A Mitologia dos Nomes dos Planetas

A Mitologia dos Nomes dos Planetas

Em um texto anterior, falamos dos mitos gregos ligados a cada um dos doze signos. Agora, vamos falar da mitologia por trás dos arquétipos dos planetas.

Retomando seu significado, mitologia é o estudo de histórias, lendas e a interpretação dos mesmos inserida em uma cultura. Geralmente, populares e com fundo religioso, traz muitas visões passadas das pessoas de geração em geração.

Cada povo tem seu conjunto de histórias, folclore, mitos. Sejam eles gregos (talvez a mais difundida), romanos, africanos, nórdicos, hindus, astecas, incas, guaranis. Enfim, narrativas que ajudaram na educação e desenvolvimento de cada região.

Inegavelmente, a mitologia utiliza-se de uma linguagem simbólica, a fim de retratar e descrever a origem e suposições de alguma cultura, contar a criação do mundo, do universo, ou qualquer assunto de difícil explicação.

Neste sentido, estas heranças culturais também serviram para desenhar a linguagem astrológica moderna.

Como nos signos, mitos e planetas são coisas diferentes. Mas, os mitos são fundamentais para o melhor entendimento do arquétipo de cada astro celeste.

Conheça um pouco de alguns mitos ligados aos planetas que conhecemos:

MERCÚRIO

O planeta mais rápido e mais próximo ao Sol, recebeu o nome do deus romano equivalente a Hermes, o mensageiro do Olimpo.

Na mitologia, Hermes era filho de Zeus e tinha sandálias aladas que permitiam que ele circulasse por qualquer lugar. Ou seja, podia ir do Olimpo ao mundo do mortos, pois não tocava os pés no chão.

Deus da comunicação, do comércio, dos caminhos, protetor dos viajantes. Malandro, brincalhão, porém inteligente, criativo e astuto.

Assim, podemos ver muito dessas qualidades nos nativos de Gêmeos e Virgem, os dois signos regidos por Mercúrio.

VÊNUS

Conhecida como a Estrela Dalva.
Inegavelmente, o planeta brilhante teve um papel muito importante no desenvolvimento do conhecimento humano. Foi usado como referência para contagem do tempo, visto que a cada época do ano, está numa parte específica do céu.

Muitos povos e de regiões totalmente diferentes no nosso planeta tiverem Vênus como base para construção do seu próprio calendário.

Mas, falando de mitologia, Vênus recebeu o nome da deusa romana do amor e da beleza. Equivalente a Afrodite, na mitologia grega, a deusa era conhecida pela vivência do prazer.

Decerto, sua beleza encantava deuses e humanos.

Servia de inspiração para os artistas. Era sedutora, envolvente, mas também vingativa. Amava a si mesma, acima de qualquer outra coisa.

Assim, Vênus na Astrologia, é o planeta do afeto, do prazer, dos relacionamentos, do bens materiais, bem como da autovalorização e da autoestima. Rege os signos de Touro e Libra.

MARTE

Conhecido como deus da guerra. Na mitologia grega era Ares.

Os gregos, mais inclinados a diplomacia, cultura, civilidades, achava o deus muito sangrento. Para eles, Ares era o deus da guerra violenta, sanguinária. Já para os romanos, que construíram o maior império da antiguidade, era um dos deuses mais venerados.

Para os gregos, era sempre associado à agressão física e selvagerias, sendo evitado até pelos outros deuses. Em contrapartida, para os romanos, era mais compreensível.

A ele também era atribuído dotes físicos e sedutores, tanto que conseguiu envolver a própria deusa do amor, Afrodite.

Na Astrologia, Marte representa essa energia de libido, instintiva e até agressiva. Além disso, é a força, a assertividade, a energia para colocar as coisas em movimento. Rege os signos de Áries e Escorpião.

JÚPITER

O gigante dos céus
Ao maior planeta do Sistema Solar, foi dado o nome do deus dos deuses romanos. Na mitologia grega equivale a Zeus, o deus supremo do Olimpo.

Quando Zeus derrotou o pai com ajuda dos irmãos, dividiram o mundo e Zeus ficou como governante do céu e da superfície terrestre. Assim, era o deus da humanidade.

Rendiam todo o tipo de oferendas a ele e, quando perseguidos por malefícios e até mesmo outros deuses, eram a ele que as pessoas e outros seres recorriam.

Para Zeus tudo era possível. Ou, para tudo se dava um jeito. Grande amante, gostava de aventuras e romances, fosse com homens ou mulheres.

Na Astrologia antiga, era conhecido como o Grande Benéfico. O planeta da abundância, da expansão, da justiça, do conhecimento, da sorte e prosperidade. Rege os signos de Sagitário e Peixes.

SATURNO

O senhor do tempo
Equivalente ao deus grego Cronos, Saturno é o deus do tempo.
Na mitologia, castrou o pai com a sua foice e depois, também devora os filhos assim que nasciam. Menos Zeus, que foi salvo pela sua mãe e voltou mais tarde para destroná-lo.

Por isso, era sempre referenciado como um senhor de idade, um titã muito temido.

Na Astrologia é o tempo que tudo devora. Mas também, é a experiência que vem com o tempo. O planeta da castração, dos limites e dos medos. Fica no limite da visão humana. Ou seja, é o último planeta que conseguimos ver a olho nu. Rege os signos de Capricórnio e Aquário.

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Esses 5 primeiros planetas já eram conhecidos bem antes da estruturação moderna da Astrologia. Tanto que, seus nomes foram ligados aos deuses romanos por conta da referência arquetípica.

Isto é, os povos antigos já associavam estes atributos aos planetas bem antes da nomeação oficial. É claro, cada região dava um determinado nome, mas a atuação era a mesma.

O primeiro registro de conhecimento dos planetas (até Saturno) data de 2 mil anos antes de Cristo, na Babilônia.

Assim, quando os sábios antigos viam que o Sol estava num alinhamento perfeito com Júpiter, sabiam que nasceriam pessoas que seriam referências para o se povo, como reis, sábios, estudiosos, líderes, sacerdotes, etc.

No mesmo sentido, quando viam que Saturno estaria presente, viveriam períodos de escassez, fome, doenças, seca, malefícios em geral.

Ou seja, só mais tarde é que receberam os nomes dos deuses que tinham uma referência mais próxima a essa forma de atuação.

Somente com a invenção do telescópio é que foi possível identificar Urano, Netuno e Plutão. Desse modo, acabaram recebendo os nomes dos deuses por votação.

Independentemente disso, os astrólogos modernos já conseguiram identificar essas similaridades com os deuses e atribuem, como diria Jung, a sincronicidade.

URANO

O “diferentão” de todos.
Foi descoberto em 1781 e viram que ele tinha um movimento diferente dos demais: ele gira inclinado.

Como Saturno era pai de Júpiter, deram para ele o nome do pai de Saturno – Urano. No mito, Urano é o céu e com Gaia (a Terra) tiveram muitos filhos. Dentre eles, o mais novo Cronos (Saturno) que vendo a dor que sua mãe sentia de carregar tantos filhos, castrou o pai.

Infelizmente, não há muitas histórias ligadas a Urano, sendo citado em alguns mitos da criação do mundo.

Na Astrologia, Urano está ligado a ultrapassar os limites. Afinal, ele é o primeiro planeta depois de Saturno (que é o limite da visão a olho nu). Além disso, muitas novas descobertas e verdadeiros avanços tecnológicos surgiram após o reconhecimento de Urano. Por isso, ele está ligado a inovação, vanguarda, romper padrões e a própria criatividade em olhar por um ângulo diferente dos demais.

E mais, sendo descoberto próximo à Revolução Francesa, é atribuído o papel de revolucionário. Rege o signo de Aquário.

NETUNO

O planeta da fantasia
Foi descoberto em 1846 e por sua coloração azul, após votação da comunidade científica, recebeu o nome do deus dos mares na mitologia romana.

Equivalente a Poseidon na mitologia grega, Netuno era irmão de Júpiter e lutou na guerra contra o pai (Saturno). Assim, com a divisão, recebeu o domínio dos oceanos, mares e tudo que vive sob as águas e toda sua profundidade.

Sabemos que a água é o elemento das emoções e nos conceitos desenvolvidos por Jung, o oceano é a referência a0 nosso inconsciente. Desse modo, lá estão guardadas as emoções, os fantasmas, os desejos mais profundos e muito de que não temos ainda total noção. Isto é, de lá brotam nossos sonhos e fantasias.

Na Astrologia, Netuno está ligado a esse mundo. Decerto, um oceano de imaginação, fantasias, sonhos e idealizações. Às vezes, vêm em formas de fantasmas e outras, em salvadores. Além disso, este planeta também está ligado ao contato com o mundo espiritual. Rege o signo de Peixes.

PLUTÃO

O planeta frio
Foi descoberto em 1930. Porém, em 2006 perdeu a denominação de planeta, sendo chamado de planeta anão. Atualmente, outras análises estão sendo verificadas para voltar ao rol dos planetas.

Na mitologia, Plutão é do deus do submundo. Conhecido como Hades pelos gregos, muitos sequer pronunciavam seu nome. Era o deus mais temido por sua ligação com a morte.

Irmão de Júpiter e Netuno, também participou da luta contra o pai e a ele coube governar o mundo dos mortos e a passagem para os Campos Elísios – o paraíso dos gregos.

Nos mitos, não era um deus muito participativo. Isto é, preferia ficar em seu reino do que circular entre os humanos e os outros deuses. Porém, em uma de suas aparições, apaixona-se por Perséfone e a rapta para o submundo, tornando-a sua rainha e detentora de todos os segredos do seu reino.

Assim, na Astrologia, Plutão representa as transformações, a morte para o renascimento. É o poder. Ou seja, uma força instintiva, a sombra que carregamos e que enquanto não mergulharmos em nós mesmos, não assumimos nosso verdadeiro poder de realização. Por isso, Plutão representa a ação fria e estratégica para obtenção do verdadeiro poder. Rege Escorpião.

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Outros corpos celestes, como estrelas e asteroides são trabalhados na Astrologia e também recebem nomes ligados a outros mitos gregos, como Quíron, Palas, Ceres, etc.

Assim, Astrologia é um conhecimento muito vasto e que vale muito a pena se ter contato. Não apenas como predições, mas principalmente como autoconhecimento. E, também, como uma grande bagagem cultural.



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Glau Ribeiro

Publicitário, Redator e Astrólogo. Apaixonado por comportamento humano, buscou na tradicional arte da astrologia uma forma de compreender o ser humano e ajudá-lo em seu desenvolvimento. Formado pela Gaia Escola de Astrologia, em São Paulo, atua há mais de 10 anos com atendimentos pessoais e corporativos, palestras e orientações. Contatos Whatsapp: (11) 98486-1764 Instagram: @glaubert E-mail: glau.ribeiro@uol.com.br

Um comentário em “A Mitologia dos Nomes dos Planetas

  • setembro 20, 2019 em 7:48 pm
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    Muito didático. Parabéns. Cultura.

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