Carrossel de Letras Espaço Literário do site Contos Interpretados

A Princesa Guerreira: Chitrangada

novembro 1, 2018 Cassia Simone 0 comentários

A Princesa Guerreira: Chitrangada>> Sempre que falamos em princesas nos vem à mente uma jovem frágil, talvez loira, de uma beleza estonteante.
Assim como uma desvalida e desprotegida.
Consequentemente, dependente de um príncipe que a salve.
Nada mais enganoso.

A Princesa guerreira – face feminina do herói

As princesas são , nas histórias, a face feminina do herói.
Suas jornadas também levam a transformações de seu mundo, tanto dentro, como fora.
Chitrangada é uma destas princesas.
Enquanto criada num ambiente patriarcal, sem figura materna para ocupar um lugar em seu reino tem que esquecer que é mulher e lutar como um homem.
Não poderia fazê-lo de outra forma.
Tem toda a destreza, assim como bravura, mas deixa para trás seu feminino que acorda ao encontrar o guerreiro Arjuna que imediatamente a reconhece mulher.
Portanto, a princesa ignora totalmente as artes da conquista e da sedução.
Para complicar ainda mais é reconhecidamente feia.

Critérios de beleza podem ser cruéis

A princesa se dá conta da falta que lhe fez a mãe.
Entretanto, busca seus vestidos, seus ornamentos.
Primeiramente, havia se encaixado totalmente na proposta do pai tornando-se um arremedo de homem.
No entanto, em seu íntimo, sabe que não se enquadra nos padrões necessários para atrair o amado.

A ama lhe mostra o caminho

Assim sendo, é preciso invocar a Mãe, a Deusa do Amor e pedir um milagre.
Que o Feminino e a Beleza se manifestem nela .
Decerto é atendida, e realiza o Desejo de seu coração.
Sente-se leve e de seu peito, outrora fechado, brota uma canção.

A Princesa guerreira e o encontro com Arjuna

Encontra Arjuna e vivem tempos de grande paixão.
Entretanto, há o limite para estes tempos: um ano.
Por que ela não pediu para ser bela para sempre?

A Princesa guerreira e o feminino renegado

Se a história começa com um aspecto feminino renegado , aqui temos um feminino idealizado.
Não é possível manter indefinidamente a ilusão.
Chega o dia em que ela, que agora experimentara a entrega, a complementaridade dos princípios com Arjuna, precisa voltar a ser Chitrangada.

O tempo se completou

Retorna a guerreira e Arjuna a acompanha.
Vencem batalhas juntos. Lado a lado. Iguais.
Descobrem que o Amor não se dá a partir de meras aparências, outrossim, de um Encontro profundo de almas.