OXUM, A SEDUTORA
OXUM, A SEDUTORA
Oxum ou Ọ̀ṣùn
Quando a água toca nosso rosto, é a mão de Ọ̀ṣùn que nos acaricia.
Quando um beijo nos acalenta a alma, é Ọ̀ṣùn que enche de mel o coração.
Analogamente, quando sentimos em nós o amor, sobretudo, sentimos Ọ̀ṣùn.
Ọ̀ṣùn está presente na maternidade, no charme, na vaidade de querer ser a primeira, a mais bela.
Gerar uma vida dentro de si, guardando no útero um novo Ser, é experimentar o poder gerador de Ọ̀ṣùn.
O amor lhe pertence. Assim como o encanto, o mimo. Ọ̀ṣùn é dona do gesto delicado, da palavra macia, das artimanhas de mulher.
Ọ̀ṣùn é a sedução que convence.
É a água que contorna suavemente os obstáculos, dando feitio à pedra sem a pedra sentir.
É o espelho dágua que reflete a beleza.
Mas apesar de tanto enlevo e candura, Ọ̀ṣùn é o rio profundo que arrasta em correnteza.
É cachoeira que encanta de longe, mas que surpreende e afoga ao descuidado.
Assim, a delicadeza da água se transforma em arma. E a doce Ọ̀ṣùn se mostra poderosa guerreira, que usa seus encantos para vencer as guerras que lhe convém.
OXUM é bela, é doce, mas é Senhora. Conhece os feitiços de mulher. É sábia. Guarda em si a força e a resistência da das donas do ventre.
Oore yèyé, o! (Oh Mãezinha da Bondade!), guarde-nos em teus braços de mãe! Ofyderimán! (Muito doce!) – Adoce nossas vidas!
Rio, 02/3/16
(Série “ORIXÁS” – CASA DE OXUMARÊ)
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