No dia em que as águas foram mudadas
No dia em que as águas foram mudadas>> Em princípio, num certo dia, faz muito tempo, Khidr, enquanto mestre de Moisés, dirigiu um aviso ao gênero humano.
No dia marcado, portanto, declarou que todas as águas do mundo que não tenham sido guardadas iriam sumir. Serão então renovadas com uma água diversa e que fará os homens ficarem loucos. Somente um homem prestou atenção ao conselho. Esse homem recolheu bastante água e guardou em lugar seguro. Então, esperou que as águas mudassem de características.
No dia indicado aconteceu
No dia marcado as torrentes deixaram de correr, os poços secaram. O homem que dera ouvidos ao conselho, vendo o que ocorria, foi a seu refúgio e bebeu da água guardada no pequeno depósito. Um dia, notou lá de seu abrigo as fontes jorrarem uma vez mais.
Ele desceu da colina e foi ter com os outros homens
O homem que escutou o aviso, comprovou que estavam pensando e falando de um modo bastante diverso do anterior. Assim, nem tinham lembrança do que se passara, nem mesmo do alerta dado por Khidr. Quando ele tentou falar com eles, percebeu que julgavam que estivesse louco.
Foi tratado de maneira hostil
Alguns desses homens sentiam piedade ao invés de entenderem.
De início ele não bebeu da água nova. Retornava a seu refúgio e bebia todos os dias da água que guardara.
O triste incidente da perda da identidade
Ele cabou resolvendo beber da nova água por não poder suportar mais a dor do isolamento. Seu modo de agir era diverso dos demais e fazia com que se afastassem dele.
No dia em que bebeu a nova água e se tornou igual aos outros
Porém, se esqueceu de tudo que se referia à água especial que guardara. Como resultado, seus parceiros passaram a encará-lo como a um louco que retornou de maneira milagrosa à razão.
Minha advertência
Esse velho conto sufi que escolhi para abrirmos essa coluna, considero bastante especial.
É um conto válido para todo o sempre, entretanto, embora antigo, é mais do que atual para nossos dias. Dias em que
somos massacrados pelo coletivo. Levados pelo desejo de sermos aceitos pela massa, nem mesmo refletimos sobre nossos rumos.
O grande desafio atual é não nos deixarmos contaminar e seguirmos fiéis ao que somos. Mesmo que aos olhos dos demais nossos valores possam ser considerados loucura, sejamos féis a nós mesmos.
O isolamento é mais do que válido nesses momentos. Eles nos afiançam de que não fomos capazes de perder o foco e o rumo.
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