ESCORPIÃO: Sexo, drogas, violência, morte e transcendência

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Neste mês quando entra Escorpião, nada mais oportuno do que refletir sobre alguns temas básicos associados àquele signo.

Segundo o respeitado mitólogo Joseph Campbell, o uso crescente de drogas alucinógenas por parte de nossa civilização ocidental seria conseqüência direta da decadência do espírito religioso entre nós.

Imersos numa sociedade essencialmente materialista, onde as razões científica e mercantilista negam a dimensão transcendental do Ser. O consumo de alucinógenos então,  surgiria como instrumento substitutivo para a realização daquele “algo a mais” perceptível pelos cinco sentidos.

Na medida em que a ciência e a filosofia do século XX não nos responderam satisfatoriamente sobre o sentido da existência, após terem declarado a “morte de Deus”, pavimentaram a fuga para as drogas.

ESCORPIÃO: Sexo, drogas, violência, morte e transcendência

O filósofo Herbert Marcuse, ícone intelectual da juventude rebelde de 68, denunciou outra falácia do gênero: a sociedade industrial, incapaz de realizar as promessas de autonomia e realização dos indivíduos, derivou para um consumismo autofágico, reduzindo o erotismo à sexualidade, e a sexualidade à genitália.
O indivíduo unidimensional de Marcuse teria no sexo genital a principal válvula de descompressão para suas irrealizações.

O consumismo como fim em si mesmo, tendo como suporte as técnicas psicológicas publicitárias, seria o complemento natural deste movimento.

Nas sábias palavras do psicanalista Erich Fromm, nossa cultura valorizaria o Ter (e o fazer) em detrimento do Ser.

No plano social, de cidadão ficamos limitados apenas a consumidores.

O interesse sexual exacerbado funcionaria como válvula compensatória para uma vida social alienada e frustrante.

E a morte, qual sua relação com tudo isso?

Não é à toa que os franceses denominam o orgasmo de “pequena morte”.

Naquele momento precioso, perderíamos a noção do nosso ego e mergulharíamos na sensação oceânica de identificação com o todo.

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Muitos de nós buscam no gozo sexual uma reintegração com o cosmos, mesmo que momentânea.

No momento do orgasmo, esquecemos do ego

Após a revolução sexual iniciada nos anos 60, o sexo teria perdido a condição de principal tabu social para a morte.

De fato, evitamos o tema “morte” da mesma maneira como evitávamos falar de sexo décadas atrás.

Tentamos negar a sua possibilidade na esperança infantil de se assim agindo fôssemos evitar a sua inexorabilidade: se a ignorarmos, quem sabe ela não acontece para gente?!

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E quanto à violência?

Podemos constatar a sua utilização como instrumento de poder.

Como meio de impormos a nossa vontade aos outros, como manifestação de nosso medo.

Agimos violentamente também como forma de reagirmos à frustração.

Ao contrário do que muitos sociólogos pensaram, a o processo civilizatório que vivemos não conseguiu mitigar a violência.

Ela teima em permanecer sempre atual e presente.

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Afinal, o principal combustível da violência é o ódio.

Quando agimos motivados pelo ódio, agimos cegamente.

Nestes momentos, a ideia de justiça simplesmente é derrotada pela busca da vingança.

Vingança a todo custo.

Assim, forma-se o torvelinho da violência, a vingança gerando ressentimentos e ódios que se transformam e futuras vinganças.

Esta é uma das armadilhas escorpianas.

O Afeganistão é aqui, dentro de nós!

Vejo a questão da transcendência como denominador comum destes assuntos.

Queremos ir além do corpo e da mente.

Algo nos atrai e causa temor ao mesmo tempo.

ESCORPIÃO: Sexo, drogas, violência, morte e transcendência

Eis que surge outro tema escorpiano: o poder.

Receosos de perder o controle sobre este processo, corremos o risco de nos refugiar no exercício do poder.

O ego manipulador buscaria a falsa segurança das finanças (consumismo) e do prazer sexual como fins em si mesmos (temas da casa nº 8, regidas por Escorpião).

A violência ainda se apresenta como um meio usual na conquista e no exercício do poder egoísta.

Corre-se o risco de enxergarmos as demais pessoas como meros instrumentos para nossos fins mais imediatos e egoístas.

Mas as pessoas não são meios, e sim fins em si mesmas!

Ironia da estória.

As mesmas forças plutonianas que comandam tais comportamentos destrutivos, simultaneamente nos abrem as portas para a autoregeneração.

Ponto de mutação.

ESCORPIÃO: Sexo, drogas, violência, morte e transcendência

Se esta etapa egóica for devidamente amadurecida, se conseguirmos sobreviver aos seus inúmeros desafios, ficaríamos habilitados a “saltar” para a próxima dimensão aquática zodiacal: Peixes e a casa de nº 12.

A última casa , o fim e o recomeço.

O ponto da transcendência consciencial, o próximo giro da espiral.

O Eu transpessoal.

E para que possamos adentrar a Era de Aquário, temos antes que resolver as pendências associadas a Peixes.

Quando falamos de um determinado signo zodiacal, necessariamente temos que observar se a sua oitava anterior foi devidamente integrada.

Os temas de Escorpião (água) configuram o calcanhar de Aquiles da nossa Era de Peixes (água).

Desta forma, podemos enxergar a roda do Zodíaco como um corte bidimensional de uma espiral em ascensão.

Poderíamos até mesmo deixar de girar em torno do sol e buscarmos uma nova estrela como eixo central. Na era de Aquário…
Daran Dahaman (Nov/2001)



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material originário do antigo site Meio do Céu - Claudia Araujo, hoje denominado Grupo Meio do Céu - Claudia Araujo e composto por diversos novos colunistas. Essa é uma maneira de preservar o material do antigo site, assim como homenagear aqueles que não mais escrevem no site e/ou não mais estão entre nós nesse plano da existência. Claudia Araujo

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