Trânsito de planeta transpessoal asssustador

00Trânsito de planeta transpessoal Assustador

Não raramente, me perguntam qual o pior planeta em trânsito.

Eu sorrio. Sorrio sobretudo, porque o pior trânsito é aquele cujas energias ligadas ao planeta envolvido você não domina em você mesma.

Não faz uso criativo delas.

De uma certa maneira, somos sempre os responsáveis por nosso destino, quer isso seja consciente ou não.

Todos os planetas e aspectos em nossos mapas astrológicos precisam se expressar. E vão se expressar. No entanto, isso poderá se dar em acordo conosco ou mesmo à nossa revelia.

Daí poderemos concluir que o grande perigo ou o assustador, é nossa inconsciência.

Todos temos esses planetas e essas energias em nossa carta natal, quer em bom quer em mal estado, mas temos.
A pergunta seria em primeiro lugar: você lida bem com seu Urano Natal? com seu Netuno? com seu Plutão?
Em segundo lugar: está consciente deles e de como atuam em seus mapas, e assim, em suas vidas?
Em terceiro lugar: encontra um canal de expressão positiva em seu cotidiano?

Tudo na vida, todas as energias, são um composto, uma sizígia de luz e sombra.

Quanto mais inconsciente dessas energias em sua vida, mais elas se expressarão de maneira inadequada

Os planetas não têm o intento, quando em trânsito, de nos derrubarem. Eles acentuam tão somente, e nos alertam,  aonde somos mancos, inconscientes.

Vou ilustrar esse artigo com um caso real, embora usando nomes fictícios.

O Drama da Marcela

Marcela era uma belíssima muçulmana que morava no mesmo prédio em que eu morava. Casada com um belo e atlético homem. Eles tinham um casal de filhos.

Seu marido, Antonio, vivia mais em viagens de negócios do que em sua casa. Marcela era uma solitária que se afastava ¨voluntariamente ¨de todos.

Durante sua estada em nosso prédio, um apart-hotel, eu administrava o restaurante do prédio. Por conseguinte, me dava com todos os homens do prédio.

Usualmente lhes socorria com as coisas mais banais. Um apart-hotel é por sua natureza, a primeira morada de homens recém separados.

Portanto, vivia cercada de homens.

Algo nos era muito incômodo a todos

Poderia estar o maior calor, mas Marcela e sua filha viviam cobertas dos pés até a cabeça. Era aflitivo.
Mais aflitivo ainda, quando seu marido estava no Rio. Ele e o filho, de sunga, desfrutavam da piscina do prédio.
Marcela e sua filha entrando na adolescência, não apenas ficavam fora da piscina, mas mantinham-se de prontidão ao sol para serem as garçonetes de pai e filho.
Eram elas que iam ao balcão do bar pedir e levar o que ambos desejassem. Sem dúvida, derretendo sob suas roupas em pleno verão do Rio de Janeiro.
Ambas se afastavam sempre que algum homem se aproximava da área externa do prédio.

Pouco a pouco, Marcela vai se aproximando de mim, querendo conversar

Inicialmente, cantando em versos e prosas a delícia de ser muçulmana e como era valorizada pelo marido e livre em sua casa.
Queria muito voltar a viver na Arábia aonde dizia ser a mulher mais feliz do mundo.

Algumas coisas passaram a me chamar a atenção.

1. Ela decidir se aproximar justamente de mim, uma mulher livre que era a que tinha mais amigos homens no prédio. Afinal, conhecia a todos, comprei meu apartamento na planta, e administrava o restaurante. Verdade que quando eles chegavam ela se afastava.
2. A descoberta de que o marido nessas viagens deixava a família sem um tostão.
3. Fizemos um reveillon no prédio e ela não poderia participar com os filhos por não ter dinheiro. Assunto solucionado: eu e meu namorado à época, assumimos as despesas dos 3.
4. Meia noite e todos se abraçando e confraternizando. Meu namorado foi abraçá-la tb.

Ficou assustado, ela com o corpo rígido que mais parecia uma estátua de mármore. Ele até se desculpou com ela.

A cada dia ela se aproximava mais de mim, e me pediu para olhar seu mapa astrológico em segredo, mas que não queria previsão alguma.

5. Me surpreendi com seu mapa, ao mesmo tempo fogoso e plutoniano. Com uma sexualidade exacerbada e uma ânsia enorme de liberdade. Seu sol era conjunto a Urano. Calei, mas Plutão em trânsito estava prestes a aspectar sua Vênus, Lua, sol, Ascendente, Marte, Urano, e a quadrar com ele mesmo. Tudo em seguida e com um mínimo de intervalo entre os aspectos.

Urano também estava se preparando para a festa.

6. Ela se aproxima, pouco a pouco, ainda mais de mim. Inesperadamente, num fim de tarde quando haviam por volta de 40 homens no restaurante, insiste em me ensinar a dança do ventre.

Precisei explicar a inconveniência do momento, até porque, a mesa maior era a do meu namorado, então diretor no BNDES com colegas do Mercosul.

7. Uma grande construtora tinha 3 unidades no prédio para quando a família viesse ao Rio por questões profissionais.
Assim sendo, chegou um sobrinho do dono e que era uma figura quase transparente para as mulheres. Nada viril, voz mansa, papo monótono e cansativo.

8. Creio que se sentiu protegida de alguma maneira e foi o primeiro homem do prédio com o qual se permitiu conversar. A cada dia mais, e a cada dia mais distantes dos olhares dos demais.

9. Sua filha fez aniversário. O marido longe como sempre. Me disse que não faria nada porque ele viajou sem deixar dinheiro.

Assumi a responsabilidade de oferecer um bolo, refrigerantes, sanduíches e brigadeiros no restaurante para que ela pudesse convidar as coleguinhas.

10. Marcela sumiu durante a festa. Estava na hora dos parabéns, os pais indo buscar seus filhos e a busca por ela se mostrando inútil.

Como eu era do conselho, assumi com os funcionários uma busca pelo prédio, além de mandar que fossem soltar a porta do elevador que estava presa no nono andar. Andar esse aonde morava o inofensivo cidadão.

A porta do apartamento aberta, as luzes acesas. Fui com eles ao ap. Toquei a campainha e nada. Entramos, apagamos as luzes e tranquei a porta com a chave da arrumação que guardei comigo.

Fui conversar com o garagista que me afiançou de que ambos haviam deixado o prédio no carro dele e com várias malas.

11. Arrumei uma desculpa para as crianças, cantamos os parabéns, despachei os convidados e sobraram os filhos, aos quais eu e uma vizinha demos abrigo até o retorno do pai dois dias após.

Ele não disse uma palavra, nem agradeceu. Juntou seus pertences. Deixou as chaves na portaria e avisou aos porteiros que entraria em contato com o proprietário.

Não voltamos a ver as crianças

Entretanto, um ano após o ocorrido, um engenheiro amigo que morava no prédio, encontrou por acaso com a Marcela.
De biquini fio dental, jogava frescobol com o ¨inofensivo cavalheiro¨, feliz e com os cabelos longos soltos ao vento.
Falaram normalmente com ele, mandaram beijos para mim e nem uma única palavra sobre as crianças.

Plutão foi o responsável por isso?

Certamente não, mas sua sombra sim. Sombra reprimida regride e baixo determinadas circunstâncias, rouba a cena.

No caso da Marcela, ele apenas fez com que se encarasse por bem ou por mal. Fosse ela mais consciente e não renegasse tanto aspectos de sua natureza, sua história poderia ser diversa.

Contudo, a vida é feita de opções. Nem com os filhos pode ficar. Tomara seja feliz!!! Tomara os filhos tenham conseguido superar o trauma!




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Claudia Araujo

Aquário com Gêmeos, sou muitas e uma só. Por amar criar com as mãos, sou designer de biojóias e mantenho o site terrabrasillis.com, assim como pinto aquarelas e outras ¨manualidades¨. Por não me entender sem a busca do mundo interno do outro, sou astróloga com 4 anos e meio de formação em psicologia analítica sob a supervisão de José Raimundo Gomes no CBPJ – ISER e já mantive por anos o site Meio do Céu. Nessa nova etapa mantenho o site grupomeiodoceu.com. Dou consultas astrológicas e promovo grupos de estudo de Jung e Astrologia, presenciais e online. São várias vidas vividas numa única existência, mas minha verdadeira história começa aos 36 anos, e o que vivi antes ou minha formação acadêmica anterior, já nem lembro, foi de outra Claudia que se encerrou em 1988. Só sei que uso cotidianamente aquilo em que me tornei, e busco sempre não passar de raspão pelo mapa astrológico do outro. Mergulhar é preciso, e ajudar o outro a se transformar, algo imprescindível. Só o verdadeiro autoconhecimento pode gerar transformação. Não existe mágica, e essa autotransformação não ocorre via profissional, mas apenas através do real interesse do cliente em buscar reconhecer como se manifesta em sua vida cotidiana e qual seu potencial para a transformação. Todos somos mais do que aquilo que vivenciamos. A busca deve passar sempre pelo reconhecimento daquele eu desconhecido que em nós mesmos habita. A Astrologia é um facilitador nessa busca porque nela estão contidos tanto nossos aspectos luz quanto sombra. Ela resolve nossos problemas? A resposta é não. Ela apenas orienta no sentido do reconhecimento de nossa totalidade. A busca é do cliente. A leitura é do astrólogo, mas só o cliente poderá encontrar o caminho de sua totalidade e crescimento responsável. websites : www.terrabrasillis.com e www.grupomeiodoceu.com Fale com Claudia direto no Whatsapp

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