A árvore dos Dispositores – parte III
A árvore dos Dispositores é um diagrama auxiliar na interpretação do mapa astrológico que leva em conta a relação dos planetas regentes com os ocupantes dos signos, formando uma estrutura hierárquica com diretores, assessores e subalternos.
A árvore dos Dispositores é uma outra forma de relacionamento entre os planetas no mapa, diferente dos aspectos, que vem da palavra em latim “aspectum”, que significa observar, olhar.
Para definirmos o topo do diagrama na elaboração da árvore dos Dispositores deveremos considerar, nesta ordem:
- Planetas Domiciliados
- Mútua recepção
- Recepções múltiplas
É importante indicar o Regente do Ascendente para saber como a pessoa trata seu corpo.
Vamos verificar a importância das áreas do mapa ocupadas pelos planetas situados no topo do diagrama, bem como as dificuldades das áreas relativas aos da parte de baixo.
Para demonstrar a importância deste instrumento, vamos analisar o mapa de cinco cantoras famosas, examinando particularmente suas casas II, relativa à sua potência de voz, a casa V quanto a sua presença de palco e a casa X, referente a sua carreira.
Vamos examinar o mapa da terceira cantora:
Janis Lyn Joplin, ou simplesmente Janis Joplin nasceu em 18 de janeiro de 1943 as 9 horas e 45 minutos na cidade de Port Arthur, no Texas. Ela foi uma cantora considerada a maior cantora de rock dos anos 1960 e a maior cantora de blues e soul da sua geração. Janis. Cresceu ouvindo músicos de blues tais como Bessie Smith, Leadbelly e Big Mama Thornton, e cantando no coro local.
Em 1960 foi para a Universidade do Texas, na cidade de Austin, onde começou a cantar blues e folk com amigos. Cultivando uma atitude rebelde, Joplin se vestia como os poetas da geração beat. Mudou-se para San Francisco em 1963. Passou a morar no bairro de North Beach e a trabalhar como cantora folk.
Nessa época, Janis intensificou o uso de drogas e passou a usar heroína, além de tomar muita bebida alcoólica. Sua bebida preferida era o Southern Comfort, um Licor de Whiskey Bourbon.
Em 1966, seu interesse pelo blues a aproximou do grupo Big Brother & The Holding Company, que estava ganhando algum destaque entre a nascente comunidade hippie em Haight-Ashbury. O auge da banda foi a sua participação no Festival de Monterey Pop em 1967, com os marcantes vocais de Janis na canção “Ball and Chain”.
Devido a este sucesso, neste mesmo ano a banda assinou um contrato com o selo independente Mainstream Records e gravou o álbum “Big Brother and the Holding Company “.
O álbum “Cheap Thrills”, de 1968, fez a fama de Janis: foi seu álbum de maior sucesso. Continha a canção “Piece of my heart”, que atingiu o 1º lugar nas paradas da revista Billboard.
No final de 1968, Janis sai da banda Big Brother e forma um grupo chamado Kozmic Blues Band, que a acompanhou no festival de Woodstock. Janis gravou com eles o álbum “I Got Dem Ol’ Kozmic Blues Again Mama!” de 1969, que veio a ser premiado com o Disco de Ouro.
O grupo se separou e Joplin formou então o Full Tilt Boogie Band. O resultado foi o álbum póstumo “Pearl” de 1971, que teve como destaque as canções “Me and Bobby McGee” e “Mercedes-Benz”.
Janis Joplin esteve no Brasil em fevereiro de 1970, na tentativa de se livrar do vício da heroína, mas sua estadia foi tumultuada. Ela fez topless na praia de Copacabana, foi expulsa do Copacabana Palace, após nadar nua na piscina do hotel e passou uns dias numa comunidade hippie em Arembepe, na Bahia. O roqueiro brasileiro Serguei afirma ter conhecido a cantora dois anos antes em Long Island e a reencontrado no Brasil.
No dia 3 de outubro de 1970, Janis visitou o estúdio Sunset Sound Recorders em Los Angeles na Califórnia, para ouvir o instrumental da canção “Buried Alive in the Blues“. A gravação dos vocais estava agendada para o dia seguinte. À noite, ela foi para o hotel e no dia das gravações ela não apareceu no estúdio. O empresário da banda John Cooke foi até o hotel onde a encontrou morta, vítima de overdose de heroína aos 27 anos de idade.
O álbum “Pearl“ foi lançado 6 meses após sua morte e vendeu 4 milhões de cópias. É lembrada por sua voz forte e marcante e também pelos temas de dor e perda que escolhia para suas canções.
Janis tem o Sol em Capricórnio, Lua em Câncer e Ascendente Aquário.
Sua casa II está no signo de Aries com seu regente marte em sagitário na casa X, dando a ela um grande vigor vocal.
A casa V inicia-se em Câncer, com a presença de Lua domiciliada e Júpiter exaltado, fazendo com que a emoção a acompanhasse sempre que estivesse no placo.
A casa X tem sua cúspide no signo de Sagitário, com o regente Júpiter em Câncer, a disposição da Lua, o que provocou uma grande flutuação em sua carreira.
A árvore dos Dispositores de Janis Joplin tem dois departamentos. No primeiro temos uma mútua recepção entre Mercúrio em Aquário na casa XII e Urano em Gêmeos na casa III. Isto lhe proporcionava um intelecto privilegiado, porém empanado pelo uso de bebida alcoólica e substâncias proibidas.
A disposição de Mercúrio temos Saturno em Gêmeos na casa IV, o planeta mais angular do mapa. A disposição de Saturno temos o Sol em Capricórnio na casa XII e a disposição do Sol temos Plutão em Leão na casa VI.
A disposição de Urano temos Vênus em Aquário na casa XII e a disposição de Vênus temos Netuno em Libra no signo da casa VIII.
O outro departamento tem a Lua domiciliada em Câncer na casa V com Júpiter a sua disposição nesta mesma casa. A disposição de Júpiter encontra-se Marte em Sagitário na casa X.
As áreas do mapa ocupadas pelos planetas no topo da árvore dos Dispositores são a casa III com Urano em Gêmeos e a casa XII com Mercúrio em Aquário, que lhe proporcionou uma forma de expressão revolucionária e uma mente mais aberta a novas experiências, especialmente aquelas que lhe permitiam fugir da realidade.
Por outro lado, temos a Lua em Câncer na casa V, que é o palco, o local onde ela podia extravasar todas as suas emoções, contagiando o público.
O planeta situado na parte inferior da árvore é Plutão em Leão na casa VI, mostrando a intensidade com que colocava em sua rotina de vida, mas também indicando uma tendência autodestrutiva com sua saúde.
O regente do Ascendente é Urano, que está em Gêmeos na casa III, dando-lhe uma natureza irrequieta e indicando que ela cuidava de seu corpo de forma abstrata, tornando-o um instrumento para a realização de seus projetos, sendo profundamente influenciada pelos grupos de amigos.
Douglas Marnei
Outros artigos interessantes deste mesmo autor:
- A árvore dos Dispositores – parte I
- A árvore dos Dispositores – parte II
- A árvore dos Dispositores – parte IV
- A árvore dos Dispositores – parte V
- Aquário – as duas regências
- Peixes – as duas regências