Signos Astrológicos – Uma viagem de 360 graus – CÂNCER
Signos Astrológicos – Uma viagem de 360 graus – CÂNCER
Nossa parada dessa viagem hoje é em Câncer, segundo signo cardinal.
Abre, portanto, o segundo quadrante da roda.
É o primeiro signo de água. Os demais são Escorpião, e por fim, Peixes. Aquele que fecha a roda dos 12 signos astrológicos.
Signos de água nos falam de emoções, sentimentos. Assim sendo, são signos mais voltados para o interior.
Câncer especialmente, nos revela nossas carências emocionais.
Em analogia com a vida humana, nosso bebê já está quase pronto para entrar no mundo e dizer: eu sou. Entretanto, ainda não está pronto para subir no palco da vida.
Ainda sente falta do seio materno e também da segurança que esse pode proporcionar. Possa esse ter lhe decepcionado ou não.
Não por acaso, costuma ser grafado como dois seios ou duas conchas que em cima e embaixo lhe oferecem proteção.

Nosso jovem caranguejo ainda não e capaz de caminhar para a frente com passos firmes e sacudir sua juba como um leão.
Ainda não se sente inteiramente dono de seu território, voltando-se portanto para suas raízes, seu passado, tudo que deixou para trás
Ele já tem a percepção de que seu paraíso ourobórico está no fim e precisará caminhar sobre seus pés. Não mais engatinhando, porém ereto, se preparando para enfrentar o mundo.
Essa sua caminhada vai depender muito da experiência que teve com a mãe. Não apenas a sua mãe biológica, mas de algo muito maior do que ela: o arquétipo que lhe representa.
Quando falamos de um arquétipo tão poderoso quanto esse, nos referimos também às expectativas que advém dele. Se essa relação com sua mãe pessoal foi bem sucedida, fica o anseio do retorno. Caso não tenha sido, fica o anseio de poder voltar no tempo para ver se isso pode ser resgatado.
Essa é uma dentre muitas outras razões pelas quais se liga tanto ao passado, às origens, assim como o ambiente de lar e os braços que o embalaram.
Mesmo que a expectativa gerada pelo arquétipo não tenha sido devidamente preenchida, ele carrega pela vida afora sua caixinha de lembranças que lhe garante tanto segurança quanto sustentação emocional.
Cada objeto é valioso para ele. Não pelo valor material, mas por contar sua história e a história dos que lhe antecederam. Do que ansiou e teve e também daquilo que ansiou e não pode ter.
Canceriano se apega…. por vezes até demais. Pode se apegar às dores, frustrações, sofrimentos e carências.
Talvez ele intua que no eixo oposto, terá que enfrentar uma família muito maior do que a sua. Portanto, se esconde em sua casca e quando se apega a alguém, usa suas presas para reter aquele que lhe que oferece o ansiado aconchego.
Liz Greene resume o mito de Câncer com apenas uma palavra: Mãe, e discorre sobre o tema:
Mãe. E que palavra mais complicada!
Mãe não é só a mulher da qual você nasceu, que o amamentou e que o viu crescer.
É também aquilo que a psicologia profunda chama de arquétipo – isto é, um símbolo de uma experiência inata de vida comum a todo mundo.
Mãe significa coisas diferentes para pessoas diferentes.
Pode significar a segurança, o prazer e o aconchego de uma infância tranqüila.
Pode significar também um sentimento devorador e possessivo que ameaça sufocar.
Pode ser algo forte, que ampara, ou algo destrutivo e sombrio.
De qualquer maneira, nós todos viemos de mães.
Para o canceriano a experiência da mãe, em todas as formas, está arraigada em sua vida interior.
Ele nunca escapa completamente à mãe.
No fim como no início da vida lá está a poderosa figura – representando os sentimentos, o passado, a infância e a segurança a qual aspira tão intensamente.
Mãe é sempre um enigma para o canceriano.
Você pode encontrar cancerianos que não têm nenhum sentido de família – família é algo incômodo para eles, algo a que eles não se prendem de jeito nenhum.
Você pode ter a certeza de que, nesses casos, a infância guarda algumas lembranças que o canceriano gostaria de esquecer.
Muitos cancerianos são perpétuos andarilhos, sempre tentando deitar raízes em outros lugares.
Muitas vezes estão fugindo – do passado, da infância, da mãe.
Vamos observar um pouco mais de perto os antigos mitos que falam da mãe. Antes dos deuses do Olimpo ou dos heróis da Guerra de Tróia, havia a Deusa-Mãe. As religiões mais antigas do mundo começaram por adorar à Mãe.
Para os povos antigos, mãe, significava a Mãe-Terra.
Significava os frutos da colheita e a própria terra, de onde o homem tira seu sustento.
Em todos os países do Mediterrâneo e do Oriente Próximo, onde nasceu nossa civilização ocidental, o culto à mãe era a adoração do poder da terra de dar e tirar a vida.
Hoje em dia tendemos a encarar com arrogância a “superstição” com a qual nossos ancestrais adoravam a terra e faziam preces para poder trabalha-la bem e conseguir uma boa colheita. Atualmente dispomos de uma avançada e moderna tecnologia com a qual acreditamos poder controlar a Terra. Não mais apaziguamos a mãe com ritos elaborados e misteriosos. O homem acha que é um ser supremo; a terra está aí para ser conquistada, e o céu também. Agora, pensemos na infância. A mãe é tão poderosa para a criança como a Mãe Terra era antigamente para nossos ancestrais. Ela é enorme, vasta, misteriosa – a fonte de alimento e de vida, aquela que dá e tira o conforto. Nada do que o homem encontre no decorrer de sua vida será tão grande como o foi a mãe quando ele era apenas um bebê. Você pensa que nós esquecemos facilmente as coisas? E se essa criança foi de Câncer – sensível, aberta, consciente de todas as correntes emocionais secretas que passam como um fluxo e um refluxo por ela e sua família – ela, provavelmente nunca esquecerá. Poderá obliterar esse sentimento de algo tão poderoso que se torne assustador. Mas a mãe continua sendo um mistério tão grande quanto o mistério do crescimento das plantas. Estas são coisas que nós realmente não podemos abordar com nossa mente racional.
Há alguns aspectos menores e também interessantes à respeito do mito da Grande-Mãe.
O primeiro é que ela sempre tinha um consorte. Esse consorte era ao mesmo tempo seu filho e seu amante. Na mitologia há muitos temas sobre o incesto. Se os tomarmos simbolicamente, em vez de literalmente, isto quer dizer que a Deusa e seu amante tiveram origem na mesma fonte. E esse filho-amante é muitas vezes representado nos mitos como a criatividade da natureza – o artista, o maravilhoso e jovem deus que com sua respiração faz crescer as plantas; o deus-sol que traz a luz para o mundo da primavera.
A Páscoa, a grande festa religiosa que celebra a Ressurreição de Cristo, tem suas raízes num passado mais remoto: a celebração da ressurreição do jovem deus que retorna para trazer vida à Terra, depois de um frio inverno. No outono, de acordo com o mito, ele morre – e a Terra fica deserta, nada cresce nela e o mundo fica envolto num frio estéril. Em todo o Mediterrâneo, os festivais da morte do deus eram celebrados por milhares de mulheres que se lamentavam por seu passamento, chorando e oferecendo sacrifícios. Na primavera era só alegria.
O que significa tudo isso em relação à Câncer? Em primeiro lugar, trata-se de um mito de ciclos. se esses mitos foram criados para explicar a natureza ou tinham um significado mais profundo, é assunto de debate entre arqueólogos e psicólogos; mas aqui nós temos um mito que trata do eterno crescer e minguar da vida – como a Lua, que é o regente de Câncer.
Câncer é um signo de fases, de ciclos.
As experiências individuais de Câncer, as marés altas e baixas da força da vida, da criatividade, da alegria e da tristeza, são perpétuas durante sua vida. Ele está mais perto do processo natural da Mãe-Terra que qualquer outro signo; muitos cancerianos são, na verdade, extremamente vulneráveis à mudança de clima e de estação, e entram numa espécie de hibernação durante o inverno. Podem ficar meio deprimidos, apáticos ou carentes de energia; mas quando chega a primavera, eles voltam à vida.
Existe um significado ainda mais profundo com relação à esse mito. A mãe e o jovem deus que simboliza a vida criativa; aqui se tem um quadro da maneira como se dá a criatividade artística. Muitos cancerianos são pessoas altamente imaginativas, criativas. Escritores como Proust, Hesse e muitos outros cancerianos criativos – pintores como Van Gogh ( com o ascendente em Câncer), etc… De certa maneira, o canceriano criativo é uma espécie de meia esposa: ele cria algo que vem de profundezas que ele mal compreende, fazendo algo que vem à luz através de seus sonhos, de suas visões, de suas fantasias, de seus sentimentos. Depois que toda essa criação toma forma, essa fase passa. Por um certo período, ele vai se sentir deprimido, vazio. É o inverno. Depois sua criatividade emerge novamente. Sua origem é um mistério. Nenhum verdadeiro artista sabe explicar onde fica a fonte de sua inspiração. Ela é como o oceano – imenso, insondável. Ele, como o caranguejo, habita o pedaço de areia que fica entre o oceano misterioso e a terra seca da vida normal. Imagens e idéias vêm à ele, que lhes dá vida. Depois a maré recua e, durante certo tempo, ele permanece na praia. Depois o mesmo processo recomeça.
Câncer é um signo de muita profundidade e complexidade.
Na superfície você pode surpreender o canceriano fazendo qualquer papel – ele é um ator nato e seu sentido de camuflagem e de auto proteção sempre o compelem a interpretar algum papel em qualquer situação social. Ele pode ser frívolo, engraçado, emburrado, chorão, etc… (…) Mas, sob esse caleidoscópio de sentimentos e humores cambiantes, sob a dura carapaça mostrada a este mundo inamistoso, existe um perpétuo ciclo de morte e renascimento, de inverno e primavera, de verão e outono. Por isso é tão importante para Câncer ser criativo, expressar-se emocionalmente de alguma maneira, pois, se tomarmos o mito no seu mais profundo significado, Câncer é os dois, a mãe e o filho, e não consegue explicar a ninguém o misterioso ritmo que ele obedece – o ritmo do mar, da lua, das marés. Não espere que Câncer seja lógico, ele nunca o será, a menos que tenha escolhido a lógica como máscara, por sentir as pressões das opiniões alheias. O verdadeiro canceriano é uma pessoa de humor variável, e ele é incapaz de explicar porque é assim. Mas, também por que deveria explicar? A natureza não nos deve satisfações. Ou nós gostamos dela ou perdemos algo muito precioso.”
Os Astros e o Amor, pg 379/382
Leia mais sobre essa viagem astrológica e sobre o signo de Câncer
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