Os Três Tesouros do Tao: Afetividade, Humildade e Simplicidade
Os Três Tesouros do Tao: Afetividade, Humildade e Simplicidade>>
No capítulo 67 do Dao De Jing, Lao Zi nos diz: “Eu tenho três tesouros que valorizo e preservo:
o primeiro se chama afetividade, o segundo se chama simplicidade e o terceiro se chama: não encorajar ser o dianteiro sob o céu”
Os Três Tesouros do Tao
Segundo as palavras do Patriarca Lao Zi, tesouro é algo valioso, é algo que tem virtude.
Portanto, tanto a afetividade, quanto a simplicidade e a humildade são três virtudes. São os três princípios que devem fazer parte do Caminho de realização espiritual de um taoísta.
Ademais, elas representam a maneira virtuosa que uma pessoa tem de viver o mundo, de viver a sua vida, de acordo com o princípio do Tao.
Além do cultivo da meditação e dos estudos religioso e filosófico, a Afetividade, a Humildade e a Simplicidade são três tesouros do Tao.
Afetividade, Humildade e Simplicidade devem ser vividas no dia a dia
Decerto, essas virtudes devem ser qualidades vividas pelo taoísta no seu dia a dia.
Essas três virtudes devem conviver natural e harmoniosamente no coração e na consciência de um taoísta. Com isso, ele favorece a si e a todos que o cercam.
De acordo com o Taoísmo, o homem deve procurar se unir com o céu e a terra, com a natureza primordial, tendo como essência do seu trabalho o não egoísmo, a simplicidade e a afetividade.
Assim, o taoísta deve agir da maneira como age a água corrente. Ele não deve contrariar o curso do céu e da terra e não gerar sofrimentos para as demais pessoas, seguindo apenas o seu fluxo natural.
O que significa Afetividade na concepção taoísta?
Agir com afetividade significa trilhar o Caminho de uma maneira sensível e sutil e, ao mesmo tempo, tratar as pessoas de uma maneira afetuosa.
Se uma pessoa estiver conduzindo a sua vida e o seu Caminho de maneira radical, ferindo aqueles que estão à sua volta, sem se importar com isso, certamente, ela não estará agindo de acordo com a Afetividade.
Aquele que possui a Afetividade como princípio deve ser corajoso e nobre. Assim, ele será capaz de proteger quem quer que esteja enfrentando uma situação de desequilíbrio e de desarmonia.
Aquele que não possui Afetividade, quando encontra outra em situação de inferioridade, pode tentar tirar proveito disso, pode agir egoisticamente.
Um Mestre taoísta nos diz que a Afetividade pode ser vivida no nosso cotidiano de três Maneiras. Primeiramente, através da compaixão para com os que estão em posição inferior a nossa. Em seguida, através da reverência ou respeito para com aqueles que estão em uma posição superior a nossa Finalmente, através do amor fraternal com aqueles que estão na mesma posição que a nossa.
O que significa Humildade na concepção taoísta?
O taoísta não alcança a plenitude do seu Caminho espiritual sozinho. Por esse motivo, é fundamental que ele abra espaço para que outros possam se desenvolver igualmente.
Ele precise viver o verdadeiro espírito da Humildade, esvaziando o seu próprio Eu, abrindo mão da arrogância e da obsessividade. Ele precisa agir de acordo com a água que flui e se adapta aos diferentes terrenos. A água tem a sua naturalidade, ela sabe aceitar, fluir e percorrer o destino que lhe foi dado.
Aquele que possui a Humildade como virtude deve sempre lembrar de proporcionar uma condição melhor para que os outros vivam em harmonia e equilíbrio.
Agir com Humildade é não querer ser impor, não querer estar sempre acima dos outros, não querer ser o dono da verdade.
No I Ching, a imagem do hexagrama “Humildade” é a montanha abaixo da terra (trigrama terra sobre o trigrama montanha). A montanha é imponente, grandiosa, mas nesse posição ela não aparece. Ela é tal como uma pessoa humilde deveria ser: aquela que poderia se colocar como grande mas que se coloca como sustentador de todos os seres.
Uma pessoa se torna humilde quando esvazia o seu Coração e amplia sua consciência. Dessa forma, ela passa a contemplar a natureza e a respeitar os “Dez Mil Seres”. Assim, ele vive a qualidade da verdadeira Humildade, ora no seu interior, ora no seu exterior.
O que significa Simplicidade na concepção taoísta?
Simplicidade é a natureza pura que existe em todos nós. Simplicidade é o que nos leva a fazer o caminho de uma maneira simples e silenciosa, sem a intenção de mostrar a todos que estamos seguindo o caminho espiritual.
Ser simples é saber renunciar aos apelos do ego, bem como ser aproximar do princípio do Autêntico Vazio. É viver um estado de quietude e transparência permanentes, viver o verdadeiro Tao.
Mais uma vez, um Mestre taoísta diz que não devemos deixar que interesses e desejos dominem nossa consciência e nosso coração. Por isso, na nossa vida cotidiana devemos tentar vivenciar a virtude da Simplicidade. Devemos evitar fazer as coisas com malícia, esperteza e engenhosidade. Devemos realizar as ações mais complexas com o coração o mais simples possível, cultivando a consciência verdadeira e sincera, feita de simplicidade e pureza.
Vivendo os três tesouros no Caminho do Tao
Conforme o ensinamento do Taoísmo os três tesouros devem ser vividos cotidianamente e de acordo com a naturalidade. Dessa maneira, o cultivo da Afetividade, da Humildade e da Simplicidade torna o ser humano natural, puro e transparente. Assim, a Afetividade, a Humildade e a Simplicidade devem ser praticadas sem intenção. A partir do momento que pessoa vive de uma maneira complicada, com engenhosidade, na verdade, ela deixou de possuir a qualidade dos Três Tesouros. Com isso, ela deixou de fluir com o Tao.
Telma Bonniau Gitirana foi ordenada Daoshi na Linhagem da Ordem Ortodoxa Unitária, por Wu Jyh Cherng, fundador da Sociedade Taoista do Brasil. Atualmente continua seu Caminho ensinando e seguindo os princípios do Tao.
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