A Morte de Meu Pai

A Morte de Meu Pai

Desde jovem, costumava imaginar o momento da morte de alguém muito próximo: se eu estaria preparado, se haveria sofrimento, para onde iriam aqueles que amamos e em quais condições. Na verdade, imaginava até pouco tempo…

Por fim, aconteceu. Meu pai faleceu (ou desencarnou, como os espíritas costumam dizer) em 30 de outubro de 2019, bem recente. É claro que fiquei triste, pensativo, nostálgico… e as lágrimas surgiram com naturalidade. Afinal, era meu pai! Mas, no íntimo, tudo que estudei pela Doutrina Espírita me fortaleceu, não houve desespero.

Acalmei e aceitei

No livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, encontramos o conceito sobre fé raciocinada ou inabalável, uma idéia de crença pautada pela razão. Olhando para o corpo sem vida de meu pai, permaneci em prece e minha fé se revelou: compreendi o que estava acontecendo. E, ao me conscientizar, acalmei e aceitei. Tudo fazia parte de um enorme processo, um grande ciclo. Tudo estava acontecendo como tinha que acontecer.

Infelizmente, eu era uma exceção…

Entretanto, haviam muitas situações de descontrole emocional, desde o hospital até o cemitério. Por exemplo, pude observar nas capelas, onde familiares deveriam prestar suas últimas homenagens, pessoas aos berros, desequilibradas e descrentes. E também aqueles que, com comentários maldosos ou piadas maliciosas, eram desrespeitosamente alheios à dor e ao poder da oração.

Ótica Espírita

A morte, sob a ótica espírita, é simplesmente um retorno à verdadeira realidade! Pensemos assim: o que são, em média, 70, 80 anos (uma vida terrestre) diante da imortalidade espiritual? Viver é como se fosse um dia numa escola, onde os alunos se aperfeiçoam pelos acontecimentos pertinentes a cada individualidade. Acertos, erros e recomeços fazem parte deste período letivo.

De acordo com Léon Deniz, no livro “Depois da Morte”: “(…) Em cada passo que damos, o ser recolhe o fruto de seu trabalho, enriquece a sua experiência e desenvolve as suas faculdades” – e assim ocorre quantas vezes forem necessárias.

Portanto, o quanto é consolador trocarmos o “adeus” pelo “até logo”, o “destino final” pela “breve viagem”. Trocarmos angústia e irritação pela esperança. É um alívio saber que nossos entes queridos estão sendo bem cuidados e preparados para novos rumos e conquistas.

Merecimento

Contudo, um bom acolhimento após a morte é consequência de merecimento. As nossas escolhas construtivas e salutares durante a vida terrena atrairão, por afinidade, boas companhias no momento do desencarne.

Porém, a Espiritualidade Superior é misericordiosa e paciente, reconhece nossas limitações e estará próxima para auxiliar se assim permitirmos, atenta aos nossos esforços em direção à Luz.

Meu querido pai, a saudade só não é maior do que a certeza do reencontro. Esse artigo é uma singela homenagem e reconhecimento de que todos os bons e maus momentos que passamos não foram em vão! Nada se perde, as lições permanecem! A morte é uma grande ilusão e o amor sobrevive…

Esse nosso amor é para sempre!!!




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Marcio Werneck

Sou administrador e atualmente cursando pós-graduação em TTS (Terapia Transpessoal Sistêmica). Formado em Astrologia pela Gaia Escola de Astrologia/SP e conferencista espírita desde a juventude." WhatsApp: (21) 980079630 e e-mail: mwerneck2009@hotmail.com

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