SUMÉRIA II
SUMÉRIA II
A Suméria era a região dos zigurates, portanto, dos templos de forma cônica.
Era o local aonde ficava o templo branco, de Inanna que media 56 metros de comprimento por 50 metros de largura.
Lá também foram descobertas as muralhas da cidade, com 9,5 km e composta de 900 torres semicirculares.
A religião era o princípio que regulava e organizava as cidades-estado sumerianas e ainda o que dava sentido a toda a região.
Os templos, os zigurates, costumavam ser construídos nas montanhas.
A história da Criação e do dilúvio que constam dos textos bíblicos, têm em parte a sua origem em uma história da Suméria.
De fato, a Suméria se localizava entre o delta dos rios Tigre e do Eufrates, local apontado nos textos bíblicos como sendo o Jardim do Éden, aonde foi criando tanto Adão quanto Eva.
Essa civilização regida pela religião, embora agrária, necessitava ser uma civilização de camponeses armados.
Sobretudo por ser uma região aberta, sem nenhum obstáculo físico que impedisse o avanço de seus vizinhos. Essa era portanto, uma necessidade imperiosa embora até o adventode Gilgamesh não tenham sofrido nenhuma invasão.
No leste, haviam os eslamitas; enquanto que, ao norte, os assírios e acadianos ou babilônicos.
No oeste os amoritas, de onde se temia surgisse algum ataque.
Essas necessidades, pouco a pouco, vão mudando os hábitos dos camponeses sumerianos.
Embora fosse uma população agrícola constituída por cidades-estado, contudo, possuía um governante ou rei para cada uma delas.
Esses reis tinham também deveres religiosos, dentre eles, o de manter os templos.
Algumas das mulheres sumerianas casavam-se com a deusa e viviam nos templos.
Eram denominadas prostitutas sagradas. Quanto aos filhos gerados das uniões no templo, eram entregues para adoção legal.
Uma vez ao ano, os monarcas tinham uma relação íntima com a responsável pelo templo da deusa. Eles consumavam o hierosgamos ou casamento sagrado, que servia para garantir a fertilidade no reino.
Diversos autores citam o funcionamento do templo de forma um pouco diversa. Embora existissem as hieródulas que pertenciam ao templo, a mulher sumeriana antes de se casar deveria morar um tempo nele.
Ela não se casava virgem. O objetivo era a compreensão de que os desejos do corpo não estavam em relação direta aos do espírito. Assim sendo, sua virgindade era oferecida à deusa e havia um conceito religioso nessa entrega.
A Suméria era uma sociedade matriarcal bastante organizada e onde surgiu o primeiro código de leis, o famoso Código de Hamurabi.
Esse costume persistiu até o reinado de Gilgamesh.
Gilgamesh ficou conhecido por sua bestialidade e insubmissão aos costumes sumerianos até então.
Ele buscava sobretudo, a imortalidade, para que pudesse também ele ser considerado um deus.
Gilgamesh foi o 5° rei da 2° dinastia de Uruk.
Seu mito remonta ao 3° milênio ac, e pode ser lido ainda hoje, na biblioteca do rei Assurbanipal em Nínive.
É todo ele escrito sob a forma de um poema assírio copiado de textos acádios muito antigos.
Entretanto, Gilgamesh, Enkidu e Humbaba já apareciam em vários mitos sumerianos de meados do 4° séc ac.
Os primeiros versos da epopéia nos oferecem uma imagem da cidade de Uruk rodeada por uma sólida muralha de 7 capas.
Era ali que reinava Gilgamesh.
Esses versos dizem que Gilgamesh era como um touro selvagem, e 2/3 dele deus, e 1/3 homem.
Seu governo é tanto tirânico quanto de total opressão. O herói legendário seria o iniciador da transformação política na suméria. A partir de seu advento, começam as primeiras invasões às civilizações vizinhas.
A construção das legendárias muralhas de Uruk é atribuída a ele, protegendo um espaço de 5 km quadrados.
Durante muito tempo Gilgamesh foi considerado um ser mítico, e o reinado de 127 anos que lhe era atribuído parecia inverossímil.
Entretanto, nas tabuinhas de Uruk, podemos atestar sua existência, independente dos conteúdos míticos inseridos em sua história.
Fisicamente, Gilgamesh é apresentado pelos sumérios como uma força da natureza, e nenhum ser humano poderia medir-se com ele.
A história de Gilgamesh será contada mais adiante, dentre outros mitos da Suméria. Ele explica a passagem do matriarcado para o patriarcado na região.
Sua história faz parte da própria história da Suméria e é apontada como sendo a razão do declínio dessa civilização que havia conquistado grandes avanços antes dele. Foi o primeiro monarca a se negar a consumar o casamento sagrado com a representante da deusa, um ritual agrário ligado à fertilidade da terra.
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