Ser ou Não-Ser?
Ser ou Não-Ser?
Vazio = Sem forma, sem nada. Ausência.
Será que você é capaz de me responder…
“Quem é você?”
Já sei, já sei… Você vai achar que eu vou vir com aquele velho questionamento das aulas de filosofia, não é? Não… Não é.
O questionamento é feito pra saber se você acha que se conhece só isso.
O que? Você notou a palavra ‘acha’ numa pergunta tão óbvia? Que bom, pelo menos algo, você sabe… Ler. Agora vamos pensar… Isso mesmo, pensar.
Muitas pessoas, na maioria das vezes, ‘passam a vista’ rapidamente pelas palavras, nada mais, ainda nem descobriram o ‘prazer de ler’. Por isso, vamos recomeçar ok?
“Quem é você?”
Seja qual for a sua resposta ela é ‘insana’.
Como assim? Insana eu? Você deve estar se perguntando.
Isso mesmo. Insano, ou seja, uma pessoa que vive de uma maneira desejando ser outro e vivendo em um mundo pensando ser outro, ou seja, vive na ‘matrix’, ou devo dizer num mundo de ilusões.
Sanidade significa chegar ao que se é “natural”, ou seja, chega ao que se é ‘perfeito em você’ sua essência.
Toda vez que você se identifica em alguma ‘forma’, você estará vivenciando no ‘mundo das ilusões’.
Toda “forma” é uma ilusão. Elas existem para saciar o “ego”. Toda ‘forma’ é centrada no “ego”. Logo, se você se identifica em alguma forma de ser é para alimentar e saciar seu ego.
Por isso que no Budismo e no Taoísmo fala-se tanto no ‘vazio’.
O vazio não tem forma, ou seja, sem nada a se comparar, logo, vazio, ou seja, sem “ego”.
Toda vez que você assume uma posição, ou seja, ser de um jeito, na verdade, você está assumindo uma determinada forma, seja ela uma característica física, emocional ou intelectual.
utilizada em determinados momentos, ou seja, você torna-se uma pessoa diferente de sua essência e vivencia esta outra personalidade por alguns instantes e nada mais.
O homem ‘são’ não é ninguém. Só os loucos, os insanos, costumam ser quem quiser ser e ainda defendem suas convicções cegamente aos extremos.
… Que foi? Ficou pensativo? Que bom!
Continue a refletir por mais uns instantes…
Voltando em 3…2…1… Pronto? Vamos retomar ao nosso raciocínio…
Uma pessoa ‘sã’ não assume nenhuma forma, ou seja, ela é somente ela o tempo todo. Ela não assume a personalidade de ninguém, ela não usa nenhuma ‘vestimenta’ intelectual, filosófica, religiosa, artística, enfim, ela não é ninguém, ou seja, um ser ‘não sendo’.
Ser ou ‘não-ser’? Eis a questão!
Toda a ansiedade, de maneira ingênua, procura ajudar você a tornar-se um ‘ser’. No entanto, a questão toda é… Você acaba se tornando de fato naquele ser ou no ser que o sistema deseja que você seja?
“Quanto mais você se veste menos você se vê!”
Quando se olha no espelho não vê suas marcas, só sua aparência externa e nada mais.
“Passa novamente a vista rapidamente, não é?”
Em todos os lugares que você for, as pessoas não verão você, mas, verão a forma que você apresenta como sendo sua, ou seja, verão uma forma e o que se espera desta, nada mais.
Será que se um “matuto”, um “caipira legítimo” vindo da roça, fosse comer em um restaurante 5 estrelas, vestindo seus trajes cotidianos, todos o veriam e os aceitariam em seu meio? Será que eles o aceitariam sem nenhum tipo de preconceito?
“O homem “são” só existe no vazio.”
Buda conseguiu atingir o “nirvana” ao chegar neste estágio. Durante duas semanas, ou seja, 14 dias, Buda sentou-se embaixo de uma árvore em silêncio, sem se mover, sem falar, sem fazer absolutamente nada. Alguns sábios relataram que até as “divindades” do céu ficaram preocupados, pois, raramente alguém consegue tornar-se um vazio absoluto. Naquele instante, Buda se iluminou e conseguiu aniquilar de vez o sofrimento.
Enquanto você tentar ser alguém diferente de sua essência, ou seja, alguém que é diferente de sua natureza, tentar vestir-se para frequentar determinados lugares e tentar mostrar as pessoas alguém que lhes agrade e correspondam as suas expectativas, “você nunca será feliz!”.
No entanto, ser apenas você, estar onde você está e não tentar ser ninguém em especial, apenas a si mesmo, aí sim, “você será feliz!”.
“Só atingimos a felicidade quando não somos”.
Ser ou “Não-Ser”? Eis a questão!
“Não-Ser”, eis a resposta!
Até Breve!
Gasshô!