislumbramos algo verdadeiro que nos impacta muito além da lógica racional.
ASTROLOGIA E REALIDADE – O símbolo
Símbolos
O que é um símbolo? Ø
Símbolo deriva da palavra grega SYMBOLON ou SYN-BOLEIN.
Referia-se a um objeto; um medalhão com inscrições e imagens que era partido ao meio.
Uma das partes ficava com o soldado e a outra com os familiares.
Isso permitia ao soldado ser reconhecido pela família ou pelo seu grupo, depois de passar anos distante; ao reunir as partes desse medalhão e reconfigurando o todo.
Enquanto a palavra Dya-bolein; significava a impossibilidade de unir.
Portanto na própria raiz da palavra Símbolo está oculto seu significado.
O Símbolo é o que nos une novamente a um todo maior
O Símbolo, portanto, nos remete a um sentido mais profundo de pertencimento.
Passa a ser elo de ligação entre o macro e micro-cosmos
Nos evoca emoções, sentimentos, ou o entendimento imediato pela imagem, superando a limitação da própria linguagem.
Quando nos deparamos com uma cruz imediatamente nos remetemos ao cristianismo, à “paixão de Cristo” e à uma série de significados subjacentes que se encontram neste símbolo.
O símbolo em si é algo muito maior do que apenas a sua representação (sinal ou signo), que pode ser visual, tactil, auditiva ou olfativa..
O símbolo traz em si a capacidade de transformar a energia psiquíca do indivíduo ou indivíduos, transformando essa energia em trabalho e cultura.
E, portanto, a representação dinâmica de conteúdos do inconsciente que se manifestam num nível consciente, revelando a necessidade de harmonizar forças complementares.
A produção do símbolo “vive” a partir de sua própria energia, transcendendo o inconsciente que o gerou, seja individual ou coletivamente.
Um símbolo não traz explicações, ele impulsiona para além de si mesmo.
Outros artigos interessantes deste mesmo autor:
- Astrologia Vivencial – Trazendo o Céu para a Terra
- Princípios básicos das Constelações Familiares
- MÊS DEDICADO AO CAMPO DAS ALMAS
- ASTROLOGIA E REALIDADE – Parte 2
- O Campo sistêmico das nossas relações e os aspectos astrológicos
- Conceitos Sistêmicos aplicados à Astrologia I