Zé Pelintra e a linha dos Malandros II
Zé Pelintra e a linha dos Malandros II
Já fundamentamos anteriormente ( vide artigo anterior ) o surgimento de Zé no Nordeste e sua experiência transcende no culto da Jurema.
Portanto, falemos agora, do Zé que tantos amam : Zé Pelintra o Malandro.
Zé Pelintra na figura do Malandro alinhado , “como manda o figurino” surge na umbanda de forma muito posterior a tudo que já havia acontecido no nordeste.
Zé de fato, começa a incorporar nos terreiros de Macumba Carioca.
Surge como uma mistura de Umbanda e Candomblé muito presente nos morros do Rio da década de 40 até os dias de hoje.
Assim sendo, mais uma vez não é bem compreendido.
De terno , gravata , com sua fala mansa, seu modo diferente de encarar os problemas do cotidiano, com efeito, Zé Pelintra passa a ser a voz dos Marginalizados.
Assim sendo, como poucos , entende a situação das pessoas de classe social menos favorecida.
Ele não os julga , mas ensina que caráter está acima de dinheiro.
Por ainda não haver se estabelecido como uma falange, os Malandros eram postos a trabalhar com os Exus e muitas vezes até confundidos com eles.
Com toda a certeza, até hoje em muitas casas eles trabalham juntos e isso não é problema pra nenhum deles.
Malandro que é Malandro chega em qualquer lugar
Só na década de 90 a linha dos Malandros passa a ser reconhecida como falange espiritual organizada.
Porém , sua essência nunca foi perdida :
– Entender , ouvir e dar voz aqueles que antes não compreenderiam os conselhos dados por outros Guias.
Zé Pelintra e os Malandros vêm pra falar a língua do povo da periferia, do Morro , da favela
De maneira idêntica, vêm para ouvir e dar a benção à prostituta que precisa levar o pão pra casa.
Vem para dar também ao traficante que não teve oportunidades na vida e passou a Marginalidade.
Mas veio também, para dar ao trabalhador que apesar da vida dura e desigual mantém um sorriso no rosto e toma sua cerveja aos finais de semana.
Zé Pelintra e os Malandros vêm pra umbanda para nos ensinar sobretudo que não é preciso se sujar , que a vida pode ser dura , mas digna.
Ademais, que todo beco sem saída possui uma passagem secreta que só o bom Malandro conhece.
Eles vêm nos ensinar a viver com leveza e gingado.
Em síntese, vêm com seus ternos e chapéus Panamá dizer que você pode entrar na sujeira mas não pode se sujar.
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Adorei!!!!!
Texto exelente!!!!