DEUSES COMO ARQUÉTIPOS – transtorno do pânico I
DEUSES COMO ARQUÉTIPOS
“Se eu vier ao meio de vós por um só momento que seja, eu vos exterminarei.”
Javé em Exôdo, 33,5
A IDEIA dos DEUSES que se revelam e PULVERIZAM tudo o que está ao seu redor não é privativo da religião GREGA.
Em todas as TRADIÇÕES RELIGIOSAS encontramos o mesmo mitologema.
O ser HUMANO, tanto frágil quanto mortal, não convive com a PRESENÇA pura e CHEIA de graça de deuses epifânicos. Não pode olhá-los face a face e entretanto, SOBREVIVER a esse FLERTE.
Carl JUNG, com fina intuição, percebeu que essas estruturas PSÍQUICAS PERMANENTES surgiam em TODOS os lugares e tempos. Assim, decidiu chamá-las de ARQUÉTIPOS.
Notou também que os SÍMBOLOS REPRESENTAVAM a maneira mais ADEQUADA de lidar e INTEGRAR essa PODEROSA ENERGIA dos deuses.
Estudando as DOENÇAS MENTAIS foi capaz de DESCREVER com grande MINÚCIA a função DESESTRUTURADORA desses “MODELOS” quando o “ego”, por qualquer motivo, não é CAPAZ de TRANSFORMAR a ENERGIA em alargamento de CONSCIÊNCIA.
Contudo, é CLARO que essa ENERGIA PRIMORDIAL denominada de deuses não se revela apenas em seu potencial nefasto e desestruturador.
Na VERDADE, essas energias sequer PODEM ser CONSIDERADAS boas ou más, DEUSES são amorais e não sujeitos às leis humanas.
Pelo contrário, tais FORMAS ENERGÉTICAS fazem parte do PATRIMÔNIO UNIVERSAL HUMANO.
Dessa forma, os deuses são as responsáveis pela RIQUEZA SIMBÓLICA que o ser humano é capaz de CONSTRUIR para falar de REALIDADES INEFÁVEIS.
Em resumo:
Essas FORMAS PRIMITIVAS (no sentido de primeiro) podem ser AVISTADAS não apenas nos DELÍRIOS e ALUCINAÇÕES dos doentes MENSAIS. Elas também PODEM ser encontradas IMERSAS no PROFUNDO da psique saudável.
Nesse sentido, se constituem na base-mãe das SIMBÓLICAS de DESENVOLVIMENTO mais SOFISTICADOS que o SER HUMANO já pode PRODUZIR, sejam: as religiões e a ciências.
Nosso OBJETIVO no presente TRABALHO é abordar essas estruturas arquetípicas sob a ótica da morbidez e por esta razão escolhemos o TRANSTORNO de PÂNICO como o modelo psicopatológico.
Dentre os demais deuses, o deus Pan tem nos visitado com sua relevante presença.
Ele não mais ocupa um papel secundário em nosso cotidiano.
Outros artigos interessantes deste mesmo autor:
- A ESSÊNCIA DA MITOLOGIA
- Os mistérios do casamento – Parte III Anima, Animus e o D.N.A do Amor
- MAL e sua REALIDADE
- ENTREGANDO-SE AO DEUS PÃ – SÍNDROME DO PÂNICO IV
- SANTIDADE E LASCÍVIA
- DEUSES COMO ARQUÉTIPOS