Existe Inferno Astral?
Existe Inferno Astral?
Dentre os assuntos mais procurados pela Astrologia, a existência do tal inferno astral sempre é recorrente.
Não! Essa é a resposta simples e direta.
Não existe inferno astral!
Mas, é importante explicar o que realmente estamos sujeitos neste mês que antecede nosso aniversário.
Sempre pontuamos que Astrologia é autoconhecimento.
Decerto, precisamos desconstruir os conceitos de que estamos a mercê de um destino implacável e imutável.
Quando falamos de ferramentas de autoconhecimento, é para que possamos assumir as rédeas da nossa própria vida. É claro que estamos sujeitos a uma sorte de situações e acontecimentos que estão fora do nosso controle. Mas, mesmo assim, teremos sempre a liberdade de escolher como lidar com tudo isso.
Aliás, acredito muito que este é o grande segredo da vida:
O nosso crescimento a partir da forma que vamos encarar essas situações.
Então, quando tomamos consciência de nossas escolhas e ações, percebemos o quanto podemos evoluir e construir nossa jornada.
Pois bem, voltando a questão do inferno astral, a primeira desconstrução de conceitos é achar que estamos sendo castigados por uma força maior.
Os astros sempre irão nos mostrar caminhos, nos convocar a prestar atenção em algo, estimular, potencializar e sim, dar aquela puxada de orelha quando for preciso. Mas, nos castigar? Infligir a nós castigos para tornar nossa vida um inferno? Não mesmo!
Como já diria vários gurus e de diferentes filosofias, nós mesmos tornamos a vida um inferno. Não precisamos de ajuda externa. Infelizmente!
Outro conceito a ser ressignificado é o do inferno.
Estamos tão mergulhados neste conceito judaico-cristão de céu e inferno, bem e mal, da cobrança, do peso, do pecado, que mais uma vez esquecemos das leis universais.
Uma delas, talvez a que mais se ouve, a famosa lei do retorno. Inegavelmente, colhemos o que plantamos.
A proposta aqui não é falar de religião, mas temos de lembrar que a nossa sociedade ocidental, nossa base cultural está intimamente ligada aos preceitos judaicos-cristãos e precisamos aprender a separar as coisas.
Às vezes, nem professam mais uma fé cristã ou qualquer outra, porém ainda sim, estamos presos a este paradigma da punição divina.
Isto posto, vamos entender a dinâmica astrológica!
Sabemos que nosso aniversário sempre será o início de um novo ciclo pessoal, um novo ano pessoal. Consequentemente, é natural que ao aproximarmos do fim deste ciclo, entramos numa fase de reflexão.
É igual no reveillon.
Todo final de ano começamos a avaliar este ano que está se encerrando. Depois de quase 12 meses, pensamos no que fizemos, nas metas que havíamos determinados lá no seu início. Assim, revisamos tudo. O que conseguimos e o que não teve sucesso.
Neste mesmo sentido, quando estamos prestes a fazer mais um ano de vida, também entramos neste padrão. Mais um ano de vida. E as promessas realizadas? Foram cumpridas? Podem ter sido muitas expectativas colocadas em cima desse ano que vai finalizar.
Com este padrão mental, vibratório, ficamos mais sensíveis.
Afinal, as fantasias, expectativas, frustrações e insucessos vêm à tona. Claro, que vai depender muito da nossa consciência.
Percebem o quanto é fundamental o autoconhecimento?
Astrologicamente falando, em nosso aniversário acontece a revolução solar. Ou seja, quando o sol volta para a posição original do nosso mapa natal.
Quando usamos a técnica de previsão chamada também de Revolução Solar, levantamos o mapa do nosso aniversário. O mapa da revolução em si, nada mais é do que os trânsitos que estavam no céu no instante exato que o sol fica no mesmo grau do sol no mapa natal.
Que nem sempre acontece no dia e na hora que nascemos. Afinal, o sol não segue nosso calendário. O nosso calendário que “tenta” acompanhar o caminho do Sol. Não é a toa que temos o ano bissexto nesta tentativa de ajustar o calendário.
Enfim, usando o mapa da Revolução Solar, levando em conta a cidade que se passa o aniversário, usamos a progressão do Ascendente da revolução para entender as ativações daquele novo ano pessoal.
Desta forma, quando chegamos a aproximadamente 30 dias antes da nossa nova Revolução Solar, este Ascendente progredido entra na casa 12 do mapa do aniversário.
Ora, se a casa 12 é o setor da vida ligada às questões do inconsciente, da espiritualidade, mas também dos nossos sabotadores internos, medos e fantasmas pessoais, deixa claro o quanto ficamos mais sensíveis.
É um grande chamado à reflexão e conexão com a gente mesmo.
É importante ressaltar que a Revolução Solar em si não tem uma força para promover situações. Ela precisa estar alinhada com as nossas progressões internas ou ainda, com ativações advindas dos trânsitos externos.
Por isso, há pessoas com situações desafiadoras neste período por outras questões, assim como há pessoas com grandes oportunidades e favorecimentos também nesta fase.
Ou seja, este período que antecede nosso aniversário é apenas um fase de maior sensibilidade. Por isso, sentimos os acontecimentos de forma mais intensa ou provocativa.
Por exemplo, como eu brinco com algumas amigas, a pessoa “quebra a unha” o ano todo. Mas quando quebra neste período, é culpa do inferno astral!
Tudo que nos acontece nesta fase, podemos sentir muito mais e acaba tomando uma proporção maior. Por isso, reflita. Olhe com mais cuidado o acontecimento e perceba o quanto é algo comum ou está na sua própria mão.
Então, retomando os conceitos desconstruídos:
Primeiro, não é um período de castigo divino.
Segundo, não tem ninguém lá em cima ou lá embaixo com nosso nome no caderno. Temos que lidar sim, com as consequências de nossas escolhas. E isso independe do mês do ano.
E terceiro, aproveita a fase para reflexões. Sempre temos a oportunidade de reavaliações. Vamos sair do nosso piloto automático ou apenas deixar a vida nos levar.
A proposta é assumir as rédeas da vida com consciência, buscando cada vez mais autoconhecimento.
Os astros sempre estão a nosso favor!

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