Alerta máximo: a legalização da mineração na Amazônia terá um dos maiores impactos ambientais do planeta e pior ainda, será irreversível! Nós vamos deixar?

03Alerta máximo: a legalização da mineração na Amazônia

Terra Indígena Tenharim do Igarapé Preto, Amazonas
Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama: combate desmatamento e garimpo de cassiterita
Foto: Vinícius Mendonça/Ibama

Com a escassez da água, a poluição de óleo nos mares e as queimadas constantes em todo o mundo, todos os países já deveriam estar mais do que alertas para evitarem em tempo uma catástrofe à nível mundial, acabando com o futuro das próximas gerações.

Para isso, os governos e exércitos deveriam ter como meta principal, acima de qualquer hierarquia, a salvaguarda da vida na Terra, protegendo suas populações da ambição desenfreada de empresários e políticos que vem poluindo os mares, os mananciais de águas e florestas.

Aquilo que é primordial para a continuidade da raça humana deveria ser o quesito número um de segurança nacional, acima de qualquer projeto, qualquer aliança, qualquer ideologia que o dinheiro possa comprar.

Acima de tudo, deve estar a saúde, segurança dos nossos filhos, dos nossos netos, enfim da raça humana com todo o meio ambiente e mundo animal.

A ameaça ao meio ambiente na verdade é a pior das guerras e todo bom comandante deveria saber disso.

Alguns políticos atuais, tanto os judeus como os que se dizem cristãos, a semelhança de Trump e Bolsonaro, e de certos pastores, se ajoelham diante das câmeras e do mundo.

Dizem ser para Deus, e o pior, acreditam que são seus enviados.

Porém, se o ponto de vista for a religião, não fazem aquilo que a própria Escritura Sagrada, tanto para um povo, como para outro, prega:

o amor à natureza e às criaturas, inclusive todas do mesmo Deus.

Ao contrário de cumprir o que manda a fé, se ajoelham também para o dinheiro.

Ajoelham-se para o Deus cobiça, promovendo projetos e ações que destroem a natureza. Portanto, assassinando indiretamente pessoas humildes.

Analogamente, passando por cima dos animais silvestres e acabando com verdadeiros paraísos na Terra.

Se ao menos conhecessem um pouco do complexo e delicadíssimo sistema da natureza, principalmente da Amazônia, saberiam o quanto é errado fazer o que estão fazendo e negligenciando o que realmente deveriam se importar.

Afinal, nossa vida, depende do meio ambiente.

Portanto, as famílias do Brasil e do mundo, tanto pais, quanto mães e filhos, deveriam ficar mais alertas ainda para as loucuras que presidentes e congressos de seus países andam cometendo.

Decerto estão comprometendo toda a biodiversidade da Terra. Destruindo todo legado que a natureza tem a oferecer para a humanidade.

Imaginem a grande responsabilidade de um presidente ou de um comandante de exército em proteger um país, incluindo principalmente aquilo que diz respeito à sobrevivência e dignidade de seus povos?

Eles podem ser “subornados” por altos salários ou mesmo ‘subordinados’ as injustiças e inconsequências de alguns?

Imagine a responsabilidade dos presidentes em relação à destruição daquilo de que depende a vida das populações?

Eles podem ser cegos, guiando cegos?

E parece que mesmo assim, sem compreenderem o que estão fazendo, alguns são, e insistem em avançar.

Grandes sinais já estão sendo dados: o fogo nas florestas, o petróleo nos mares, as catástrofes nas minerações. ..

e como diz as mesmas Escrituras Sagradas que dizem seguir :

”Destruirei  quem destruir a natureza!” Apoc.11:18

Se ao menos tivessem a noção do que estão para fazer, eles não cometeriam tamanha insensatez.

Estão destruindo a Amazônia, literalmente.

Ambição pelo ouro, ambição pelas pedras, por minérios para a indústria de armamentos e outros afins.

Claro,  os minérios são importantes.

Mas, no momento delicado pelo qual estamos passando em relação ao meio ambiente, o certo é diminuir a velocidade de tudo o que estamos fazendo e refazer os planos para a humanidade.

A natureza não está suportando.

É como se alguém estivesse extremamente doente e ainda tivesse que trabalhar. A Terra precisa respirar.

Podemos perceber os avisos que ela tem nos dado, mas, parece que poucos estão prestando atenção. E estes poucos se esquecem das crianças.

Por exemplo, é bom saber, antes que o congresso aprove tamanha insensatez sobre as minerações, que do Sistema Aquífero Grande Amazônia (SAGA), depende quase todo o sistema de águas brasileiro e até do mundo.

A água é prioridade para a vida na Terra, portanto é questão de soberania, de Defesa nacional.

Com a escassez crescente, só nos resta conservar o que cada vez mais está ficando raro no mundo que é a água.

Se o Brasil usar de Inteligência, poderá ser o país que abastecerá o planeta, nos próximos 250 anos, isto é, se o planeta sobreviver às guerras e catástrofes ambientais.

Segundo pesquisa feita pelo Instituto de Geociência da UFPA, o aquífero Grande Amazônia – há pouco tempo ainda denominado Alter do Chão, possui reservas hídricas estimadas em 162.520 km³, sendo a maior que se tem conhecimento no planeta, a uma profundidade de até 500 metros em certos locais.

Poderia com aquedutos no futuro, irrigar toda a região nordeste do Brasil e até todo o país e ainda exportar água para regiões que sofressem a falta dela.

Estas águas são para as florestas amazônicas, como o sistema sanguíneo é para o corpo humano. Leiam de novo, por favor para compreenderem a importância do que estamos tratando.

Ela é a própria vida da Amazônia, a própria vida do país, com seus rios voadores.

Se as atividades de minerações continuarem por lá, será um desastre ambiental sem proporções para todos nós.

As águas da Amazônia, seus igarapés e igapós, redutos de silencio e mistério, são sagradas.

Sagradas, porque são fontes de chuvas e vida, fonte de alimentação para todos os seres que lá habitam como para os que recebem os rios voadores por todo o país.

No entanto, está sendo terrivelmente ameaçada pela mineração ilegal. Pior ainda, pela abertura e legalização, pois abrirão as portas para o desvario da cobiça humana.

Não era para ser assim.

São mais de 3.350 minas, espalhadas pelo Brasil, além das ilegais e tanto os métodos da lavra a céu aberto como método da lavra subterrânea oferecem riscos à população e ao meio ambiente, irreparáveis.

E, destas minas, são poucas as empresas que as exploram, e algumas delas de maneira bem duvidosa em relação à segurança da população e meio ambiente.

Dentre elas estão a Vale, a Samarco, a CBMM, a Alunorte, a Namisa, a Magnesita, a Votorantim Metais Zinco, a Votorantim Metais Níquel entre outras.

Desde o descobrimento do Brasil pelos europeus, são navios e navios saindo dos principais portos do país levando nossas riquezas por centenas de anos.

Hoje , são caminhões e caminhões pelas estradas, causando estragos pelo peso que carregam.

E quem paga a conta? São as empresas?

Quanto contribuem ao país pelos estragos que causam?

Quanto pagam de impostos?

Quantos são realmente fiscalizados pelos nossos governos?

O que fazem para compensar os estragos feitos no meio ambiente? E vão tirar mais?

Vão fazer estradas férreas para o interesse deles, de outros países? E, por que razão o nosso Brasil sempre vive na pobreza?

Se for para legalizar, antes deveriam descobrir um sistema de exploração de minérios, que não polua as águas, tampouco provoquem a abertura de estradas entre florestas, com estragos irreversíveis na vegetação.

Como irão evitar a poluição nas águas com produtos químicos utilizados na extração?

Tampouco, como vão deixar de contaminar os solos com elementos tóxicos?

E o que vão fazer das minas desativadas que não foram recuperadas pelas empresas até hoje?

A atividade da mineração também polui o ar a partir da queima de mercúrio, muito utilizada na extração de vários tipos de minérios.

Há também mortandade de peixes em áreas de rios poluídos pelos elementos químicos oriundos de minas, que causam doenças na população ribeirinha e animais.

Enfim, se fôssemos falar dos prejuízos, são inúmeros.

A mineração deveria ser atividade bem organizada, com pouca gente trabalhando e pessoas de altíssima qualidade no local, com fiscalização cerrada quanto à administração das riquezas.

Não poderia ser aberta a população, principalmente na Amazônia.

O certo seria antes fiscalizar e recuperar as milhares de mineradoras espalhadas pelo país, principalmente as estrangeiras, verificando o nível de segurança e de poluição onde estão trabalhando.

Houve uma empresa do Canadá, que até hoje deixou perfurações e poços abertos em plena Amazônia e nunca sanou o problema.

Como então, este governo quer abrir ainda mais esta atividade no Brasil, se não consegue controlar como deveria, as que já existem?

Nem mesmo as empresas responsáveis sanaram por completo os estragos feitos em Mariana e Brumadinho e querem abrir mais?

Deveriam ser proibidas de explorarem mais do que já exploram, até pagarem pelo que fizeram e até que seja feito um levantamento de suas atividades, com fiscalizações em todas elas.

Até compensarem de alguma maneira o que fizeram `a vida das centenas de famílias que perderam seus entes queridos.

Onde foi parar todo o ouro do Brasil e diamantes tirados de Minas Gerais?

Daria para pagar a dívida externa brasileira, a interna dos Estados e até mesmo sustentar o Brasil por centenas de anos!

Imaginem agora se colocarmos 500 anos de exploração até a data de hoje, em todo o Brasil?

O Brasil, já tem exemplos suficientes de fracasso em relação à exploração do seu ouro, de seus diamantes, de suas pedras preciosas desde que foi invadido por europeus.

Até hoje, nunca foi um país com boa situação.

Se seu ouro e pedras preciosas fossem bem administrados, dariam para suprir toda a população com hospitais, escolas, creches, infraestrutura, pesquisas, enfim com excelentes investimentos.

Entretanto, são poucos os que se enriquecem e estes poucos, em sua maioria, são ilegais.

Por mais que os governos queiram colocar ordem neste comércio, é praticamente impossível, visto que a atividade corrompe facilmente quem se aproxima dela.

Nosso ouro hoje sustenta mundos, sustenta luxos, sustenta castas e Bancos.

Estão em formato de barras, em bunkers subterrâneos em países como os EUA, Europa, Ásia, Brasil e todas as Américas, guardados e muito bem zelados por quem conhece segurança, mais do que ninguém.

A maioria, ilegais.

Não é achismo – é só pegar links e cruzar dados, além de consideramos aquilo que eu chamamos de “lógica abstrata”, uma espécie de equação matemática com dedução inconsciente.

A constatação é óbvia e consciente.

Para enriquecer mais a leitura, escolhi alguns links de matérias e reportagens que discorrem mais sobre este assunto:

“Para onde vai o ouro do Brasil, no mundo?”

https://exame.abril.com.br/mercados/eua-um-mergulho-no-subterraneo-que-abriga-o-maior-estoque-de-ouro-do-mundo-3/
https://super.abril.com.br/historia/onde-foram-parar-o-ouro-e-os-diamantes-de-minas-gerais/
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/fj1409200176.htm
https://exame.abril.com.br/economia/300-bilhoes-de-dolares-em-ouro-estao-embaixo-de-londres/

O que o Brasil ganhou até agora com a exploração de seus minérios?
Ganhou a tragédia de Mariana e a de Brumadinho.

Ganhou também as tragédias de derramamentos de óleo nos rios e nas praias brasileiras.

Com a exploração e escavação de postos de petróleo na Amazônia, o continente adquiriu vazamentos desde o Peru até as nossas fronteiras.

Poços esses abertos por companhias estrangeiras, vazando em águas amazônicas até hoje.

Como são elementos pesados, podem ficar nos leitos dos rios até que um forte período de chuvas na região os levem através de correntezas, até o mar.

Estas correntezas, poucos são os cientistas que as entendem, principalmente a níveis mais profundos.

Bento Rodrigues, Mariana: sob a lama, tragédias impagáveis.

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Quantas meninas precisarão ser levadas à prostituição infantil, se houver mais aberturas de minerações na Amazônia?

Doenças sexualmente transmissíveis contaminaram estas populações, incluindo os povos indígenas.

A causa? Empresas petrolíferas, abertura de estradas, trabalhadores e turistas de várias partes do mundo e do país.

Se até hoje o Brasil não enriqueceu com a exploração dos minérios, alguém acredita que poderá enriquecer agora?

A mineração promoveu doenças, contaminação das águas, de animais e peixes, além de miséria e devastação das florestas.

Se o governo brasileiro, principalmente o Ministério das Minas e Energia tivesse prestado atenção aos avisos da época, fiscalizando as mineradoras em tempo certo, administrando a quantidade de minérios, ouro e pedras preciosas que saem do país, poderia estar bem financeiramente.

Mas, o nosso ouro, sempre escorreu entre as mãos, para ser cooptado por quem não deveria, ou seja exploradores.

Muito ouro está guardado em cofres seguros.

Nota: para concluir, leiam a seguir, matéria feita por Alana Gandra, sobre um estudo detalhado feito há cinco anos pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação sobre os verdadeiros impactos da mineração no Brasil. Quem quiser conhecer mais um pouco, é bom ler, pois de lá para cá, pouca coisa mudou, a não ser as catástrofes ambientais. Mineração até agora, não é atividade sustentável.

 

Estudo confirma impactos da mineração no país

Publicado em 22/12/2014
Por: Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro

Durante os últimos três anos, pesquisadores do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação estudaram 105 territórios em 22 estados brasileiros que sofreram impactos da mineração e confirmaram que a extração de minerais é uma atividade “extremamente impactante nas regiões onde está instalada. Ela gera um conjunto de consequências ambientais e socioeconômicas”, diz o pesquisador do Cetem Francisco Rego Chaves Fernandes.
A pesquisa resultou no livro Recursos Minerais e Comunidade: Impactos Humanos, Socioambientais e Econômicos, que pode ser baixado na internet para consulta na página do Cetem. Francisco Fernandes relatou que as consequências são verificáveis em termos de queixas das populações, danos à flora, à fauna e à água e poeira no ar.
Doutor em engenharia mineral, Fernandes explica que uma das questões ambientais mais complicadas nos territórios de mineração diz respeito à água, pois “o reuso dela ainda é um sonho e as práticas de sustentabilidade estão muito atrasadas”. Ele lembrou que o Brasil depende hoje de um modelo exportador que gera riqueza e reservas importantes para o país, mas, ao mesmo tempo, os territórios acabam sendo fragmentados com isso. “Há um conflito muito grande porque o país tem muitas áreas sensíveis, como as indígenas, as de populações tradicionais, como os quilombolas, e as de preservação ambiental, o que resulta em muitas queixas”.
Fernandes destacou o papel importante desempenhado pelo Ministério Público Federal (MPF), que tem exigido que as mineradoras se comportem o mais possível dentro de boas práticas sustentáveis. “Mas esse é um caminho muito longo. A impressão que dá é que somos muito permissivos com isso”. Segundo ele, em muitos países, além de uma licença ambiental, exige-se que a atividade mineradora negocie previamente uma licença social com a população do território onde pretende se instalar.
Há no Brasil, conforme Fernandes, “uma licença ambiental pouco fiscalizada e bastante frouxa e nenhuma licença social, e a mineração parece ter predominância sobre tudo e sobre todos”. O resultado apresenta, de um lado, montanhas de dólares e de outro, cidades inchadas como Carajás, no Pará, principal empreendimento minerador brasileiro, que em dez anos viu a sua população crescer 300%. Em contrapartida, os serviços de infraestrutura, entre os quais se destaca o saneamento básico, são precários, afirma o pesquisador.
Um abuso detectado em territórios indígenas são os garimpeiros que entram para pegar ouro e diamantes e os assoreamentos provocados nos rios por materiais para uso imediato da construção civil. A produção é de baixíssimo teor de ouro, porque 1 tonelada de terra tem apenas 1 grama de ouro. “Isso é feito com água, com produtos químicos”, segundo Fernandes.
De acordo com o estudo, estão em funcionamento no país 3 mil minas e 9 mil mineradoras, além de uma centena de garimpos legais e clandestinos. O setor mineral emprega cerca de 200 mil trabalhadores e responde por 4% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Os investimentos programados pelo setor somam US$ 75 bilhões entre 2012 e 2016.
Pelo estudo, os estados com maiores problemas são Minas Gerais e Pará, “que são os maiores produtores de substâncias minerais metálicas, como ouro, zinco, chumbo, minério de ferro e bauxita, que é o minério do alumínio, cujos problemas são mais complicados”.
Fernandes acredita que o estudo poderá servir de subsídio ao Congresso Nacional para a votação do marco mineral brasileiro: “É importante quando se mostram os impactos socioeconômicos da mineração”. O livro levanta questões como empobrecimento, aumento da prostituição e, em alguns casos, trabalho infantil em regiões como Marabá, no Pará, onde crianças e jovens na faixa de 12 a 14 anos são colocados para trabalhar com carvão vegetal para produção de ferro-gusa. Sem falar nos impactos ambientais, com destaque para poluição da água, assoreamento dos rios, desmatamento, erosão, mudança da paisagem do solo e danos à flora e à fauna.
Segundo o pesquisador, o estudo pode subsidiar também o MP, associações e movimentos sociais que tratam dessas questões, e caminhar para casos de sucesso, que seriam acordos entre mineradoras e comunidades afetadas para que a atividade fosse sustentável ou controlável.
Nesse sentido, ele destacou o acordo firmado entre a empresa Alcoa e a população ribeirinha do município paraense de Juruti, após intenso conflito. A mineradora investiu US$ 1 bilhão no empreendimento e a contrapartida para os moradores somou US$ 40 milhões, sob a forma de escolas, hospital e ações de empreendedorismo, que criaram uma economia local que gera renda e emprego na própria região.

Procurado para comentar o estudo, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), representante das empresas e instituições que atuam no setor, está em recesso de hoje (22) até o dia 4 de janeiro próximo.




Fim

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Eliane Rocha

Venho de uma família humilde e bem brasileira. Sou uma mistura de raças. Meu avô por parte de minha mãe, era filho de indígenas da etnia  tupi guarani do Vale do Paraíba e me ensinou valores como dignidade, amor à natureza e às pessoas humildes. Alto, moreno, era militar e foi o homem mais incrível que conheci. Fui muito apegada a ele e, ele a mim. Se casou com uma italiana sorridente que gostava de contar estórias. Segundo ela, descendíamos de uma família proveniente da Áustria e assegurava que tinha certa realeza no meio. Ficava toda boba por ela me dizer...mas,não sabia se era verdade ou apenas imaginação. Meu pai, era filho de espanhóis. Meu avô com sobrenome judeu e minha avó, um sobrenome bonito: Jordão. Vieram da Europa ainda jovens, eram aventureiros. Vieram sem nada, talvez fugindo da primeira guerra mundial. Começaram  a vida no Brasil costurando colchões de palha e fabricando móveis artesanais. Lembro quando eu passeava com eles, entre sombras e sóis, ao entardecer, por caminhos cobertos de folhas e cidreiras. Comecei a desenhar e escrever bem cedo, aos oito anos, mas, foi aos quinze, que tive minha primeira coluna em um jornal de minha cidade. Sempre no meio da comunicação, continuei a escrever em jornais de outros Estados. Também fiz teatro  e  alguns trabalhos em emissoras de TV. Na televisão, me marcou muito, ter trabalhado com o jornalista Ferreira Netto, o qual me ensinou muitas lições. Me formei na UNISUL, em cinema e produção multimidia. Fiz parte da Antologia Mulheres da Floresta, da Rede de Escritoras Brasileiras, de onde surgiu dois documentários, feitos apenas como uma hand cam: um com os povos kaxinawás - huni kuins - e outro com os povos nukinis, na Serra do Divisor. Vivi na Amazônia nos meus últimos vinte e cinco anos, fazendo entre outras coisas, trabalhos voluntários como socorrista e técnica de enfermagem entre os povos ribeirinhos. ​

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