Os Mistérios da Destruição da Biblioteca de Alexandria III

Os Mistérios da Destruição da Biblioteca de Alexandria III

A maior parte dos especialistas em história egípcia pensa que o edifício da biblioteca deveria ser de grandes dimensões.

Isto é, para conter setecentos mil volumes, salas de trabalho, gabinetes particulares.

E que um monumento de tal importância não pôde ser totalmente destruído por um princípio de incêndio.

É possível que o incêndio tenha consumido estoques de trigo, assim como rolos de papiro virgem.

Não é certo que tenha devastado grande parte da biblioteca.

Não é certo que ela tenha sido totalmente aniquilada.

É certo, porém, que uma quantidade de livros considerados particularmente perigosos, desapareceu.

A ofensiva seguinte, a mais séria contra a biblioteca, parece ter sido feita pela Imperatriz Zenóbia.

Ainda desta vez a destruição não foi total, mas livros importantes desapareceram.

Conhecemos a razão da ofensiva que lançou depois dela o Imperador Diocleciano (284-305 d.C.).

Documentos contemporâneos estão de acordo a este respeito.

Diocleciano quis destruir todas as obras que davam os segredos de fabricação do ouro e da prata, isto é, todas as obras de alquimia.

Ele pensava que se os egípcios pudessem fabricar à vontade o ouro e a prata, obteriam assim meios para levantar um exército e combater o Império.

Diocleciano, mesmo filho de escravos, foi proclamado imperador em 17 de setembro de 284.

Era, ao que tudo indica, um perseguidor nato de todas as Ordens em seu tempo.

E o último decreto que assinou antes de sua abdicação, em maio de 305, ordenava a destruição do cristianismo.

Diocleciano foi de encontro a uma poderosa revolta do Egito.

E começou em julho de 295 o cerco a Alexandria e que tomou a cidade.

E nessa ocasião houve massacres inomináveis da população.

Entretanto, segundo a lenda, o cavalo de Diocleciano deu um passo em falso ao entrar na cidade conquistada.

Assim, Diocleciano interpretou tal acontecimento como mensagem dos deuses que lhe mandavam poupar a cidade.

A tomada de Alexandria foi seguida de pilhagens sucessivas que visavam acabar com os manuscritos de alquimia.

E todos os manuscritos encontrados foram destruídos.

Eles continham, ao que parece, as chaves essenciais da alquimia que nos faltam para a compreensão dessa ciência.

Principalmente agora que sabemos que as tramitações metálicas são possíveis.

Não possuímos a lista dos manuscritos destruídos, mas a lenda conta que alguns dentre eles eram obras de Pitágoras, de Salomão ou do próprio Hermes.

É evidente que isto deve ser tomado com relativa confiança.

Seja como for, documentos indispensáveis davam a chave da alquimia e estão perdidos para sempre.

Mas a biblioteca continuou.

Apesar de todas as destruições sistemáticas que sofreu, ela continuou sua obra até que os árabes a destruíssem completamente.

E se os árabes o fizeram, sabiam por que o faziam.

Já haviam destruído, no próprio Islã, assim como na Pérsia grande número de livros secretos de magia, de alquimia e de astrologia.

A palavra de ordem dos conquistadores era “não há necessidade de outros livros, senão o Livro”, isto é o Alcorão.

Assim, a destruição de 646 d.C. visava não propriamente os livros malditos, mas todos os livros.

O historiador muçulmano Abd al-Latif (1160-1231) escreveu:

“A biblioteca de Alexandria foi aniquilada pelas chamas por Amr Ibn-el-As, agindo sob as ordens de Omar, o vencedor”.

Esse Omar se opunha aliás a que se escrevessem livros muçulmanos.

Seguindo sempre o princípio: “o livro de Deus é-nos suficiente”.

Era um muçulmano recém-convertido, fanático, odiava os livros e destruía-os muitas vezes porque não falavam do profeta.

É natural que terminasse a obra começada por Júlio César, continuada por Diocleciano e outros.

Se documentos sobreviveram a esses autos-de-fé, foram cuidadosamente guardados desde 646 d.C. e não mais reapareceram.

E se certos grupos secretos possuem atualmente manuscritos provenientes de Alexandria, dissimulam isto muito bem.

Em 1692 foi nomeado para o Cairo um cônsul francês chamado Mailett.

Ele assinalou que Alexandria é uma cidade praticamente vazia e sem vida.

Os raros habitantes, que são sobretudo ladrões, se encerram em seus esconderijos.

As ruínas das construções estão abandonadas.

Parece provável que, se livros sobreviveram ao incêndio de 646, não estavam em Alexandria naquela época.

E supostamente a foram retirados por uma Ordem desconhecida.

A partir daí tudo são hipóteses.

Fiquemos nesse plano que nos interessa.

Isto é, o dos livros secretos que dizem respeito às civilizações desaparecidas, alquimia, à magia ou às técnicas que não mais conhecemos.

Deixaremos de lado os clássicos gregos, cuja desaparição é evidentemente lamentável, mas escapa a nosso assunto.

Voltemos ao Egito.

Se um exemplar do Livro de Toth existiu em Alexandria, César apoderou-se dele como fonte possível de poder.

Mas o Livro de Toth não era certamente o único documento egípcio em Alexandria.

Todos os enigmas que se colocam ainda sobre o Egito teriam, talvez, solução, se tantos documentos egípcios não tivessem sido destruídos.

E entre esses documentos, eram particularmente visados.

Deveriam ser destruídos, no original e nas cópias, depois os resumos:

Aqueles que descreviam a civilização que precedeu o Egito conhecido e deu origem as Escolas de Mistérios.

É possível que alguns traços subsistiam, mas o essencial desapareceu.

E essa destruição foi tão completa e profunda que os arqueólogos racionalistas querem agora, que se possa seguir a história do Egito.

Desde seu inexplicável desenvolvimento da civilização do neolítico até as grandes dinastias, sem que nada venha a provar a existência de uma civilização anterior mais avançada.

Assim também a História, a ciência e a situação geográfica dessa civilização anterior nos são totalmente desconhecidas.

Formulou-se a hipótese que se tratava de civilização de Negros.

Nessas condições, as origens do Egito deveriam ser procuradas na África.

Talvez tenham desaparecido em Alexandria, registros, papiros ou livros provenientes dessa civilização desaparecida;

Outra corrente acredita que os chamados Reis Divinos fossem os últimos atlantes, já que o primeiro Faraó humano foi Manés, fundador da primeira dinastia.

Foram igualmente destruídos tratados de alquimia, os mais detalhados, aqueles que permitiram, realmente, obter a transmutação dos elementos.

Foram destruídas obras de magia.

Foram destruídas provas do encontro com extraterrestres do qual Bérose falou, citando os Apkallus.
Flavio Lins




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