OXUM, A SEDUTORA

OXUM, A SEDUTORA

Oxum ou Ọ̀ṣùn

Quando a água toca nosso rosto, é a mão de Ọ̀ṣùn que nos acaricia.

Quando um beijo nos acalenta a alma, é Ọ̀ṣùn que enche de mel o coração.

Analogamente, quando sentimos em nós o amor, sobretudo, sentimos Ọ̀ṣùn.

Ọ̀ṣùn está presente na maternidade, no charme, na vaidade de querer ser a primeira, a mais bela.

Gerar uma vida dentro de si, guardando no útero um novo Ser, é experimentar o poder gerador de Ọ̀ṣùn.

O amor lhe pertence. Assim como o encanto, o mimo. Ọ̀ṣùn é dona do gesto delicado, da palavra macia, das artimanhas de mulher.

Ọ̀ṣùn é a sedução que convence.

É a água que contorna suavemente os obstáculos, dando feitio à pedra sem a pedra sentir.

É o espelho dágua que reflete a beleza.

Mas apesar de tanto enlevo e candura, Ọ̀ṣùn é o rio profundo que arrasta em correnteza.

É cachoeira que encanta de longe, mas que surpreende e afoga ao descuidado.

Assim, a delicadeza da água se transforma em arma. E a doce Ọ̀ṣùn se mostra poderosa guerreira, que usa seus encantos para vencer as guerras que lhe convém.

OXUM é bela, é doce, mas é Senhora. Conhece os feitiços de mulher. É sábia. Guarda em si a força e a resistência da das donas do ventre.

Oore yèyé, o! (Oh Mãezinha da Bondade!), guarde-nos em teus braços de mãe! Ofyderimán! (Muito doce!) – Adoce nossas vidas!

Rio, 02/3/16
(Série “ORIXÁS” – CASA DE OXUMARÊ)




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Marcio Righetti

Márcio de Jagun, Babalorixá, professor de cultura e idioma ioruba na Uerj e na Uff, escritor e advogado. tel.: 99851-6304 (cel/wz) e-mail: ori@ori.net.br Facebook: Márcio de Jagun blog.ori.net.br

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