UMA DOENÇA QUE NOS FAZ PENSAR- Síndrome do Pânico V
UMA DOENÇA QUE NOS FAZ PENSAR
A DOENÇA nos ENSINA ISSO.
É portanto, essa a lição que nos obriga a estudar.
Ela nos faz PERCEBER a PRECARIEDADE do nosso ser no mundo.
Nos ENSINA ainda, que somos transitórios, assim como mortais, e que se não ACEITAMOS isso FAZEMOS neuroses, psicoses.
Não APRECIAMOS decerto, saber que SOMOS mortais, que envelhecemos e que uma espécie de fim é NECESSÁRIO.
VIVEMOS uma ilusão de ETERNIDADE, de continuidade ABSOLUTA e de plena ligação com o PRINCÍPIO de PRAZER.
Quando EVITAMOS enfrentar a NOSSA FINITUDE somos obrigados a abarrotar a nossa vida de afazeres, de DIVERSÕES fáceis, CONSUMO. CONSUMO material, CONSUMO amoroso.
E aí chega a DOENÇA e nos faz PARAR.
E aí chega a doença e nos faz pensar.
E isso é horrível porque SOMOS seres APRESSADOS, e a PRESSA nos dá a ilusão de “estar fazendo alguma coisa”, de que somos IMPORTANTES e não temos TEMPO a perder.
QUANDO não nos MOVIMENTAMOS, sofremos.
A noite atravessada em insônia tem esse caráter de extremo SOFRIMENTO porque a nossa própria COMPANHIA tornou-se INSUPORTÁVEL para nós mesmos.
Na solidão da madrugada tememos ser SURPREENDIDOS pela pergunta; o que TENHO feito com a MINHA vida? O que ANDEI fazendo comigo mesmo?
Toda DOENÇA é, portanto, uma PAUSA.
E essa pausa tem muitas facetas existenciais. As doenças EMOCIONAIS FUNCIONAM assim.
Elas tem essa inteligência emocional de saber o que é melhor para nós.
DEVEMOS nos abrir a esse APREDIZADO.
Quando nos DEIXAMOS curar PELAS NOSSAS DOENÇAS uma MUDANÇA de perspectiva se faz em nossa VIDA, geralmente para melhor.
É dessa forma que entendo a PRESENÇA de um deus-doença na vida HUMANA: como uma violenta FORÇA que nos SUBJUGA a uma REALIDADE que NÃO PODEMOS negar, explicar, nem fugir e por isso mesmo DEVEMOS acolher PERMITINDO que o deus-doença TRABALHE em nós, REALIZANDO a sua VONTADE no NOSSO CORPO e em NOSSA MENTE.
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