A árvore dos Dispositores – parte V

A árvore dos Dispositores é um diagrama auxiliar na interpretação do mapa astrológico que leva em conta a relação dos planetas regentes com os ocupantes dos signos, formando uma estrutura hierárquica com diretores, assessores e subalternos.

A árvore dos Dispositores é uma outra forma de relacionamento entre os planetas no mapa, diferente dos aspectos, que vem da palavra em latim “aspectum”, que significa observar, olhar.

Para definirmos o topo do diagrama na elaboração da árvore dos Dispositores deveremos considerar, nesta ordem:

  1. Planetas Domiciliados
  2. Mútua recepção
  3. Recepções múltiplas

É importante indicar o Regente do Ascendente para saber como a pessoa trata seu corpo.

Vamos verificar a importância das áreas do mapa ocupadas pelos planetas situados no topo do diagrama, bem como as dificuldades das áreas relativas aos da parte de baixo.

Para demonstrar a importância deste instrumento, vamos analisar o mapa de cinco cantoras famosas, examinando particularmente suas casas II, relativa à sua potência de voz, a casa V quanto a sua presença de palco e a casa X, referente a sua carreira.

Vamos examinar o mapa da quinta e última cantora da série:

Amy Jade Winehouse, ou simplesmente Amy Winehouse nasceu em 14 de setembro de 1973 as 22 horas e 25 minutos em Enfield, ao norte de Londres, Inglaterra.  foi uma cantora e compositora britânica conhecida por seu poderoso e profundo contralto vocal e por sua mistura eclética de gêneros musicais, incluindo soul, jazz, R&B e ritmos caribenhos.

Sua mãe, Janis, descreveu-a como uma criança com forte personalidade, bastante ativa e curiosa, porém tímida. Seu pai, Mitchell se separou de sua mãe quando Amy tinha nove anos.

Sua família tinha forte tradição musical ligada ao jazz, sendo a cantora americana Sarah Vaughan uma das suas principais influências musicais. Sua avó paterna Cynthia incentivou-a a matricular-se em uma escola de artes particular, para promover a sua educação vocal.

Winehouse ingressou na carreira artística ainda na adolescência, apresentando-se em pequenos clubes do gênero em Londres. O talento promissor da garota rendeu-lhe a assinatura de um contrato de gravação com a Island Records, em 2002.

Em 2003 lançou o álbum “Frank”, que, embora elogiado pelos críticos musicais, não obteve, inicialmente, boas vendagens. Amy ganhou proeminência como artista em 2006, com o lançamento do seu segundo álbum de estúdio, “Back to Black”.

Impulsionado pelo êxito da canção “Rehab”, o álbum atingiu recordes de vendas com seis milhões de cópias, o mais vendido do mundo em 2007.  A 50ª edição dos Grammy Awards em 2008 consagrou a cantora como a mais premiada ao vencer cinco troféus.

No entanto, apesar de bem-sucedida, a sua carreira foi muitas vezes ofuscada por seus problemas pessoais. Não só a sua perda de peso se mantinha constante, mas a sua toxicodependência também se agravara.

Além disto, o conturbado relacionamento com o ex-assistente de vídeo Blake Fielder-Civil, que foi o responsável por apresentar-lhe substâncias ilícitas e de quem ela veio a se divorciar em 2009, culminaram com seu afastamento da indústria fonográfica.

Sua apresentação no “Rock in Rio Lisboa” em 2008, onde tinha sido recebida calorosamente pela plateia, rendeu comentários negativos da imprensa, que a descreveu como uma criatura trôpega, que não conseguia cantar, tocar guitarra, nem se fazer compreender.

Ela realizou uma última tentativa de retornar aos palcos em 2011, quando fez cinco concertos no Brasil, sendo que as apresentações foram em geral bem-sucedidas, apesar de não se igualaram com as do seu auge.

A saúde de Amy estava bastante debilitada. Devido ao abuso de substâncias psicoativas e nicotina, ela foi diagnosticada com um estágio inicial de enfisema pulmonar. Veio a falecer em sua própria residência, em Londres, no dia 23 de julho de 2011, aos 37 anos, devido a uma ingestão excessiva de bebidas alcoólicas após um período de abstinência.

Em 2015, foi lançada a cinebiografia “Amy: The Girl Behind The Name”, que retrata a trajetória de Winehouse e recebeu aclamação dos críticos, atingindo recordes de bilheteria em território britânico.

Amy tinha o Sol em Virgem, Lua em Capricórnio e Acedente Gêmeos.

Sua casa II está no signo de Câncer, com seu regente a Lua em Capricórnio na casa VII, o que lhe dava uma voz grave que cantava canções que retratavam a aspereza do mundo.

A casa V inicia-se em Virgem, com seu regente Mercúrio domiciliado neste signo tendo o Sol a sua disposição. Ela se sentia viva quando se apresentava, mas sua expressão era planejada.

A casa X tem sua cúspide no signo de Peixes com seu regente Netuno na casa VII em Sagitário a disposição de Júpiter domiciliado neste signo, o que provocou um sucesso internacional, mas teve complicações pelo uso de substâncias proibidas.

A árvore dos Dispositores de Amy Winehouse tem dois departamentos. No primeiro temos Mercúrio domiciliado em Virgem na casa V, proporcionando uma energia mental voltada para a criatividade e apresentações em teatros, shows, vídeos etc.

A disposição de Mercúrio temos o Sol também em Virgem na casa V, reforçando os aspectos elencados e dando-lhe vivacidade. A disposição do Sol temos Marte e Vênus em Leão, o que lhe trazia um reforço energético.

A disposição de Vênus temos Plutão em Libra na casa VI, indicando profundidade em seus relacionamentos. A disposição de Plutão temos Saturno em Escorpião também na casa VI, mostrando um lado workaholic. Finalmente a disposição de Saturno temos a Lua em Capricórnio na casa VII, o que causava um dilema entre manter suas emoções sob controle ou preencher suas lacunas emocionais e encontrar segurança através de parcerias.

No outro departamento temos Júpiter domiciliado em Sagitário ainda na casa VI, trazendo exageros que poderiam causar problemas de saúde, além de excesso de trabalho. A disposição de Júpiter e em conjunção com ele temos Urano em Sagitário na casa VI, indicando o rumo que estes prognósticos poderiam tomar, ou seja, questões de rebeldia e aversão à rotina.

Também a disposição de Júpiter temos Netuno em Sagitário na casa VII, o que pode ter causado enganos e desencantos em parcerias e relacionamentos.

As áreas do mapa ocupadas pelos planetas no topo da árvore dos Dispositores são a casa V com a presença de Mercúrio domiciliado em Virgem, proporcionando uma mente analítica, um raciocínio pratico voltada para as questões de criatividade e exposição pessoal. Sua presença no palco e em vídeo era de certo modo tímida, mas vivaz.

Por outro lado, temos Júpiter em Sagitário na casa VI, o que proporcionou extravagancias e descontrole que terminaram por afetar sua saúde, em especial o fígado, que foi maltratado por excesso de bebidas alcoólicas e substâncias psicoativas.

O planeta situado na parte inferior da árvore é a Lua em capricórnio na casa VII, indicando que seu apego aos relacionamentos prejudicou seu brilho pessoal e a sua saúde. A conjunção aberta com Netuno em Sagitário trouxe ilusões e decepções com as parcerias.

O regente do Ascendente é Mercúrio em Virgem na casa V, que poderia proporcionar um cuidado com o corpo mais acentuado, porém existe um aspecto tenso entre ambos, trazendo desafios e dificultando este prognóstico.

Conclusão

Diante destes exemplos, ficou evidente a importância dos planetas situados no topo das árvores dos Dispositores, pela quantidade de energia disponível e pela influência que exercem sobre os demais.

Ficou claro também a questão do(s) planeta(s) situado na parte inferior da árvore, a área mais desenergizada do mapa, que merece uma atenção e um trabalho especial.

No caso das cantoras, consideramos também a casa II, seu planeta regente ou Vênus para a potência de sua voz. Por outro lado, a casa V, seu planeta regente ou o Sol para nos informar sobre sua presença de palco. E por fim, a casa X, seu planeta regente ou Saturno para sabermos sobre sua carreira.

A árvore traz para o mapa uma outra estrutura que mostra novas relações entre as áreas e um entendimento diferenciado de seu funcionamento.

Como já dissemos, a árvore é um diagrama auxiliar que possibilita uma análise mais completa do mapa juntamente com as outras técnicas de interpretação existentes.

Este trabalho é uma homenagem a Valdenir Benedetti, meu professor e amigo, grande batalhador pela Astrologia, que em 1990 discorreu sobre esta técnica em uma apostila elaborada pela ASAS – Astrólogos Associados de Curitiba.

Há dez anos Valdenir nos deixou, deixando também uma lacuna que não será preenchida jamais! Fica a saudade e a justa homenagem pelo conjunto de sua obra…

Douglas Marnei




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