A busca da felicidade – entendendo o abismo
A busca da felicidade >> Porque sentimos tanta necessidade de sermos felizes o tempo todo?
Porque nossa sociedade nos cobra que esqueçamos as tristezas ou os motivos, fatos ou pessoas que estão “provocando” nossa infelicidade?
Porque todos condenam aqueles que aceitam seus períodos de infelicidade, tristeza ou pesar?
Porque a sociedade aprova paliativos para a dor, como remédios, ansiolíticos, drogas ou bebidas, desculpando e dizendo que é tudo em pró de uma recuperação da infelicidade ou tristeza?
Esse vício social de nossa vida moderna é uma antítese ao crescimento e evolução.
Crescer dói! A cobra, para ganhar uma nova pele precisa passar pelo sofrimento de não caber mais na velha e de perde-la.
A busca da felicidade – A borboleta

A borboleta, para ganhar asas, precisa passar por seu período de lagarta, passar por seu período dentro de um casulo apertado e escuro, para finalmente poder voar.
Assim também somos nós, em nosso caminho evolutivo.
Nos períodos felizes e satisfatórios de nossas vidas não crescemos; na realidade nestes momentos em que tudo vai bem estagnamos.
Queremos continuar recebendo prazer e felicidade, e para tal, não mudamos, não crescemos.
É justamente durante os períodos em que as coisas não vão bem, os nossos períodos de tristezas, pesares, infelicidade e dificuldades que mais crescemos.
Faz parte do processo evolutivo a dor, pois sem a dor não poderíamos valorizar o prazer.
Sem a tristeza não saberíamos valorizar a alegria.
Isso não quer dizer que as pessoas devam viver o tempo todo infelizes ou tristes, negando-se prazeres.
Ao contrário, as pessoas devem aproveitar estes períodos de infelicidade ou dificuldades para refletir sobre as causas, para traçar novas metas, novos caminhos que as levará ao equilíbrio.
Entender estes períodos como aprendizado e amadurecimento.
Devem viver a tristeza como vivem a alegria, compreender e aceitar as dificuldades como naturais, parte de um ciclo e não uma maldição.
Se você está em um momento de tristeza ou dificuldade, aproveite este momento, porque este é o momento em que a borboleta é ainda crisálida.
Crie forças, para aproveitar a liberdade do voo que suas novas asas, que estão se formando e fortalecendo, te trará.
Principalmente, não se sinta culpado por sofrer, porque é muitas vezes através da dor que crescemos, nos transformamos e nos tornamos mais plenos e conscientes.
A busca da felicidade – entendendo o abismo
O que tudo isso tem a ver com astrologia cabalística?
Isso tem tudo a ver com a vida, e com a Árvore da Vida, ou seja, conosco.
Na verdade, toda dor é um luto, seja ela qual for, e como tal tem relação com Plutão, que na árvore da vida representa, em seu aspecto externo, o abismo de Daat.
O sofrimento e a dor são tão intensos sempre por representar o abandono do prazer ou alegria, ou em outra perspectiva, pela ausência de Luz em nossa vida.
Daat – Plutão representa o desconhecido, ou melhor falando – o medo do desconhecido.
Alguém me disse, certa vez, que é sempre melhor o diabo que conhecemos.
O que esta frase quer dizer é que nos sentimos seguros com situações as quais já estamos acostumados, ainda que não sejam positivas.
Exatamente por este motivo tememos arriscar com o que não conhecemos, ainda que seja bom.
Plutão – o limite do desconhecido
Interessante também o fato de rebaixarem Plutão a um planeta anão, que não é mais considerado como planeta pelos astrônomos, e sua analogia com Daat que é na verdade uma não-séfira.
Na verdade, séfira ou não, planeta ou não, o fato é que Plutão é o limite conhecido de nosso sistema solar.
Da mesma forma, Daat é o abismo pelo qual as almas passam, em direção a encarnação, e no processo de morte física.
Tememos a morte por não sabermos o que nos espera além do abismo.
Tememos as transformações representadas por Plutão por não sabermos o que nos espera depois das mudanças.
Toda transformação representa a morte de algo para que haja o renascimento.
Depois da escuridão a Luz
A boa notícia é que acima de Daat/Plutão está Kether, a fonte de Luz.
Como diz o ditado – todo mundo quer ir para o céu mas ninguém quer morrer.
Entender os processos de dor e de transformação é isso – você não verá a Luz se não vir primeiro a escuridão.
A borboleta não vai voar se não tiver asas.
Entender os processos de Plutão é compreender o caminho da aceitação de que as mudanças acontecem porque fazem parte do caminho natural de evolução.
Quando compreendemos e aceitamos, passamos a nadar a favor da maré, e tudo se torna mais fácil.
A busca da felicidade – tirando o melhor do pior
Aceitar a transformação é aceitar deixar para trás aquilo que não nos é necessário, que está pesando em nossas mãos, para termos as mãos livres para pegar as novas oportunidades que estão na nossa frente.
Quando aceitamos que não controlamos tudo, as coisas começam a fluir, a transformação acontece e nos libertamos do controle.
Quando não aceitamos, circunstâncias externas e alheias a nossa vontade nos obrigam a mudar a força.
É também um processo de coragem, já que aceitamos, finalmente, dar lugar ao desconhecido, que apesar da dor e do medo, podem e serão muito melhores, só que de uma outra maneira.
Uma outra analogia que gostaria de fazer, antes de terminar o artigo, é a questão do espelhamento de Daat em Yesod, a séfira da Lua, e sua relação com o medo.
Na Lua residem os nossos medos e também nossos instintos mais básicos, dentre eles o de sobrevivência.
Tem também relação com a vida e a morte, o início e o fim dos ciclos.
Por hoje é isso – shalom shalom!!!
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Portanto, A busca da felicidade, A busca da felicidade, A busca da felicidade.A busca da felicidade.
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